Comecei a Copa do Mundo com a decisão de torcer para algum time africano.
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No primeiro jogo do Brasil, no entanto, meu superego vacilou, e quando percebi estava torcendo pelo time canarinho, mesmo com a intuição (ver aqui) de que o Dunga iria fazer uma fiasqueira.
O segundo jogo, contra a Costa do Marfim, eu não assisti. Para meu azar, estava no Plantão Regional, e deu um flagrante em Porto Xavier, no dia do jogo. Passamos a tarde inteira enfiados na Delegacia, trabalhando, só ouvindo uns foguetes de vez em quando.
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Sobre o flagrante, foi uma situação daquelas em que a gente às vezes até desanima. Mesmo com toda a divulgação do Estatuto do Desarmamento, tem gente que não aprende, e arruma um broncão por uma bobagem.
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O desse dia foi um exemplo clássico: dois caçadores, cada qual com uma espingarda, presos em flagrante, pela Brigada. Não tinham abatido nenhum animal, mas sobrou o porte ilegal de arma de fogo, para os dois. Crime inafiançável.
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Resumindo, como sempre, o resultado da babaquice dos presos, para nós, foram seis horas de trabalho, mais uma viagem de 80km, ida e volta. E aquele comunica-imediatamente-o-Juiz, informa-o-Promotor, informa-os-familiares (providências, aliás, muito adequadas, para coibir prisões ilegais).
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E leva os presos para fazer laudo (esses a Brigada já tinha levado). E campereia até achar um advogado que acompanhe o Auto, de graça, em pleno horário de jogo da seleção ...
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Depois, a produção de umas quarenta folhas de papelada, em quatro vias, com com os depoimento do autor da prisão (condutor), duas testemunhas e dois presos, tudo elaborado em uma impressora péssima.
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Como prêmio, a decisão do Juiz, que homologa o flagrante, mas solta os dois autuados, antes mesmo que os entregássemos no Presídio.
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Nada de novo, sob o sol. Desculpem o desabafo. Não hay que reclamar. Assim funcionam as coisas, e para isso é que nos pagam.
Retornando ao assunto, disseram que o Brasil arrebentou nesse, jogo então me motivei e comecei a torcer de verdade para a Seleção, embora soubesse que tinha tudo para dar errado. Mas foi só eu pegar minha bandeirinha, que aí é que tudo foi à breca mesmo. Às vezes, até eu mesmo acho que faço jus à fama de pé-frio.
Mas além do Brasil, torci para outras seleções, na Copa. Gostei muito de Gana, e torci a seu favor. Pena que perdeu.
Depois, passei a torcer também pela Alemanha. Pena que perdeu.
Torci muito, também, pelo Uruguai. Pena que perdeu.
Na final, torci muito para a Holanda, pois achava que ganhando o título vingaria aquela injustiça de 1974. Quem vivia naquele época lembra bem ... uma pena que perdeu.
Não sei por que, mas para a Espanha nunca torci.
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No final da Copa, estava me sentido o próprio Zé Jagger.
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Bueno, no retorno do futebol brasileiro, como bom gremista, tenho torcido à distância, sem assistir nem escutar, porque do jeito que esse time está, não é bom ter alguém supostamente azarado torcendo mais de perto. Na hora dos jogos, fico longe até do rádio, mesmo que esteja desligado.
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Abre um pequeno parênteses: isso não têm adiantado muito. Fecha, rápido, para mudar de assunto.
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Mas hoje estou resolvido. Vou acabar com essa fama, injusta, de pé-frio.
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Cumprindo minha obrigação de gaúcho, de noite vou assistir o jogo torcendo, aberta e confessadamente, para o Sport Club Internacional.
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Acredito sinceramente que a minha torcida pode ajudar o Colorado a ir adiante na Libertadores.
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Mas se eles perderem ... bom, daí ... vai ser uma pena.
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Vai secar uma pimenteira.
ResponderExcluirVejam só... Pois não é que o Inter terminou com esse incômodo de sentir-se um "pé frio"...hehehhe
ResponderExcluirVamos lá! Quinta que vem, contamos com a tua torcida - de novo!
Fabrício Bittencourt Nunes
Dom Pedrito
Não há de ser nada che,quarta vamos tomar um "chivas",contamos com voce
ResponderExcluirJaci Farias
Porto Alegre
Jaci Sebastião da Silva Farias? Meu camarada, irmão, da faculdade? Se for tu, me manda teu e-mail, índio véio.
ResponderExcluirCamarada José Renato, há quanto tempo che, por onde andas, que tens feito nessa vida guapa?
ResponderExcluirMeu imail é coluna.prestes@yahoo.com.br, é só escrever paysano. Um abraço deste seu peão para serviços de natureza extra leve e bem remunerados.
Tchê, estive pelo mundo, e andei por ele. Faz uns 15 anos que não nos vemos, e fiz uma porção de coisas. Umas coisas certas, outras erradas, mas fiz meus movimentos. Pelo teu e-mail vejo que continuamos os dois uns dinossauros comunistas. te mando um e-mail particular. Abração. Juízo.
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