segunda-feira, 29 de março de 2010

Pedro Ortaça

Para quem mora longe, e não conhece bem nossa cultura, um pouquinho do talento de Pedro Ortaça, Mestre da Cultura Popular Brasileira.


domingo, 28 de março de 2010

Ignorância






Recebi as imagens abaixo do Leonardo Eberhardt, que questiona esse tipo de "esporte". Resolvi postar, porque também acho isso uma baita ignorância. Para mim, é uma verdadeira crueldade contra os animais.

Tem algumas provas do Freio de Ouro, que eu até gosto de assistir. Só uma vez vi a prova da mangueira ao vivo, em Dom Pedrito, e achei legal. Tem também aquela da "esbarrada" e a "paleteada". Não achei nada demais, com relação a crueldade (se bem que na "paleteada" o boi sofre um tanto).

Mas a tal da "gineteada", o rodeio tipo americano que virou moda por aí, rinha de galos, etc., não dá para conceber. Mas não é só isso. Tem as rinhas de cachorro pitbull, as caçadas, e por aí afora. A rinha é ilegal. Os outros "esportes" não, apesar da crueldade evidente.

Não consigo entender como é que os circos, por exemplo, foram proibidos de exibir animais no picadeiro, mas esses rodeios são liberados. Não sou fanático ambientalista, nem milito na defesa dos animais, mas esse tipo de judiaria me revolta.

Fica o meu protesto, registrado para a posteridade.
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domingo, 21 de março de 2010

Vencemos. A privatização está morta.

Há cerca de um ano, acendeu uma luz amarela para as pessoas sérias aqui de São Luiz Gonzaga.

De repente percebeu-se que estava em curso um movimento completamente divorciado dos interesses da comunidade, de transferir os serviços de saneamento básico para uma empresa privada.

Esse assunto, na realidade, já estava no ar desde que, na época da campanha eleitoral de 2008, venceu o contrato do Município com a Corsan, e não houve nenhum movimento quanto à renovação. Pelo que sei (estava morando em Dom Pedtito), houve denúncias na própria campanha eleitoral, de que a chapa PSDB-PP, caso vencesse a eleição, privatizaria o serviço.

Também, pelo que me contaram, os candidatos da coligação tucano-pepista juraram aos eleitores que isso nem lhes passava pela cabeça. Parece que até mesmo uma motocicleta-de-som foi alugada, e passava por todas as ruas da cidade fazendo essa "promessa" específica.

Bueno. Eles ganharam a eleição, e como é da prática tucana, fizeram exatamente o contrário.

Tão logo assumiram, entraram em guerra contra a Corsan, numa verdadeira tentativa de demonizar a companhia. Coisas ridículas chegaram a ser ditas e repetidas, como por exemplo, que a autarquia "nunca se importou a investir em tratamento de esgoto", quando o contrato (ainda não renovado, por sinal), previa apenas abastecimento com água tratada.

A seguir, houve a contratação de pessoas e empresas privadas para lá de suspeitas (por estarem vinculadas a empresas privadas que disputavam licitações de água e esgoto em outras cidades), para elaborar um Projeto de Saneamento Básico tão mal elaborado que sua apresentação foi feita em uma audiência pública deliberadamente trabalhada para que ninguém entendesse nada.

O dito Projeto carecia de elementos técnicos, segundo afirmou posteriormente o Diretor da Corsan, a tal ponto que não seria possível quem quisesse disputar a concorrência fazer uma proposta séria. Também trazia exigências que impossibilitavam a participação, na licitação, da Corsan ou qualquer outra concorrente que não fosse privada. Falou-se muito, na época, que nem a toda-poderosa Sabesp, de São Paulo, conseguiria se habilitar no processo.

Um dos principais buracos do Projeto era não se referir em nenhum momento a eventual indenização à Corsan, pelo seu patrimônio em São Luiz Gonzaga, caso o serviço passasse a outras mãos. A situação era tratada como se fosse natural que a Corsan entregasse tudo o que construiu aqui - das bombas de captação de água, às caixas d'água, e até o hidrômetro das residências - gratuitamente à empresa privada que vencesse a licitação.

É evidente que a Corsan não faria isso. Entraria na Justiça, e inevitavelmente ganharia o direito a uma indenização milionária, que quebraria o Município quando seu pagamento fosse exigido. E tudo isso, só para passar o serviço à iniciativa privada.

