Gosto demais do site Carta Maior. O seu editorial de hoje (reproduzido adiante) aborda a escolha, provavelmente equivocada, do mote da campanha da direita nas próximas eleições presidenciais: "O Brasil Pode Mais".
Vai ser muito difícil para eles sustentar esse argumento, pois o bom momento da economia é ingrediente poderoso na definição do voto. Isso foi visto até, de forma meio transversal, nas últimas eleições municipais, quando houve um inédito percentual de prefeitos reeleitos.
O boom da economia traz ao eleitor a dúvida sobre ser vantajosa qualquer mudança. No caso dos municípios, isso certamente beneficiou de algum modo todos os Prefeitos que concorriam à reeleição, mesmo os muito medíocres e antipetistas, por paradoxal que seja.
Daí, eu acho que vai ser duro para o Serra convencer que "Pode Mais" que a Dilma. E tenho para mim que a Dilma vai "patrolar" nesta eleição, não só por esse, mas também por muitos outros motivos.
Segue o Editorial referido:
"Desidratar a dimensão política-eleitoral de uma economia que está bombando é o desafio, cada dia mais complicado, a que José Serra e a mídia demotucana se auto-impuseram, ao adotar um slogan de campanha eivado de potencial efeito bumerangue.
Dizer que pode mais, quem fez tão menos quando foi governo, já era malabarismo a evocar talentos de manipulação midiática conhecidos.
A tarefa se torna cada dia mais complicada, porém, diante de resultados econômicos que desmentem na prática a fantasia marqueteira, evidenciando o truque de palavras desprovido de conteúdo histórico.
Aos fatos:
a) renda no Brasil retomou os níveis pré-crise;
b) poder de compra das famílias antigiu o maior patamar em uma década e meia;
c) a proporção de brasileiros abaixo da linha de miséria caiu 43% desde 2003;
d) recorde de 657 mil empregos criados no 1º trimestre deste ano;
e) ganhos com o trabalho superam de longe os com benefícios sociais;
f) salário mínimo hoje compra 2,2 cestas básicas - no final da era tucana só conseguia comprar a metade disso.
Ocultar esse desmascaramento é questão de vida ou morte para a coalizão demotucana. Evidenciá-lo, sem se dispersar com as armadilhas criadas pelo jornalismo serrista, é a disciplina da qual ainda se ressente a campanha de Dilma Rousseff."
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