quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Buena Terra Missioneira

Hoje eu fui na Bossoroca, viagem curta mas "sempre muito prazeirosa", como diz o outro. Acho essas coxilhas de São Luiz até lá uma das mais belas paisagens do Estado, e sinto uma energia boa quando passo por elas. E ainda mais agora, que tem chovido, está tudo muito bonito.
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Há uns três meses, dava pena de passar em alguns lugares. As pastagens nativas estavam tão secas e brancas que parecia haver uma camada de neve, ou cinzas, cobrindo os campos. Foi uma seca terrível. O prejuízo vai demorar alguns anos para ser recuperado. Mas agora, que choveu, está tudo verde, renovando a esperança desse povo xucro do garrão do Brasil.
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Sobre assuntos policiais, está tudo tranquilo, na Buena Terra Missioneira. Não temos crimes graves há algum tempo. O último homicídio foi há quase um ano, em setembro de 2011. De lá para cá, de grave, que eu lembre, só a prisão em flagrante de um maluco que ateou fogo na casa da ex-companheira, e depois ficou um tempão preso.
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E como eu faço, lá de vez em quando,  dei uma paradinha no cemitério, logo na entrada, para visitar a sepultura do Noel Guarany, de quem sou fã número um desde a adolescência. Foi nesse cemitério, aliás, que aconteceu aquele causo do Deus e o Diabo na Bossoroca que contei aqui, uma vez. 
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Dei até uma de turista, e bati umas fotografias para compartilhar. Não sei quem projetou esse monumento, mas é bem bolado. Tem uma cerca de pedra, outra de madeira, e uma cruz missioneira na qual os joão-de-barro fizeram seu condomínio. Completando, há uma guitarra encostada na cruz, e um pala velho estilizado em zinco, pendurado no braço direito.  
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Na placa de granito, uma pajada do Noel, muito bem escolhida: "E vou calando a guitarra / A deusa da pulperia / Que me acompanha gaudéria / Nas minhas andanças bravias / Deixando na alma do Pampa / Um rastro de melodia".
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Bueno, já mostrei as fotos, para quem ainda não conhecia, e vou me despedindo. 
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A propósito, peço desculpas caso já tenha postado a mesma coisa, e esteja repetindo. Tenho alguma coisa disso na memória, mas estou com preguiça de conferir. Ou talvez tenha pensado em postar e desisti ... sei lá. Acho que estou ficando caduco.
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Mas uma coisa eu lhes digo: estava meio amolado, mas voltei novinho "Dos pagos da Bossoroca / Onde a galinha não canta / E o tatu não sai da toca / E o Campo Santo tá aberto / Praquele que me provoca... "
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Um comentário:

  1. Parabéns pela bela homenagem ao grande Noel. É de muito bom gosto. Abraços, grande amigo!!! Jailson

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