Sinal amarelo piscando, houve reação da comunidade, expressa de várias maneiras. A principal acho, foi a criação de um Comitê em Defesa da Água Pública, que realizou muitas atividades, terminando por conseguir a interferência do Ministério de Pública de Contas, que no final do ano passado sustou a licitação, por estar eivada de irregularidades.

Eu me orgulho de minha participação nesse movimento, especialmente por ter sido informado que os muitos textos que escrevi neste blog foram parte do material que o MPC analisou antes de intervir no caso.

Mas fundamental, mesmo foi a atuação dos seis vereadores comprometidos com os interesses do Município, que fizeram na Câmara a discussão responsável sobre o que estava acontecendo, e chegaram à aprovação, no início deste ano, de uma Emenda à Lei Orgânica Municipal que proíbe a privatização do serviço.

Participam desse grupo, e aprovaram a Emenda que protege a Municipalidade, a Vereadora Eni Malgarin (PT), autora do projeto, Aldimar Machado (PSDB), Junaro Figueiredo (PP), Edson Oliveira (PDT), Chiquinho Lourenço (PDT), e Mário Trindade (PMDB). Vê-se, portanto, que a privatização intentada era tão descabida, que vereadores de partidos da base do governo (PSDB-PP) foram contrários.

A favor da privatização, contrários ao interesse do Município, e aparentemente sem se importar que uma eventual indenização futura à Corsan levasse a Prefeitura à bancarrota, estiveram os vereadores José Antônio Caetano Braga (PP), Sidnei Brondani (PP) e Celestino Straglioto (PMDB), apoiadores do Executivo na Câmara.

Mas, enfim, a situação atual é que a licitação foi trancada no final do ano passado, e pelo que se comenta nos bastidores, há dificuldades no Paço municipal de explicar alguns questionamentos do TCE.

E que a Emenda proibindo a privatização foi incorporada à legislação municipal maior, estando em plena vigência.

Segunda-feira passada, na reunião da Câmara, um vereador da base do governo comentou que o Prefeito está negociando a renovação com a Corsan. Até aí tudo bem. Ele está "esnucado", mesmo, não tem outra coisa que fazer.

Então, tudo indica que vencemos. A privatização está morta.

O que me surpreendeu foi a mudança de discurso. O referido vereador afirma, agora, que o Prefeito sempre quis isso. Que ele sempre desejou negociar com a Corsan, mas queria forçá-la a apresentar a "melhor proposta" para a cidade, e biriri, e bororó. Tá bom ...

Mas, de concreto, mesmo, é que a licitação parece definitivamente morta e sepultada.

Ficou um grande aprendizado disso tudo, a clareza que todos têm, de que essa mudança de realidade não caiu do céu. Houve pessoas que se interessaram, se uniram, e trabalharam. Se envolveram nessa luta, pensando primeiro no interesse da cidade, e depois nas repercussões na vida pessoal de cada um.

E por isso, pela sinceridade que a questão foi tratada, houve retorno da comunidade, provando que, se a questão é justa, e a situação corretamente esclarecida, a população sempre se mobiliza e interfere.

O povo de São Luiz foi protagonista nessa vitória. Foi somente pela grande mobilização popular que o descalabro chegou aos ouvidos do Ministério Público. Foi a manifestação das pessoas que deixou claro aos vereadores qual o desejo da comunidade, facilitando que se posicionassem consoante o interesse da maioria. E foi a mobilização popular que faz, agora, o Prefeito e seus apoiadores mudarem o discurso.

E aí, vencemos.

Há quem diga que os moitucanos tentarão aproveitar este ano eleitoral, e quando todos estiverem distraídos, ressuscitar o projeto. Mas eu acho inviável, pois os desdobramentos da entrada do MP de Contas no processo vão se arrastar até meados do próximo semestre.

Mesmo que, após a decisão do TCE, haja intenção da Prefeitura de retomar a privataria, haveria necessidade de derrubar a Emenda proibitiva, agora incorporada à Lei Orgânica. E isso demoraria mais um ano, ou ano e meio, no mais célere dos trâmites.

E em caso de decisão dos Tribunais, no sentido de que a Emenda seja inconstitucional, e que a Lei Orgânica não pode proibir a privatização (possibilidade que eu considero remota), estaríamos em período pré-eleitoral novamente, no Municipio.

