quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Pai Arnóbio já sabia.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Voltamos!
Depois de alguns dias fora do ar, primeiro por problemas para acessar o blogger, e depois, devido a uma viagem a Porto Alegre por motivos profissionais, consegui finalmente voltar para São Luiz, e para o blog.
Mas voltei, e agora para ficar. Quando cheguei em frente ao portão, a cadelinha até me sorriu latindo, mas os gatos nem me deram bola.
E, como é finalzinho de ano, contabilizo as principais conquistas o período. A principal, que não é uma vitória minha, e sim da comunidade, mas à qual me associo porque participei de algumas batalhas, é o trancamento da licitação da privatização da água.
Quanto a isso, não foi preciso nem apelar para o Pai Arnóbio. O glorioso TCE trancou a privatização. Ainda bem, pois caso contrário, o futuro do Município estaria completamente comprometido por uma dívida impagável, contraída por nosso Alcaide, apenas para dar de presente os serviços de água e esgoto a seus amigos da empresa privada. E logo adiante, a melhor água do Aquífero Guarani estaria seguindo para a Europa, devidamente engarrafada. Essa luta continua em 2010, mas como já disse, não estamos mais somente com o toquinho da adaga!
No futebol, o Grêmio não ganhou nada. Mas também não foi muito mal, considerando que em outros anos em que tínhamos times e técnicos melhores fomos mais fundo no poço. E alguns jogos até foram bons de assistir, pela televisão. No caso do imortal, o melhor do ano foi o amistoso do Danrei, este mês. Paulo Nunes cruzando, Jardel encaçapando de cabeça, Dinho esbanjando futebol-arte, é demais. Se alguém gravou, por favor me mande.
Na política, a despedida de Dom Pedrito, depois de uma cansativa mas vitoriosa campanha para Prefeito, e a mudança para São Luiz, depois de 23 anos andando pelo mundo. Uma nova companheirada, um espacinho na Executiva Municipal do PT, e boas conversas em andamento sobre uma pré-candidatura a Deputado Estadual.
Na Polícia, a coisa poderia ter sido bem melhor. Mas ruim tambem não tá, pelo menos como já esteve antes. Quem já passou pelo que passei, e sobreviveu, não tem o direito de achar mais nada ruim, na profissão.
Na saúde, bons resultados nos exames rotineiros, uma grande melhora na qualidade da alimentação, e planos para começar a musculação ano que vem. Vai ser numa segunda-feira, só não sei o dia e o mês.
No amor, as coisas estão cada vez melhores, com a minha gatinha. Pareço até uma garrafa de um bom vinho. Quanto mais velho, melhor fico.
As duas filhas, uma se formando no ensino fundamental e outra na faculdade. A Luísa, que entrou o ano com a perna quebrada, sarou bem, e passou da 8ª série (que eu só repeti uma vez) para 1º ano do antigo 2º Grau (que eu levei cinco anos para concluir, com muito capricho).
E a Ana Paula, concluindo Design Gráfico na UFPEL, com a monografia "Crítica Social nas Histórias em Quadrinhos - As potencialidades da Comunicação de Massa como objeto de estudo do Design Gráfico". Que beleza!
Então, considerando que tudo foi tão bom em 2009, elenco alguns pedidos para o Papai do Céu em 2010.
1 - Tarso Governador
2 - Dilma Presidente
3 - Renovaçao do contrato entre São Luiz Gonzaga e a CORSAN
4 - Grêmio campeão da Copa do Brasil
5 - Lula Presidente da ONU
6 - Uma certa pessoa, atualmente "importante", recolhida bem lá, no fundinho do xilindró.
Sem falar no de sempre. Saúde, paz, amor, felicidade, para os meus e para os seus.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Enquanto isso, na escola
domingo, 20 de dezembro de 2009
O discurso de um "analfabeto"
Primeiro, colocou uma frase-título no seu latifúndio improdutivo dominical: "O ensino no Brasil tornou-se obrigatório após os cinco anos. O Lula está há sete, e nada."
É uma sentença sem sentido, onde uma frase não se liga à anterior, além de não estar ligada a contexto algum, a fato nenhum. Não se entende o porquê da mensagem. Mas fica clara a intenção do garatujador: chamar o Presidente de analfabeto.
Quem é desprovido de talento, como o dito cujo, deveria simplesmente escrever: "O Lula é analfabeto". Daí, pelo menos, facilitaria para entender sua mensagem. Total, graça, não tem mesmo ...
Mais abaixo, o "engraçadíssimo" colunista colocou uma fotografia do Lula entre o Obama e o Lugo, com o título "Emissões", com um balão no qual escrito "Juro que não fui eu".
