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Alguns chamam de lixo, e dão variadas classificações, como domiciliar (seco para reciclagem, orgânico para compostagem), industrial (aparas de metal, casca de arroz para gerar energia), da construção civil (terra, caliça, material preservado em demolições), e por aí afora.
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Eu chamo de mina de ouro, e dou uma única classificação: matéria-prima, cujo recolhimento, seleção, manipulação e revenda, se explorada pelo poder público, pode gerar lucro que sustente muitos programas sociais, especialmente na geração de emprego e renda.
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Tenho convicção de que o futuro dos municípios está no lixo. Até já concorri a Prefeito, motivado, confesso que quase exclusivamente, pela possibilidade de provar minha "tese". E escrevo frequentemente sobre o assunto (ver aqui). Mas, aparentemente, esse é um típico sonho de pisciano, que não consegue muitas adesões entre pessoas de outras casas zodiacais, que vivem no "mundo real".
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O problema é que essa atividade tem proporcionado - do jeito que está - extraordinários rendimentos para quem exerce nele alguma atividade privada (recolhimento de lixo, aterros sanitários, compra a venda de sucata, tele-entulho, etc.). E o poder econômico, já ensinava um sujeito chamado Marx, impede qualquer modificação, em qualquer coisa, quando o status quo lhe é conveniente.
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Além disso, e principalmente por isso, tudo o que envolve lixo se constitui, por supuesto, em fonte de propina para políticos corruptos. Arrisco dizer que está por aí a maior fonte de corrupção, em termos municipais, no país. Para quem não lembra, a execução do Prefeito Celso Daniel, em SP, deveu-se ao enfrentamento das máfias do lixo.
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Bueno, levando em consta que talvez textos dos outros consigam o que eu sozinho não alcanço, convencer a que exijamos dos nossos pré-candidatos propostas consistentes, e depois que tais projetos sejam executados, vou começar a reproduzir alguma coisa, aqui. Já que santo da casa não faz milagre, busquemos outros interlocutores.
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Hoje segue um texto que pesquei na Agência Brasil, via Blog do Luís Nassif.
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Lixo domiciliar pode gerar US$ 10 bilhões por ano ao país
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O economista Sabetai Calderoni, presidente do Instituto Brasil Ambiente e do Instituto de Desenvolvimento Sustentável, declarou neste sábado (17), que se o lixo domiciliar tivesse tratamento adequado, poderia gerar recursos da ordem de US$ 10 bilhões ao país por ano, dinheiro suficiente para beneficiar a população brasileira com cestas básicas e um plano habitacional.
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Para o economista, o “processo social de amadurecimento” que o país viveu nos últimos anos pode, com a implantação da atual Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece, por exemplo, o fim dos lixões e a logística de retorno de embalagens e produtos usados, aumentar ainda mais os ganhos com a reciclagem de lixo no Brasil.
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A gente gasta muito menos energia, por exemplo, quando usa sucata ao em vez de usar a matéria prima virgem. É o caso da latinha de alumínio, em que eu economizo 95% da energia. Da mesma forma, economizo minha matéria prima que é a bauxita [gasta-se 5 toneladas de bauxita para produção de 1 tonelada de alumínio], e ainda economizo água”, disse Calderoni. Na mesma conta, o economista ainda considera o pagamento feito pelas prefeituras aos aterros, que recebem e enterram os resíduos, além dos gastos com o transporte desse material e a perda dos ganhos que a reciclagem poderia gerar.
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Tanto o lixo domiciliar, quanto o entulho, produzido pela construção civil, por exemplo, poderiam ser tratados pela sistemática das centrais de reciclagem, modelo proposto por Calderoni para aumentar a lucratividade com a reciclagem de lixo no país. Para contornar custos das prefeituras com a implantação dessas unidades, a solução apontada pelo economista é a parceria com empresas . "Se fosse apenas um custo proibitivo e não valesse a pena, os empresários não teriam interesse em participar", declarou.
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Mais de 150 municípios já implantaram centrais que, segundo ele, derruba, na prática, argumentos que colocam o investimento necessário para a reciclagem como o empecilho. “Caro é pegar matéria-prima, chamar de lixo, pagar caro para transportar o lixo e gastar dinheiro para alguém receber e enterrar. É não entender que o que você está chamando de lixo é um conjunto de matéria-prima preciosa”, disse Calderoni.
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Fonte: Agência Brasil
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