segunda-feira, 31 de maio de 2010
Quem mandou a Ford embora, afinal?
Pouco tempo atrás, aliás, circulou novamente na mídia o assunto relativo ao terreno èm Guaíba, destinado à multinacional americana por Antônio Britto. Nessa ocasião, o debate era acerca da impossibilidade de se fazer industrialização no local, por se tratar de área remanescente de quilombos. E, mais uma vez, voltou o coro de que "Olívio mandou a Ford embora".
Eu sempre disse que não, que o Governo do PT se esforçou o quanto pode para manter aqui o investimento, mas houve articulações fortíssimas do FHC para que se mudasse para a Bahia.
O que quase ninguém sabia, eu inclusive, é que a Ford havia embolsado, e não devolveu, umas boas parcelas de milhões de reais que o Britto havia adiantado. E que o Governo do PT havia entrado na Justiça alegando a quebra de contrato, e pedindo a devolução do valor apropriado indevidamente pela montadora.
Pois o Sul 21 nos esclarece que houve uma sentença judicial, transitada em julgado, que condena a Ford a indenizar o Estado do Rio Grande do Sul, pelo rompimento unilateral daquele contrato, com as devidas obrigações de pagar uma boa grana (uns 200 milhões de reais). Pena que esse dinheiro vai entrar ainda no Governo da Yeda, então há o risco de que seja torrado em bobagens.
Então, dá para perguntar: e agora, quem mandou a Ford embora afinal?
Para ter maiores detalhes da decisão, inclusive com o dispositivo da sentença, visite o Sul 21;
E só para não deixar passar em branco, o texto da reportagem lembra que o principal articulador da ida da Ford para a Bahia foi Pedro Parente, pessoa que depois de deixar o Ministério do FHC foi por sete anos Vice-Presidente Executivo da RBS, grupo que controla a mídia gaúcha (Zero Hora, Rádio Gaúcha, RBS TV. etc.), como se pode conferir aqui.
Talvez esse seja o motivo pelo qual o monopólio midiático gaúcho não tenha mencionado a decisão judicial, de seis meses atrás (dezembro de 2009.
O Sul 21, só por esse "furo", já justificou o primeiro mês de vida. Parabéns.
...
sábado, 29 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
A prática da tolerância
Tolerância é uma palavra importante.
domingo, 23 de maio de 2010
Gentileza gera gentileza
Reproduzo abaixo um de seus textos-murais, extraído do Livro Univvverrsso Gentileza, do pesquisador carioca Leonardo Guelman:
a natureza não cobra pra dar alimentação para nós.
Esse dia lindo,
essa luz que está em cima de nós, a nossa vida,
ou seja, vem do mundo, é de graça,
é Deus nosso Pai que dá.
Agora o capeta do homem que é o capitalismo, é que vende tudo, destrói tudo, destruindo a própria humanidade.
Capeta vem de origem capital. É o vil metal
Faz o diabo, demônio marginal.
Por esse motivo, a humanidade vive mal.
Mal de situação,
mau de maldade,
porque o capitalismo é falsidade,
o pranto de toda a maldade,
raiz de toda a perversidade do mundo.
É o dinheiro.
O dinheiro destrói a mente da humanidade.
O dinheiro coloca a humanidade surdo.
O dinheiro destrói o amor.
O dinheiro cega.
O dinheiro mata.
Todo dia você lê jornal, ouve rádio,
televisão, só vê barbaridade:
é crime, é assalto, é seqüestro, é vício, nudez,
devassidão, fome e guerra.
Vai ver qual é a causa:
capitalismo."
Para conhecer mais, sugiro http://www.gentileza.net/ e http://www.riocomgentileza.com.br/.
------------------------------------------
Esta é uma postagem antiga, que me deu vontade de postar de novo, aqui.
sábado, 22 de maio de 2010
Paraíso ou Inferno
"Um certo homem viveu amorosamente toda sua vida.
Quando morreu, claro, dirigiu-se ao paraíso.