Em outro contexto, daria até para interpretar como sendo uma crítica aos "Desenvolvidos", no sentido de que não fomos nós quem produzimos o atual estágio de aquecimento global. E que, portanto, não cabe somente ao Brasil se empenhar na solução. Mas a intenção não é essa. A intenção é outra, das mais rasteiras, de colocar o Lula como aquele personagem da piada que solta um "pum".
Mas e a graça? Cadê a graça? Esse tipo de coisa já está me deixando meio "lulista". Me sinto na obrigação de fazer o contraponto.
A despeito dos despeitados, a verdade é Lula é o Presidente que mais criou Universidades Públicas; que bancou o PROUNI, permitindo a milhares de estudantes pobres estudarem em Universidadas privadas (e com isso as está salvando da falência); e que criou dezenas de Escolas Técnicas Federais (talvez a iniciativa mais revolucionária na educação brasileira, ainda não percebida por muitos), além do piso nacional para os professores, da inclusão digital e educação à distância como programas federais, etc.
É preciso ser mais que um "analfabeto soltador de pums" para comandar esse processo.
Os Marco Aurélios da vida usam seus espaços para reduzir a importância de Lula, em um servilismo aos patrões visível e lamentável.
Nunca, jamais, nada do que for realizado, não só pelo Lula, mas também pelo Olívio, pelo Tarso, Raul ou Verle, pela Erundina, pela Marta ou pela Dilma, vai receber elogios dessa gente. Isso é postura de classe dos patrões, obedecida pelos subalternos. Marco Aurélio, Santana, David Coimbra, Ana Amélia, Rosane Oliveira, Túlio Milman, André Machado, todos eles raciocinam pela cabeça do grande patrão burguês.
Mas não adianta. O Lula é o cara. O cara que está mudando este país, e que o mundo aprendeu a admirar. O cara que semana passada foi por quatro vezes interromplido por aplausos, durante quinze minutos de seu discurso final em Copenhague.
Postei adiante os vídeos do discurso histórico, convidando os leitores a terem paciência de baixar e ouvir, ainda que demore um pouquinho. Depois do discurso da posse, em 2003, essa é a talvez fala que mais gostei do Lula, nesses trinta anos nos quais o escuto.
Um discurso aplaudido não por militantes pagos, como nos comícios do PMDB, nem pela claque de cupinchas e CCs dos encontros do PP e PSDB. Tampouco por metalúrgicos do ABC, militantes da CUT, ou fanáticos do PT. Aplausos de Presidentes, Primeiros Ministros, e outros mandatários de todos os países o mundo.
E com um detalhe: o companheiro falou de improviso. Ninguém poderá dizer que apenas leu o discurso escrito por acessores.
Então, não importa o que essas múmias recalcadas escrevam ou rabisquem. Importa é que os cães ladram e a caravana toca em frente.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Revogado o Edital da Privatização da Água
Espero não estar excessivamente otimista, mas parece que voltamos à estaca zero nesse debate. Só não estamos mais lutando só com o cabinho da adaga. Agora estamos em outro patamar de esclarecimento e mobilização, quanto a essa patifaria que estavam pretendendo realizar.
Na mesma edição do jornal, é noticiado o motivo do Alcaide ter revogado a concorrência: no dia 15.12.2009, houve uma decisão liminar de um Conselheiro do TCE que sustou a licitação.
Por quais motivos o Conselheiro agiu assim? Não se sabe, mas na decisão, adiante reproduzida, é mencionado que trata-se de um processo de Inspeção Especial do TCE na Prefeitura. Os auditores do TCE, nas inspeções que fazem regularmente na Prefeitura, devem ter encontrado irregularidades suficientes, para justificar a expedição de Medida Cautelar.
Mas a revogação veio bem a tempo, pois consta que duas empresas privadas já haviam realizado depósito de R$ 1.400.000,00 para concorrerem. Quais empresas? Segredo de Estado. Aliás, segredo de Município ...
Enquanto isso, a Corsan também havia ingressado com um recurso administrativo na Prefeitura Municipal, levantando muitas irregularidades do Edital e pedindo sua revogação. A seguir, certamente iria à Justiça.
