sábado, 31 de março de 2012

Querência Amada

Uma vez fomos fazer um trabalho policial em Santa Cataria, e na volta nossa viatura estragou, distante ainda de Porto Alegre. Não lembro em que trecho estávamos, mas era longe, pois demorou umas quatro horas até sermos resgatados por outra equipe da Cogepol.
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Enquanto espervamos, vimos que havia uma "correaria" ao lado da estrada. Fomos até lá, sendo bem recebidos pelo proprietário, um velho barbudo que fabricava de tudo, das celas mais elaboradas, até os aperos mais bonitos. Pelegos, baixeros, rédeas, mangos, e por ai afora. Tinha o que fosse preciso para trabalhar no campo, desfilar no 20 de Setembro, ou brincar de gauchão de apartamento.
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Pois esse velhão me disse uma coisa bem engraçada: "Rui Biriva, Osvaldir e Carlos Magrão, Tchê Music... no meu radio esses veados não cantam. Se começa uma música deles, eu troco a estação ou desligo".
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Achei muito interessante o ponto de vista dele. Até adotei esse método, com relação às glamorosas do Cansei. Na minha tv, a Hebe não aparece mais, desde então. E a Ivete Sangalo, outra cansada que garrei nojo, também não vai dar Ibope no meu aparelho.
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Uns anos depois conheci o Rui Biriva, grande pessoa, lá em Dom Pedrito, e contei o causo para ele. Chê, ele achou engraçado demais, se rolava de dar risada. Isso demonstra que o Rui era um grande caráter, pois para levar a crítica assim, na esportiva, a pessoa tem que ter uma segurança muito grande no seu próprio talento.
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Bueno, Tchê Music eu também não suporto. Mas Osvaldir e Carlos Magrão eu gosto, desde os tempos em que a torcida do Imortal embalava o time do Felipão, nas conquistas da década de 1990. Era bonito escutar a torcida cantando Teixerinha, enquanto o melhor jogador que já vestiu uma camisa número 5 aqui no Estado, o Dinho, elegantemente distribuía pancadas passes no meio de campo.
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Hoje, assisti o Jornal do Almoço para ver se passava algo da Operação Navalha, e a dupla estava animando o telejornal. Me deu vontade, e como o blog é meu, ninguém tem nada a ver com o que posto ou censuro, nem o velhão daquela correaria, vai aí o clipe de Querência Amada. 
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Também serve para matarmos a saudade daquele tempo, em que o Grêmio ainda tinha time.
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Um comentário:

  1. Me lembro do Olímpico todo cantando Querência Amada, não como cantava o Texeirinha, mas na cadência do Oswaldir e Carlos Magrão.
    E lembro do Dinho também, "distribuindo o jogo" pra cima dos atacantes do time adversário (em especial, Palmeiras do Luxa)...rrrsss....rrsss....

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