E aí, como em 2008, "eles" certamente vão jurar de pé junto, de novo, que não vão privatizar ...

Nesse meio tempo, o serviço não pode permanecer indefinidamente sem contrato. Daí, a renovação com a Corsan ocorrerá naturalmente.

Então, resumindo tudo, somando e diminuindo, acho que já posso afirmar que vencemos.
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sexta-feira, 19 de março de 2010

Análises Clínicas

Fui visitar meu sogro, Seu Noé, lá em Dezesseis de Novembro, no final de semana passado. Contador de histórias é ele, e a última foi fantástica.

Diz que uma Prefeitura dali das redondezas contratou um laboratorista, para fazer as tais análises clínicas da população, como medida de prevenção a doenças, e tal. E o rapaz, recém-formado, trouxe uma aparelhagem de ultíssima geração. E como os diagnósticos são para lá de precisos, há muitos elogios na comunidade. Satisfação total, com o Prefeito. Tem até gente de municípios vizinhos indo fazer os exames lá nesse lugar.

Só que o pessoal da oposição gostou dessa aprovação toda. Daí um adversário político resolveu sabotar os exames, para diminuir a credibilidade da saúde pública.

Foi até o laboratório e pegou um kit para coleta de urina. De noite, em casa, encheu um pouco do vidrinho com o seu próprio material. Depois, quando sua filha chegou da aula, pediu que completasse com mais um pouquinho. Não satisfeito, foi até o galpão e pegou um pouco de óleo que tinha sobrado da troca de motor do carro, e completou a amostra. Sacudiu bem para misturar, e na manhã seguinte deixou no laboratório.

Passados alguns dias, o laboratorista mandou chamá-lo para uma conversa reservada. Ele foi todo vitorioso, esperando que confessasse o fracasso nos exames. Chegou lá, o rapaz mandou que sentasse, e ficou folheando os papéis, coçando a cabeça, como quem não sabe bem por onde começar a conversa ...

- Seu Florêncio ... seus exames ... é o seguinte ... eu não sei ...

- Pode dizer! Qual é o resultado, afinal?

- É que, pelos exames, tá marcando que o senhor só tem vida para mais uns quatro ou cinco meses ...

- Mas que barbaridade! Como é que uma máquina pode dizer uma coisa dessas???

- Isso eu até que entendo. Com relação aos seus resultados eu entendo. Só não consigo imaginar como é que o computador descobriu que eu tô comendo sua filha, e que o fuca funde o motor em duas semanas!


quarta-feira, 17 de março de 2010

Tempestade no cerrado

O blog "Escrevinhador", do Rodrigo Vianna, publicou alguns dias atrás um texto de Mauro Carrada, no qual é feita uma rápida análise do comportamento da mídia golpista do país, em relação ao iminente patrolamento que a Dilma vai fazer sobre o candidato da direita raivosa.

Reproduzo o texto adiante, embora com certeza já tenha sido lido pelos meus amigos em blogs mais visitados, pois não vou ficar de fora dessa briga. Não sou um desertor. Vou me jogar de corpo e teclado na campanha da Dilma, e principalmente do Tarso Genro, nos próximos meses.

Destaquei adiante, em vermelho, três textos criminosos distribuídos pela internet que, coincidentemente, já recebi de minha rede de contatos.

Três mentiras, que não conseguiremos desmontar, salvo pela blogosfera, por essa verdadeira "guerrilha" que o texto propõe. Então, vai lá:

Ôpa! Tava esquecendo duma coisa. Um tempo atrás, um amigo estava conversando amenidades comigo e falou naquele outro boato, segundo o qual o filho do Lula havia comprado terras e mais terras não sei aonde, e ido numa feira onde adquiriu de uma só vez 600 colheitadeiras, pagando em dinheiro, etc, etc.

É esse tipo de coisa que não podemos deixar passar mais passar batido. Agora sim, vai o texto:


TEMPESTADE NO CERRADO (Mauro Carrara)

(O PT é um partido sem mídia... O PSDB é uma mídia com partido).

“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.

A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.

Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.

A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.

A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.

As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.

1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.

2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.

3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.

4) Elevar o tom de voz nos editoriais.

5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.

6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.

7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.

8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.

QUEM ESTÁ POR TRÁS

Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.

É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.

A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.

Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.

O CONTEÚDO

As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.

Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.

Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.