A decisão que susta o processo, e proíbe novos atos "tendentes a lhe dar continuidade", foi disponibilizada no Diário Eletrônico do TCE, sendo reproduzida a seguir:
"Relator: Conselheiro Hélio Saul Mileski
Processo 9951-0200/09-4
Inspeção Especial 2009
Órgão: PM de São Luiz Gonzaga
Intimado: Prefeito Vicente Diel
Data da decisão: 15.12.2009
Decisão: Determinada a expedição de Medida Cautelar, com fundamento no artigo 48, inciso XIII, do RITCE e artigo 42 da Lei Orgânica desta Corte, para, imediatamente, ser sustado o prosseguimeto da Concorrência Pública nº 05/2009 - Esecutivo Municipal de São Luiz Gonzaga, com a suspensão de qualquer ato tendente a dar continuidade à referida licitação, até que haja decisão definitiva sobre a matéria, no âmbito deste Tribunal. OBS: Fls. 3 a 17 e 103".
Só por curiosidade, fui consultar a base legal citada na decisão.
Diz o RITCE:
"Artigo 48 – Compete ao Conselheiro Relator:
(..)
XIII – determinar, em caráter de urgência, as medidas liminares acautelatórias ao erário, submetendo-as a referendo posterior do Colegiado competente, independentemente de inclusão em pauta."
E a Lei Orgânica do TCE:
"Art. 42 - O Tribunal de Contas, no exercício de suas competências, ao verificar a ocorrência de irregularidades ou ilegalidades, aplicará as sanções previstas nesta Lei, em especial, quando for o caso, no inciso VII do artigo 33, e adotará outras providências estabelecidas no Regimento Interno ou em Resolução, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório."
Já o mencionado Artigo 33, inciso VII, da mesma Lei Orgânica diz o seguinte:
"Art. 33 - Ao Tribunal de Contas, órgão de controle externo, no exercício da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, compete, nos termos do disposto nos artigos 70 a 72 da Constituição do Estado e na forma estabelecida nesta Lei, o seguinte:
(...)
VII – aplicar multas e determinar ressarcimentos ao erário, em caso de irregularidades ou ilegalidades;"
Humm! Multas, ressarcimento ao erário, irregularidades, ilegalidades, sanções, medidas acautelatórias ao erário ...
Sei não, parece que o Prefeito foi fisgado. De novo ...
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Suspensa privatização da água em São Luiz
O Gerente local da Corsan, JoãoInácio Bieger, concedeu entrevista, porém não soube informar maiores detalhes sobre a decisão. Estamos tentando conseguir mais informações, para postarmos aqui.
O Procurador do Município, advogado Cláudio Cavalheiro, também foi ouvido pelas rádios, dando as mesmas explicações esfarrapadas de sempre em favor da licitação, e disse que a assessoria da Prefeitura em Porto Alege (que será isso, um escritório contratado?) irá recorrer da decisão.
De qualquer forma, a suspensão do processo nos traz a esperança de que esse processo nefasto da privatização seja barrado.
No meio de tanta coisa ruim, como o término da CPI sem que os suspeitos nem sejam ouvidos; os pacotes do governo contra os direitos do funcionalismo; o empacamento das conversas na Dinamarca (o Serra tinha que ir lá dar azar), etc., uma boa notícia dessas me faz muito bem.
Mas a luta ainda continua.
......
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Quanto vale uma praça?
Eu não fui na festa. Não que seja contra a construção, ou contra a melhoria das condições em que o Estado, por qualquer de seus poderes, presta seu serviço público. Acho correto que os funcionários do Judiciário tenham condições confortáveis de trabalho, da mesma maneira que todos os servidores, de todos os órgãos, deveriam ter. Apenas resolvi não ir.
Não posso prestigiar uma cerimônia, por mais meritória que seja, que esteja embasada na destruição de uma praça, em uma região da cidade na qual não poderá ser substituída. Sei que houve debate acerca da localização do prédio, antes de minha transferência para cá. E que ganhou a posição "desenvolvimentista". É preciso construir o prédio ali para desenvolver o bairro, disseram. E para que São Luiz seja um polo de desenvolvimento regional. Daí o Alcaide correu a doar o terreno de uma preciosa praça para que, derrubadas as árvores necessárias, seja construído o prédio de seis andares.
Eu lembro do início dessa praça. Quando eu era bem pequeno, nos anos 1970, a Construtora Veloso e Camargo veio para São Luiz, construir a BR 285. E se instalou em todo aquele quarteirão do Bairro Agrícola, a uma quadra ao norte da avenida, e duas quadras ao leste da Rua Hipólito Ribeiro. Eles construíram uma vila de casas pré-fabricadas, ao redor da quadra, e no miolo do quarteirão, um campo de futebol espetacular, todo nivelado e cercado por tela.
Depois que e BR ficou pronta, e a construtora foi embora, e restou o campo, nivelado, no qual passávamos as tardes jogando memoráveis peladas, gazeando a aula no Polivalente. Alguns craques saíram dali.
