sábado, 11 de julho de 2009

Dirigir é um estresse


Acho que eu já dirijo há uns trinta anos. Carteira, pelo menos, eu tenho desde os dezoito, e nesses anos todos devo ter rodado uma quilometragem suficiente para dar algumas voltas no planeta. Mas, de uns tempos para cá, descobri que não gosto mais de dirigir.

Até então, a serviço ou a passeio, cruzava o Estado dirigindo e não sentia o mínimo cansaço, ficava até mais disposto.

Agora, tenho preguiça até de movimentar o carro na garagem. Torço por uma carona, ou que dirijam para mim. É muito mais agradável o banco do caroneiro, a possibilidade de olhar pela janela, e ver o movimento das calçadas, a arquitetura das casas, a paisagem do campo.

É que tem muito estresse no trânsito, mesmo em cidades menores, como São Luiz. A impaciência é geral. Tem muito Pato Donald dirigindo por aí, ficando agressivo por qualquer coisa.

Um dia desses, aguardei um tempão na esquina do IPE, esperando a chance de dobrar à esquerda, e subir em direção à Praça. Quando diminuiu o movimento da minha mão esquerda, que descia a São João, e vi que o carro que vinha na minha mão direita estava ainda lá pelo meio da outra quadra, bem longe da esquina, me movimentei. Só que esse motorista, ao ver o que eu fazia, ao invés de seguir na mesma velocidade, acelerou seu carro, de forma que eu tive que entrar na contramão para evitar uma batida. E foi embora fazendo gestos, como se fosse eu o errado.

Ele me viu, e acelerou de propósito. Se continuasse na mesma velocidade, eu teria entrado normalmente, e ele não teria se atrasado nem meio segundo. Tenho certeza que fiz a manobra certa, no tempo certo, mas mesmo que estivesse errado, o comportamento correto dele (o bom motorista) seria diminuir a velocidade e dar espaço para que o barbeiro (eu, no caso) completasse a manobra.

Talvez ele tenha pensado que, como estava na via preferencial, ainda que longe da esquina, era muita audácia minha não aguardar sua passagem, e quis mostrar quem era o motorista-alfa por ali. Pura maldade.

Essas coisas acontecem o tempo todo, e é isso que me desanima. Muito poucas pessoas seguram o carro para que o motorista da frente manobre para estacionar, ou para sair do estacionamento ou garagem. Quase ninguém reduz a velocidade para que o outro carro possa trocar de faixa, ou evita parar o carro sobre a faixa de segurança, mas muitos exageram na velocidade, colocam o som à todo volume, e por aí afora. Há pouca gentileza no trânsito, e talvez eu é que esteja errado, por não mostrar toda a minha testosterona ao volante.

Mas tudo bem. Logo que eu acertar na Mega Sena, vou contratar um chauffer. Um Jarbas, um Charles, o nome tanto faz, contanto que tenha curso de direção defensiva.

E aí vou no banco de trás, só olhando pela janelinha ...

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