Criam deturpações numéricas.

A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.

Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.

O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.

Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.

A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.

A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.

Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.

É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.

Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.

É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.

CRIMES ANÔNIMOS NA INTERNET

Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.

Três deles merecem destaque...

1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.

2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.

3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.

O que fazer

Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.

Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.

Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.

São cinco as tarefas imediatas...

1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.

2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.

3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.

4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.

5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.

A guerra começou. Não seja um desertor.

sábado, 13 de março de 2010

Lobisomem do Arvoredo

Tava assistindo o filme do Van Helsen, e lembrei que no ano retrasado deu uma baita confusão aqui em São Luiz Gonzaga, com o aparecimento daquele Lobisomem.

Que bafafá! Saiu no jornal, rádio e televisão (ver aqui, e aqui). Um jogador de futsal da Associação Grande São Luiz (que, só para constar, em 2009 foi mais uma vez campeão estadual da Série Prata), chegou a se topar com o bicho, e ficou meio que traumatizado.

Depois, houve muitos boatos sobre o acontecimento, como o de que um brigadiano aposentado teria baleado o bicho, numa madrugada, lá perto do Colégio Agrícola (atual UERGS), e descobriram que era um velho meio maluco da Vila Jauri.

Esse velho teria, supostamente, matado um pastor alemão, arrancado o couro, e feito uma fantasia de lobo, para sair pela rua de madrugada assustando os outros. E diz que, como era de família conhecida, internaram ele na Pinel e abafaram o caso.

Outra versao diz que o tal Lobisomem era de verdade, mas foi abduzido por extraterrestres, os mesmos que foram até fotografados na inauguração da Estátua do Jayme Caetano Braun (aqui), ocasião em que estavam por aqui para devolver o peludo, vacinado, desverminado, e com um chip subcutâneo. E aproveitaram para conhecer o Monumento ao Pajador.

Eu acredito mais na versão de que o Lobisomem é, na realidade, o Mano Lima, esse excepcional - e romântico - artista que orgulha nossa cidade. Vejam adiante o clip no qual ele próprio confessa isso (desenho animado de Pedro Osório, Porto Alegre, 2009), e se enganem com seus próprios olhos.



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quinta-feira, 11 de março de 2010

Dragão Vermelho

Sábado à noite eu assisti a um filmaço, "Dragão Vermelho", com o Edward Norton. Para mim, esse foi o melhor dos três filmes da série do Hannibal Lecter. Gosto muito desse ator, o Edward, que esteve especialmente bem no "Clube de Luta". E o Anthony Hopkins também é sensacional.

Eu sou um policial meio diferente. Pelo menos, acho ques sou. Por exemplo, não gosto de filmes do gênero super-polícia, do tipo "Duro de Matar" (Bruce Willis), "Desejo de Matar" (Charles Bronson) e outros similares. Até assisto, mas para ser sincero, não gosto. Cito só esses dois, porque os outros são todos iguais.

Gosto mesmo é de filmes de suspense, que instigam pelo menos um pouquinho da inteligência do expectador. Um dia destes, assisti "Janela Indiscreta", do Hitchcock, com James Stewart e Grace Kelly, que é muito bom. Do mestre do suspense, acho fantásticos "Um Corpo que Cai" e "Psicose" (que em Portugal, dizem, teve como título "O Filho Que Era a Mãe").

"Dia de Treinamento" (Denzel Washington), é do tipo que gosto. Aliás, esse filme deveria ser exibido,
obrigatoriamente, na formação das turmas na Academia de Polícia. "Seven, os Sete Pecados Capitais" (Brad Pitt, Morgan Freeman), também está entre os que aprecio.

Mas já me aconteceu muitas vezes, e certamente com outros policiais também, de chegar na video locadora e vir alguém "recomendar" filmes daqueles tipo "lei e ordem", nos quais o negócio é resolvido na bala mesmo, e de preferência com algum tipo de tortura, ou com o "mocinho" matando o "bandido", numa queima e arquivo, para compensar o "polícia-prende-jusfiça-solta" (na realidade um sofisma, enfiado diuturnamente na cabeça das pessoas). A pessoa chega falando "Delegado, eu já assisti este aqui, é muito bom, o senhor vai gostar". E alcança o último DVD do Steven Seagal. Daí, o suicídio é um dever. O negócio é pegar o DVD, agradecer a dica, esperar que o benfeitor se afaste, e devolver disfarçadamente na prateleira.

