quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Ana Amélia e a choradeira dos latifundiários

Rapaz, cheguei a ficar com pena do pessoal do agrobusiness ontem, no horário eleitoral da candidata da Arena ao Senado, a Ana Amélia Lemos.

A "ex" do Aparício, que no século passado cantava "não-aperta-aparício-não-aperta", entrevistou uns dez velhacos lustrosos, numa espécie de encontro, armado na Expointer. Ficaram todos sentados em um círculo, com ela numa das pontas, sendo filmada escutando atentamente as "demandas do setor".

E dos mais ou menos dez coitados e empobrecidos "produtores" entrevistados, pelo menos sete - que eu contei - fizeram uma choradeira.

"Falta renda", dizia um. "Não temos renda", replicava outro. "O principal problema é que não temos renda", repisava um terceiro.

Báh! Os coitados devem estar na merda!

Pelo que entendi, a Amélia continua se preocupando com o aperto, só que não é mais do Aparício, contra ela própria, mas de sabe-se-lá-quem contra os latifundiários gaúchos.

Isso é com certeza uma baita duma injusticia contra esse povo, que além de não possuir "quase nada" de terra, agora, além da estafante tarefa de ganhar o pão com o suor do rosto de seus peões e agregados, sofre com a tal falta de renda.

Imagino que seja aperto por parte do Governo. Deve ser, pois sempre ouço que o governo só atrapalha o agronegócio. E, o "lulismo" de resultados não deu nada para o campo, nesses anos todos. Nenhuma renegociação de dívidas com condições facilitadas, nenhum AGF, nenhum EGF, nenhuma abertura de mercado no exterior, nenhuma linha de crédito com juros subsidiados ... nada ...

No final da reunião-entrevista, a candidata que pretende "renovar" o Senado (quáquáquácofcofcof ... hããã ... desculpem) se comprometeu a lutar contra esse problema.

Afinal, segundo ela, se não é o esforço dessa gente, "não tem café da manhã, almoço nem janta na casa das pessoas", e "quando o campo vai mal, a cidade também vai mal". Discurso inédito, enriquecido por frases, aliás, nunca antes ditas por nenhum outro político direitoso na história deste Estado.

Fiquei matutando sobre o pobrema. Até me deu pena dos coitados. Ficar sem renda é um negócio muito sério. O Lula sabe bem disso. Sabe o que é passar fome. E por isso criou o Bolsa-Famíia, maior programa de distribuição de renda do mundo, pelo que dizem.

Então, alguém daí, desses blogs mais influentes, faça o favor de intervir, também, no sentido de aliviar esse martírio. Lancem uma campanha para incluir a todos esses "sem-renda" no Bolsa-Família.

Pelo menos para que os velhacos não passem fome, que ninguém merece.

Quem sabe, tendo essa força, podendo pelo menos comer três vezes por dia, eles possam até melhorar um pouco seu padrão de vida, tão sofrido ...


Um comentário:

  1. Eles querem é o bolsa camionete importada, bolsa boate e bolsa viagem. Essa gente só sabe é sugar. Querem empréstimos subsiados para plantar, preço mínimo, incentivos, não pagar impostos e renegociar sempre as dívidas. Risco zero e trabalho também. Assim, não dá o brasileiro tem que deixar de ser pai de cascudo, no caso de latifundiário parasita.

    ResponderExcluir