sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Malcom X

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Tresontontem estava assistindo "Malcom X", com o Denzel Washington, naquele canal de televisão que passa filmes antigos. Comigo, estava a Luísa, minha filha de 15 anos, à qual eu tentava explicar, mais ou menos, o contexto da história. O interessante é que a Luísa já tinha ouvido falar do Martin Luther King, mas do Malcom X não sabia nada.
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Eu considero que ambos foram personagens importantes, em seu tempo, na luta dos negros dos EUA, e que Luther King é mais "pop" devido à sua mensagem pacifista, que por não ameaçar (de fato) o status quo, recebe um destaque infinitamente maior na mídia dominante que a mensagem de Malcom X.
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Há também considerar que Luther king era cristão (batista, acho), enquanto Malcom aderiu ao Islã.
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Em determinado momento do filme é reproduzido um debate televisionado, no qual Malcom diz que, na época da escravidão existiam duas classes de negros, o que trabalhava e morava na casa dos amos brancos, e o dos campos. Enquanto o negro do campo era submetido a uma rotina cruel de trabalho e espancamento, para o negro da casa a vida era mais fácil, podendo usar roupas boas, se alimentar bem, e morar no sótão ou no porão. Mas eram ambos igualmente escravos.
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O negro do campo, segundo ele, odiava os amos brancos, enquando o negro da casa os amava. Se houvesse um incêndio, por exemplo, o negro doméstico se desesperava em apagar o fogo da "nossa" casa. E se o amo adoecia, ele dizia "nós estamos doentes".
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Ele concluia dizendo que o negro que descendia dos negros dos campos tinha, sim, razões históricas para odiar os brancos, enquanto o que descendia dos negros domésticos era conformado, buscava adaptar-se à rotina dos brancos, submetendo-se às mesmas condições de cidadão de segunda categoria. 
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Malcom pregava a sublevação dos negros contra o cativeiro, que se mantinha ainda nos anos 1960-1970, sob a forma de exclusão e pobreza. 
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Bueno, não sou negro, sou "pelo duro", que é como chamam aqui os mestiços. E não por isso, mas também por isso, me solidarizo com a causa étnica, defendendo sempre a política de quotas, por exemplo. 
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Hoje, por coincidência, achei essa bela arte com a qual ilustro o post, no blog Tudo em Cima, e lembrei do filme, que deixo aqui como dica, para o final de semana.
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"Malcom X" neles.
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