Mas voltando à vaca fria, ou melhor o "Dragão Vermelho", esse filme foi lançado uns bons dez anos depois do "Silêncio dos Inocentes", e antes do "Hannibal". E dá de relho nos outros. O "Silêncio ..." também é muito bom, tendo até ganhado alguns merecidos Oscar. Mas depois que a gente assiste umas cinco ou seis vezes, perde a graça. E o "Hannibal" é muito fraco, não tem suspense quase nenhum, vai muito direto na couve. Pelo menos, pro meu gosto. Já "Dragão Vermelho" dá para ver trocentas vezes, sem repunar.

Então, é isso. Fica a dica de cinema (ou melhor, de videolocadora).

quarta-feira, 10 de março de 2010

Em apoio à UGEIRM

Para não passar batido, quero deixar claro que apóio integralmente a UGEIRM, que no meu entendimento é a única entidade de classe dos policiais civis do RS a fazer sindicalismo. Então, republico adiante texto contendo considerações sobre um editorial recente da Zero Hora, que critica a luta por um piso salarial nacional para a categoria. Copiei e colei do RS Urgente, que pode ser visitado clicando aqui.

Segue o texto.

“O Rio Grande do Sul paga os piores salários do país aos policiais. Há um claro e inadmissível contraste entre essa realidade e o fato de estarmos entre os entes federados com maior economia. Seria razoável esperar que os gaúchos tivessem mais capacidade de remunerar mais dignamente servidores que cumprem funções essenciais e exclusivas de Estado. A segurança pública frequenta prioridades de discursos e anima campanhas midiáticas por menos violência e contra as drogas.

Eis que quando iniciativas surgem para tentar alterar o quadro salarial vexatório, o segmento hegemônico de imprensa volta suas baterias contra a suposta farra de dinheiro público. Reportagens que parecem desconsiderar a realidade dos policiais e de suas famílias recrutam especialistas para afirmar que piso salarial nacional para a categoria é ruim. Por quê? Porque os estados têm capacidades financeiras diversas. Ora, mas se é piso, por que os com mais disponibilidade de caixa não podem pagar mais, como já faz o Distrito Federal? Por que o salário mínimo é nacional sem prejuízo de pisos regionais acima do mínimo nacional?

Há um esforço perverso nas notícias que atiram contra aquilo que defendemos. Chama-se editorialização de reportagens. Funciona assim: primeiro fecha-se questão sobre determinado assunto. Depois, são pautadas matérias com diversos ângulos que apontam para irresponsabilidade, farra e impactos supostamente insuportáveis para a sociedade. Colunistas mantêm o tom do discurso único e uníssono, afinal os veículos são livres para não serem plurais em visões de mundo.

Não é suportável ter os mais baixos salários do país e, ao mesmo tempo, ter a metade do efetivo previsto. Não é suportável exigir elucidação de inquéritos apenas quando uma pessoa importante é assassinada.

Não é suportável um policial ter a própria vida pautada pelo cotidiano da violência e, ao mesmo tempo, ver sua família refém da falta de perspectivas salariais condizentes com sua atividade. Mas a opinião de Zero Hora, por exemplo, chama o esforço legislativo e a necessária discussão sobre salários de policiais de “demagogia com dinheiro público”. Triste ver isso.

Os donos da mídia acham que o Estado tem que resolver o problema da segurança, desde que não se toque nos caixas que servem para isenções fiscais para grandes empresas - que também são grandes anunciantes. Não questionam seriamente a publicidade oficial que espalha outdoor onde a segurança pública melhora 151%.

Escondem em canto de página a notícia de que o Rio Grande do Sul usou recursos do SUS para fazer, irresponsavelmente, proselitismo em favor do déficit zero.Se morre ou adoece pobre que depende da saúde pública, paciência, pois o importante é reservar recursos para fazer negócios, espúrios inclusive, com aquele 1% da sociedade que detém quase 50% da renda nacional.

Se morre gente com tiros na favela ou se tem enchente nos bairros sem sanemento e sem captação de águas pluviais, no limite, torcem a verdade para culpar as vítimas. Basta de cinismo.

No enredo salarial do serviço público, policiais são vítimas e como tal exigem ser tratados. Quem atira contra nossos direitos de almejar salário digno está contra o direito essencial da sociedade de ter segurança pública de qualidade.