Na década de 1980, caparam a metade do terreno, e construíram o Hospital Materno Infantil. Depois, foram ampliando o prédio, para abrigar outros serviços municipais, especialmente na área da saúde.
A parte de baixo da praça foi deixada em paz desde então, e as árvores cresceram, havendo atualmente muitas com altura superior a vinte metros. A praça contém, inclusive, vários caminhos internos, e com um pouco de capricho, um parquinho para crianças e umas mesas de damas para os idosos, poderia ser facilmente transformada em uma praça tão aprazível quando a da Matriz, no Centro, reconhecida como uma das mais belas do Estado.
Não sei por que raios o Judiciário resolveu construir logo ali o novo prédio, ocupando mais um quarto do quarteirão. E acho que a Prefeitura doou sem pensar muito. Melhor não contrariar o Judiciário ...
Há alguns erros nesse encaminhamento, na minha singela opinião.
Primeiro, tá certo que é o "maior investimento público da história”, um prédio de 11 milhões de reais, e blá-blá-blá. Mas não é por isso que tinha que ser logo ali. Poderia ser qualquer outro terreno que a prefeitura tivesse, ou então desapropriasse para repassar ao Judiciário, tendo em vista o interesse público.
Mas não esses espaços estratégicos, já usados como praça ou com potencial para essa ocupação. O investimento em praças, com áreas de lazer e quadras para prática esportiva, é uma das principais maneiras do Município investir em Segurança Pública, muito mais eficaz que doar viaturas para a Polícia ou a Brigada.
Segundo, por qual razão o Judiciário, que tem dinheiro sobrando para construir prédios de milhões de reais, não compra os terrenos, devendo as prefeituras bancar essa despesa? É como se fosse a vaca mamando no terneiro.
Uma Prefeitura na qual faltam recursos para investimentos mínimos, como pavimentação decente nas ruas, ajudando um Poder que possui verbas suficientes para comprar qualquer terreno que quisesse. As prefeituras deveriam ser liberadas desse ônus, quando mais não fosse para construírem seus próprios prédios, para atendimento mais qualificado aos cidadãos e melhores condições de trabalho para o funcionalismo.
Terceiro, para mim é equivocado retirar esse serviço do Centro da cidade, para longe dos bancos, do transporte coletivo, do comércio, dos escritórios de advogacia, dos cartórios extrajudiciais, da Prefeitura, da Câmara, etc, e levá-los para quase dois quilômetros de distância. Haverá, imediatamente, uma demanda por investimentos da Prefeitura no entorno do novo prédio, do Transporte Coletivo à pavimentação, serviços esses que já estão prontos no Centro da cidade.
A descentralização vai no sentido oposto às tendências modernas de urbanismo, que defendem a concentração de serviços públicos em um determinado bairro, para que haja menos deslocamento, menos poluição pela fumaça dos carros, etc.
Soube que a vereadora Xuxu, do PT, foi uma das poucas pessoas lúcidas que argumentou sobre a possibilidade de buscar um local alternativo para o Foro. Mas basta acompanhar as sessões da Câmara, para ver que não passa uma semana sem que um vereador da situação a chame de "inimiga da cidade", por sua posição naquele debate.
O Edil a acusa de trabalhar para que São Luiz não se transforme em cidade-polo da microrregião, por ter defendido uma discussão melhor sobre a doação da praça para o Judiciário. Esse é um raciocínio muito superficial.
Para mim, andou correta nossa companheira, ao tentar defender um dos últimos espaços públicos da extinção. Sim, porque em todas as cidades em que foi construído novo Fórum, logo adiante é construído ao lado um prédio do Ministério Público. E aposto uma via do Edital da Privaização, como a Prefeitura correrá a doar o restante da praça para o MP.
Além disso, é uma primariedade acreditar que a construção de um Fórum vá colaborar para nosso fortalecimento como cidade-polo. A regionalização se dá em função do modelo de desenvolvimento econômico. Se a economia determinar que São Luiz seja polo, assim será. Se a economia não se organizar nesse sentido, não vai adiantar construir nem Foro, nem Mirante, nem a Torre Eifell no Bairro Agrícola, que não será cidade-polo.
É uma pena que o próprio Poder Judiciário não tenha pensado em alternativas menos traumáticas para o futuro da cidade. Mas agora, o mal está feito. Inês é morta, e aquelas árvores logo serão.
Eu fico me perguntando quanto vale uma praça. Quanto vale aquela praça. Para mim, vale mais do que o prédio, por mais bonito, chique, caro ou funcional que seja.
