quinta-feira, 15 de abril de 2010

Por milhões de empregos, Dilma Presidente

O desemprego é uma merda. Eu já tive o desprazer de ficar desempregado, mais de uma vez até, e acho que é uma das piores coisas que pode acontecer com uma pessoa. Bem dizia o Gonzaguinha, naquela música antiga, que "sem o seu trabalho, o homem não tem honra, e sem a sua honra, se morre, se mata ... não dá pra ser feliz, não dá para ser feliz!".

Era uma dureza passar os domingos folheando os classificados, e a partir da primeira hora das segundas-feiras, enfrentar as filas das agências de emprego, com aquele sentimento danado que era um misto de esperança e medo. Esperança de conseguir uma colocação. Medo de ter que passar mais uma semana tentando.

Essa barra, do desemprego, pesou para mim em 1986-87, quando o Sarney nos fez o favor de quebrar o país com o maldito Plano Cruzado, e pulverizou milhões de empregos de um dia para o outro.

Mas paro por aqui com as reminiscências, lembrando aquele versinho que o Noel Guarany sempre cantava: "Como disse Martin Fierro, o cantor legenda e glória, que deixou para o porvir, salmos da crioula história ... saibam que esquecer o ruim também é se ter memória".

Não vale a pena ficar lembrando aquele tempo desgracido. Mas também não dá para esquecer. E o desemprego é uma trajédia, que não desejo para ninguém.

Eu tenho para mim que essa questão - do acesso ao emprego, e das relações de trabalho - é tão importante, mas tão importante, que é o principal motivador das pessoas para o ingresso na militância, não só sindical, mas da própria política partidária. Para mim, pelo menos, foi.

Quando fazíamos campanha para o Lula, em 1989, um dos argumentos era de que o novo modelo, que defendíamos, iria atacar frontalmente essa questão do desemprego e dos baixos salários.

Em 2003, as forças de esquerda finalmente conquistaram o governo federal. E uma das principais promessas do Lula era a criação de dez milhões de empregos com carteira assinada. Esse compromisso de campanha era ridicularizado pela direita. Impossível, diziam eles.

Só que os dois ou três primeiros anos do Governo Lula foram críticos. Quase nada dava certo. Naquele início eu, confesso, fui um dos que desanimei. Por algum tempo só conseguia ver resultados positivos na agenda externa do país, que caminhava claramente para um não-alinhamento com os EUA. Fora isso, quase nada.

Então, nessa época, circulava um e-mail, desses que são classificados como "troll", que contava uma piada na qual o Lula tinha morrido, mas era barrado na porta do céu. Indignado por não poder entrar, perguntava os motivos para São Pedro, e uma das indagações era "é porque eu prometi dez milhões de empregos e não cumpri?".

Pois bem. depois da crise do mensalão, que no final das contas foi positiva, pois permitiu o crescimento da Dilma, e da agenda desenvolvimentista, as coisas passaram a dar certo.

E para resumir, no mês de outubro ou novembro de 2008, pelos meus precários cálculos, o Brasil atingiu a marca dos dez milhões de empregos formais, com carteira assinada, contados a partir da posse do Lula.

Então, o Lula falhou na promessa apenas porque não explicou que os dez milhões de empregos viriam em seis anos, e não em apenas quatro. Não havia mais motivo para ser barrado na porta do Céu, portanto.

Falando mais sério, é bom comparar a criação de empregos formais, mês a mês, no governo FHC e no Governo Lula. Isso pode ser feito consultando o site do CAGED, do Ministério do Trabalho. Eu até tinha umas tabelas, mas acabei perdendo numa dessas mundanças.

Pelo que lembro de cabeça, o pior resultado em termos de criação de empregos formais da época FHC foi um mês onde foram criados apenas 8.000 empregos no país. Vejam bem: 8.000 empregos novos, com carteira assinada durante um mês, em todo o país, que tem mais de 5.000 municípios. Dá pouco mais de um emprego por município em todo o Brasil.

Também, pelo que recordo (posso estar enganado, mas acho que não), no pior mês do Governo Lula, em termos de criação de empregos, foram criados 65.000 empregos no país. Oito vezes mais. É uma diferença.

Agora, pelo que se vê na imprensa, mas sem o destaque merecido, devemos estar próximos a treze milhões de empregos formais, criados desde a posse do companheiro analfabeto e sua assessora guerrilheira.

Então, esse é mais um motivo concreto para mim votar na Dilma: para que continuem sendo criados milhões de empregos com carteira assinada, no Brasil.

Se não for a Dilma a próxima presidente, volta tudo atrás, porque o modelo dos outros é manter grandes massas desempregadas, para que esse "exército de reserva" conserve rebaixados os salários dos que estão empregados.

O raciocínio deles é simples: quanto mais desempregados houver disponíveis, menos os trabalhadores se arriscariam numa greve, por exemplo, pois sempre haveria uma dezena de desesperados para trabalhar ganhando menos. E para os grandes capitalistas, dos quais Serra e companhia são apenas lacaios, no fundo é apenas isso o que interessa: o lucro da sua própria empresa. O resto do Brasil, o povo, ele que se lixe.

Reconheço que esse não é um motivo muito filosófico para votar na Dilma. É puro pragmatismo.

Eu já fiquei desempregado, e não desejo isso para ninguém. Tenho filhas que precisam que o Brasil continue gerando empregos, para que possam se colocar bem no mercado de trabalho. E tenho outros tantos parentes e amigos que precisam que o Brasil continue gerando empregos, para que possam se colocar bem no mercado de trabalho.

Mas empregos novos, e aos milhões só com Dilma Presidente.
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