Ao chegar lá, o sistema de controle do paraíso estava com defeito e lhe informaram que seu nome não constava na lista. Ele deveria, portanto, dirigir-se ao inferno.
Bom, inferno vocês já sabem como é que é o inferno.
Qualquer um que chega imediatamente é convidado a entrar.
Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso às portas do paraíso para tomar satisfação com São Pedro.
Olha aqui, isso que vocês estão fazendo é puro terrorismo. Nunca imaginei que vocês fossem capazes de um golpe tão baixo, disse o Demo.
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava.
O Demônio explicou: Vocês mandaram aquele sujeito para o inferno, e ele está fazendo a maior bagunça por lá. Por causa dele, está todo mundo dialogando, se abraçando, um sendo amoroso com o outro.
Olha, aquilo está virando um verdadeiro paraíso.
Porque para aquele homem, estar no paraíso ou no inferno, não fazia a menor diferença.
E quando o meu mestre me contou essa história, completou dizendo: filho, viva tão amorosamente, com tanta simplicidade, que se a colocarem no inferno, qualquer que seja ele e, mesmo que por engano, o Demônio a mandará de volta para o paraíso, porque ele não vai suportar você."
-----------------------------------------------
Recebi o texto acima da minha mulher, Djanira, para me ajudar um pouco nesse momento profissional tumultuado que estou atravessando. A autoria é atribuiída a Roberto Shinyashiki, mas não temos certeza, pois na Internet é comum trocarem os nomes dos autores dos textos.
Considero uma belíssima lição, que mesmo eu, pessoa com dificuldades com a chamada auto-ajuda, já usei em pelo menos dois momentos.
A primeira vez, quando me colocaram no setor de Telepis da Caixa Federal, em 1996, quando voltei de um período liberado para o Sindicato dos Bancários, e era horrível. Fiquei muito deprimido, mas conheci esse texto, e o apliquei, trabalhando alegre, como se ainda estivesse na minha caixa da Agência Paineira. E deu certo. O Diabo me devolveu daquele inferno, pois não durou um mês a aparecer uma proposta, totalmente inesperada, de ser "CC" na Prefeitura de Porto Alegre, a qual mudou o rumo da nossa vida.
Depois, quando numa dessas sacanagens que a Polícia costuma fazer, me mandaram para Dom Pedrito, um município onde a Delegacia não tem condição alguma de funcionar, pela carência de servidores. São quatro policiais civis para fazer tudo, em uma cidade de 40.000 habitantes. A ante-sala do inferno. Mas encarei positivamente a missão, me esforcei muito, e acabei ficando cinco anos por lá. Sem falsa modéstia, fiz um grande serviço e construí muitas amizades. Foi tão positivo que acabei concorrendo a Prefeito pelo PT, fazendo uma votação expressiva para a realidade (3.847 votos) e ajudando a eleger dois vereadores.
E tudo isso porque me comportei da mesma maneira de sempre, mesmo sabendo que, para "eles", a idéia era me colocar em um inferno. Trabalhei motivado, do mesmo jeito de sempre, e deu certo.
Na verdade, o que torna um local desagradável ou não é a nossa postura em relação à dificuldade.
Acho que foi o Camarada Mao que fez aquela metáfora da força externa sobre um corpo ou objeto. Não lembro bem, parece que foi em outra encarnação de tanto tempo que passou desde que li aquilo.
Era era mais ou menos o seguinte: se uma força externa incide sobre um objeto, a transformação que ela provocará dependerá da consistência desse objeto (e da tal de resiliência); se fizermos incidir calor sobre um ovo, em temperatura e tempo adequados, podemos transformá-lo em um pintinho; mas se fizermos incidir essa mesma temperatura em uma pedra, pelo mesmo tempo, não ocorrerá absolutamente nada.
Então, o paraíso ou o inferno profissional depende muito da maneira como reagimos a cada situação. E quanto a isso, eu sou uma rocha.
Djanira, obrigado pela mensagem. Te amo cada vez mais.
...