O poder das rotativas pode até tolerar aumentar muito acima da inflação os salários dos poucos que ganham muito. Professor e policial? É demagogia pretender vencimentos dignos para essas duas categorias numerosas, cujas entidades representativas, quando denunciam as manobras do governo, são tachadas de radicais nesses mesmos veículos, pelos mesmos editorialistas e pelos mesmos colunistas supostamente independentes. Eles estão contra você.

A Ugeirm vai, sim, insistir na campanha nacional pela aprovação da PEC 446, já aprovada em primeiro turno. Como se vê, existem aliados poderosos contra os interesses dos policiais espalhados no país, no RS inclusive. Nossa organização e unidade precisam ser fortes o suficiente para vencer a dissimulação do topo da pirâmide, que vira a cara para o lado da “responsabilidade” para não olhar para baixo, onde sempre tem um lugar reservado aos “irresponsáveis”.
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terça-feira, 9 de março de 2010

A demora do Ciro

Tchê, eu não confio no Ciro Gomes. Tem algumas coisas que me deixam com o pé atrás, quanto a essa figura. Ele já foi tucano de alta plumagem, e aparentemente, conserva saudades das antigas parcerias. Amiguinho do Aécio, chegado no Jereissati, para mim só não continua no PSDB porque não há espaço, no ninhal, que comporte o seu ego, o do FHC e o do Serra.

Além disso, é sabidamente aconselhado por aquele xarope do Mangabeira Unger (o ideólogo da MP da Grilagem), que não sabe nem falar em "brasileiro" direito, mas vive dando palpites furados em tudo. Para quem não lembra, o "Mangabeiga" era o principal guru do Ciro até pouco tempo atrás.

Acho bem claro que a demora do Ciro tem tudo a ver com as indefinições do Serra. Posso estar enganado, mas tudo indica que ele vai decidir conforme o posicionamento do tucano careca. Se o Serra concorrer mesmo a Presidente, acho que o Ciro aceitaria na hora concorrer para governador em São Paulo, com apoio do PT e dos outros partidos da base do LUla.

Mas, caso o Serra desista da Presidência, não tenho dúvidas que o Aécio será, sim, "convencido" pela direita nacional a tapar o furo dele. E ninguém melhor para ser seu vice que o próprio Ciro Gomes, que já vive elogiando o neto do Tancredo. Nesse caso, seria formada a melhor chapa anti-Dilma disponível no mercado. E a parada que agora parece fácil, ficaria indigesta, pela debandada (mesmo que "informal") dos PP/PMDB/PTB da vida para o lado deles. Sem falar na máquina mortífera da mídia burguesa apoiando os dois.

Aliás, a probabilidade do Ciro aceitar ser vice do Aécio sempre foi dez vezes maior do que ser vice da Dilma. É só olhar e ver.

Então, não sei qual a finalidade de petistas ficarem endeusando esse cara, como indica essa demora em lançar logo um candidato nosso ao governo de São Paulo. Essa vacilação pode sair caro. Acho até que já saiu. Está certo, nesse ponto, o Suplicy em ter se oferecido como pré-candidato. Não dá para ficar na mão dos outros, em situações tão importantes.

Aliás, está aí o principal erro da cúpula petista, em meu ponto de vista: achar que a eleição da Dilma é a coisa mais importante do mundo, a ponto de serem "sacrificáveis" nossas candidaturas nos Estados. É importante sim, e até imprescindível que a Dilma ganhe. Mas para mim, tão importante quanto isso, é retomar o Rio Grande do Sul (antes que acabe) e se esforçar para ganhar em São Paulo.

Essa avaliação de que Brasilia é tudo, e que justifica tudo, traz o meu maior receio: que o Lula deixe o Tarso pendurado no pincel, se o Fogaça apoiar, ou melhor, fingir que apoiar a Dilma. Isso aconteceu recentemente, com nossos candidatos a Prefeito no segundo turno da última eleição. Para mim, caso se repetisse agora, marcaria o "início do fim" do PT como partido, e o reconhecimento de que virou uma grande panelinha, mais focado em interesses pessoais do que partidários.

É triste, mas, se minha avaliação estiver correta, é grande a possibilidade do Ciro se revelar um grandíssimo Brutus, que ficou na trincheira enquanto pode, até ser mais conveniente cravar uma faca nas costas do Lula.