...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
O Lula vai tirar o povo da merda
Ao afirmar que "eu não quero saber se o João Castelo é do PSDB. Se o outro é do PFL. Eu não quero saber se é do PT. Eu quero é saber se o povo está na merda e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra; esse é o dado concreto", Lula tem consciência de que os opositores dirão que desrespeitou a postura pública que deveria manter em face de majestade do cargo que ocupa. Tanto que se antecipa à crítica anunciada: “Amanhã os comentaristas dos grandes jornais vão dizer que o Lula falou um palavrão, mas eu tenho consciência que eles falam mais palavrão do que eu todo dia e tenho consciência de como vive o povo pobre desse país".
Como tem sido colonizada para ter vergonha de ser o que é, uma boa parcela da classe média urbana se apresenta como defensora intransigente da propriedade, da família e do Estado Patrimonial. Confunde governo e salvação, ignora a representação, desconhece direitos sociais e políticos, menosprezando a exploração econômica, embora seja “mobilizável” por campanhas de caridades que reforcem a sua imagem de privilegiadas. Em busca de ilusões perdidas, está disponível para aventuras que realçam a ferocidade dos seus recalques. E qualquer enunciado que apresente um padrão variante é o suficiente para açular o seu ódio de classe.
Pouco lhe importa se campeia a violência, a truculência e a miséria. Em seu ilusório casulo, o que merece relevo é o destempero verbal de um presidente que não segue os padrões dos antigos donos do poder. É de pouca importância se o governo anterior reduziu a zero os empréstimos da Caixa Econômica Federal às autarquias e estatais da área de saneamento básico. Também não lhe tira o sono se a decisão política do tucanato provocou, além da dengue, surtos de cólera, leishmaniose visceral, tifo e disenterias. Ora, doenças resultantes da falta de saneamento não lhe incomodam, pois fezes liquefeitas são desprezíveis. A merda que lhe aflige é aquela que aparece no improviso presidencial como dado concreto.
Para Lula, o descalabro no saneamento é uma tragédia, e, de fato, o é. Por sua história, o presidente faz parte de uma legião de sobreviventes. De um exército que resistiu a séculos de dificuldades imensas, naturais e humanas. Tem orgulho saudável de sua força. Da força desse povo que come mandacaru e capulho verde de algodão e ainda tem a esperança desesperada de querer viver. Isso é coragem, é grandeza. Essa é a merda que a causa engulhos na grande imprensa e nos seus leitores indignados. Mas indignados com o quê, afinal?
Indignados pela existência de erros que se repetem há tempos? Indignados pela impotência de um saber divorciado da dimensão histórica e da responsabilidade social que deveria caber aos centros de ensino que freqüentaram? Indignados pela ameaça, concreta e imediata, da morte, pela fome endêmica e, até bem pouco tempo epidêmica, dos mais miseráveis? Não. O que os ruborizados pelo emprego da palavra "merda" não suportam é a ausência do promotor da "paz social", do garantidor de uma ordem política que lhes oferecia, através do conservadorismo autoritário, uma institucionalidade que muito apreciavam ética e esteticamente. Um simulacro de república feito sob medida.
O problema é que a vestimenta institucional brasileira parece calça curta, fazendo o país caminhar desajeitado, com medo do ridículo. A reforma mais urgente requer produção crescente de cidadania, a criação incessante de sujeitos portadores de direitos e deveres. Em uma sociedade fracionada, essa é a "merda" que ameaça e choca os estamentos mais reacionários: a realidade que não deveria ter emergido com modelagem tão nítida.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
O Lula e os aposentados
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Desde quando furto é crime, neste Brasil de bandidos?
Agora é a Tarsila
Em entrevista coletiva, os pessolistas lembraram que a Psicóloga (que está, aparentemente, sem trabalhar na profissão há um bom tempo), ocupa função apenas honorífica no Estado, cumprindo o que seria em tese o papel da primeira-dama, para o qual não há remuneração.
Eu não pude ouvir a entrevista, pois a Rádio Gaúcha não transmitiu, e as outras rádios da capital não pegam aqui em São Luiz Gonzaga. Acompanhei o que pude pelo twiter do RS Urgente. Depois, li umas coisas no blog do André Machado, do Clic Rbs. Até achei interessante que ele se adiantou na defesa, ao comentar sobre as prestações mensais de R$ 15.000,00 assumidas por ela, e escreveu que dá para juntar patrimônio para isso, tendo 40 anos (as palavras não foram bem estas, e não vou me dar o trabalho de ler de novo). Humm ... bota prestaçãozinha nisso! Será que foi no Banricompras?