Nesse caso, seria bem feito para o próprio Lula, que é manhoso, mas não é esse gênio todo que anda se achando. Mas seria péssimo para o desenvolvimento do país, que hoje depende da eleição da Dilma como nunca dependeu antes da eleição de qualquer outra pessoa, na história desse país.

Bueno. Se eu, aqui em São Luiz Gonzaga, consegui ver isso, o Lula já deve ter vislumbrado esse cenário sinistro há tempos. Então, não entendo essa demora em apertar o Ciro, cortar logo as asinhas dele, e colocá-lo no papel que lhe cabe nessa disputa.


segunda-feira, 8 de março de 2010

Have You Ever Really Loved A Woman?

No Dia Internacional da mulher, presto homenagens me valendo do Bryan Adams.

Escolhi essa música, porque acho que toda mulher precisa - e merece - um pouco de romance. O clip é do filme Don Juan de Marco, com Johnny Depp. Gosto especialmente do final do filme, com o Marlon Brando e a Faye Dunaway dançando na praia, mostrando que o romantismo nada tem a ver com idade, beleza ou forma física.

Parabéns às mulheres, em geral, e à minha, em especial ...


sexta-feira, 5 de março de 2010

Perdi a chance de ser Rei Momo

Estou de volta a São Luiz Gonzaga, depois de ter ficado dois meses no serviço de praia. Em janeiro, Imbé. Em fevereiro, Cassino.

E ao contrário do que as pessoas normalmente acreditam, que é isso é uma coisa boa, considero ser necessário ressaltar a insatisfação, de nove entre dez dos Delegados convocados para a "missão".

Há, basicamente, dois tipos de problema para quem é escolhido.

O primeiro é que não existe qualquer consulta prévia sobre a vontade de ir. Ou seja, não há qualquer consideração sobre desdobramentos na vida pessoal do funcionário. Quem convoca não lembra que as pessoas podem ter compromissos pessoais conflitantes, no período. No meu caso, a notícia da convocação chegou em uma sexta-feira, para me apresentar na segunda. Mal dá para juntar a escova de dentes e o travesseiro, quanto mais organizar as questões familiares.

O segundo, e principal fator do descontentamento, é o baixíssimo valor da diária de Delegado, R$.62,00, insuficiente para alugar um lugar decente para ficar, quando mais cobrir as despesas de alimentação, combustível, pedágios no caminho, etc. Claro que, aqueles que forem de ônibus têm as passagens reembolsadas. Mas de ônibus, é ruim, porque não há linhas diretas para as localidades de destino. E ficar sem carro, na praia, aí também é dose.

Falando em diárias, e apenas para comparar, o pessoal contratado aqui em São Luiz, para o senso do IBGE, vai receber diária de R$.174,00 para fazer o treinamento em Santo Ângelo.

Na praia, uma colega me disse que tinha vergonha de contar para as pessoas o valor da nossa diária, e também de nosso salário, em comparação com colegas de outros Estados, Delegados da Polícia Federal, Defensores Públicos, Procuradores do Estado. Sem falar com Juízes de Promotores, que aí é abismo mesmo.

Bobagem. Vergonha é roubar, já diziam os antigos. É ser ímprobo, ou ser condescendente. Depois, os Delegados estão muito (mal) acostumados a ficar olhando para cima, esperando migalhas, por obra de algum benfeitor iluminado. Não se organizam. E aumento, ou tratamento digno por parte do patrão, é coisa que nunca caiu do céu.

Mas enfim, ordens são ordens. Missão dada, missão cumprida. A Operação Verão é um dos serviços mais importantes da Polícia Civil, mas tem esses efeitos colaterais internos. Poderia ser repensada, nos próximos anos, principalmente nesses dois aspectos. Fica aqui a sugestão, para quem estiver comandando a Segurança Pública ano que vem.

De ruim mesmo, é que perdi o carnaval. E logo este ano, em que pretendia me candidatar a Rei Momo. Uma pena. Fica para a próxima. Estou com 73 quilos, mas para o tamanho do carnaval de São Luiz, é um bom peso (rapaz, as malas-sem-alça acabaram com o carnaval da cidade).

Bueno, como encerrei esta divagação falando em carnaval, vai então um clip da músicas mais linda que eu conheço sobre o tema. De Chico Buarque, Vai Passar.