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Pois é! O Secretário Odir mostrou o buraco nas contas públicas, desmantelando a farsa do tal déficit zero. A charge do Hals, pescada aqui no Sul 21, foi direto ao assunto. O buraco estava tapado com folhas de jornal. ZH, Correio do Povo e O Sul, para ser mais específico.
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A minha singela sugestão, para o próprio Sul 21, é questionar sobre esse assunto os Secretários do nosso governo, incorporados via transversalidade, cujos partidos até 30 dias atrás integravam o desgoverno tucano, e juravam que as contas estavam em dia.
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domingo, 30 de janeiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Para quem não acredita em aquecimento global
Por Rui Curado Silva – Esquerda.Net
O ano de 2010, juntamente com 2005, registrou uma temperatura média global (temperatura continental e oceânica) de 0,62ºC acima da média de temperaturas do século XX. Na tabela acima, pode-se verificar que 2010 e 2005 são os anos mais quentes desde que se registra a temperatura global, em 1880. A mesma tabela mostra que entre os 10 anos mais quentes registados, nove ocorreram durante os últimos dez anos: 2001 a 2007, 2009 e 2010. A anomalia representa em quanto a temperatura média do respectivo ano ultrapassou a média de temperaturas do século XX.
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Apesar de serem dados preliminares, passíveis de pequenas correcções, é evidente que na década anterior se acentuou consideravelmente o aquecimento global e, perante os dados de 2010, essa tendência poderá manter-se na atual década. O fato de o Sol ter passado recentemente por um mínimo de atividade relativamente longo só reforça a gravidade do aumento de temperatura registado.
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No seu relatório de 2010, os cientistas do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) chamam a atenção para a influência na temperatura e na precipitação global do fenêmeno climático La Niña, especialmente forte no final de 2010. Mas, numa tabela onde se registam os 10 fenômenos climáticos mais importantes de 2010, a NOAA considerou a onda de incêndios na Rússia e as inundações no Paquistão como os acontecimentos mais significativos.
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Se a clareza destes dados não for suficientemente forte para convencer os líderes europeus, americanos e chineses a mudar a lógica de desenvolvimento, ficaremos certamente entregues à arbitrariedade de acontecimentos climáticos catastróficos, até finalmente a classe política tomar medidas adequadas.
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(*) Pesquisador do Departamento de Física na Universidade de Coimbra
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Menina não ENTRAVA
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Descobri essa charge bem legal, aqui, no Blog dos Quadrinhos. Um desenho que vale por 500 anos de palavras. O autor é Claudio de Oliveira, e a publicação original foi no "Agora São Paulo" (que acredito ser um jornal.
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Descobri essa charge bem legal, aqui, no Blog dos Quadrinhos. Um desenho que vale por 500 anos de palavras. O autor é Claudio de Oliveira, e a publicação original foi no "Agora São Paulo" (que acredito ser um jornal.
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Latifúndio da Cutrale - Anulado processo contra o MST
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) anulou o processo contra 22 membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) acusados de depredarem uma fazenda da Cutrale, maior indústria de suco de laranja do mundo, em outubro de 2009, em Borebi, a 320 quilômetros da capital paulista.
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A decisão do desembargador Luiz Pantaleão saiu na terça-feira (11), mas só foi divulgada nesta quinta (20), e revoga as ordens de prisão preventiva que haviam sido expedidas contra os 22 membros do MST.
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Segundo o desembargador, os crimes foram imputados “em bloco” a todos os acusados, o que implicaria em uma absolvição ou condenação coletiva, consideradas ilegais.
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Anterioramente, Pantaleão já havia determinado que sete acusados fossem soltos, pelo mesmo motivo: a acusação não havia individualizado os possíveis crimes.
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O Ministério Público Estadual (MPE) poderá oferecer nova denúncia contra os membros do MST, mas desde que, desta vez, “preencha, e sem contradição qualquer, todos os requisitos legais”, destaca o desembargador.
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Fonte: Brasília Confidencial
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A decisão do desembargador Luiz Pantaleão saiu na terça-feira (11), mas só foi divulgada nesta quinta (20), e revoga as ordens de prisão preventiva que haviam sido expedidas contra os 22 membros do MST.
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Segundo o desembargador, os crimes foram imputados “em bloco” a todos os acusados, o que implicaria em uma absolvição ou condenação coletiva, consideradas ilegais.
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Anterioramente, Pantaleão já havia determinado que sete acusados fossem soltos, pelo mesmo motivo: a acusação não havia individualizado os possíveis crimes.
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O Ministério Público Estadual (MPE) poderá oferecer nova denúncia contra os membros do MST, mas desde que, desta vez, “preencha, e sem contradição qualquer, todos os requisitos legais”, destaca o desembargador.
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Fonte: Brasília Confidencial
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Vou te dizer o que farei
“Tu me perguntaste o que eu faria e o que eu não faria. Vou te dizer o que farei e o que não farei. Não servirei aquilo em que não acredito mais, chame-se isso o meu lar, a minha pátria, ou a minha igreja; e vou tentar expressar-me por algum modo de vida ou de arte tão livremente quanto possa, e de modo tão completo quanto possa, empregando para a minha defesa apenas as armas que eu me permito usar: silêncio, exílio e sutileza.”
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Fragmento de Retrato do Artista Quando Jovem, que a Djanira me mandou. Esclareço que quem leu foi ela, pois o Joyce é um autor inacessível para meu pequeno cérebro.
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Aviso aos navegantes: estou vivo
Báh! Achei que já tinha passado por tudo, mas essa de hoje foi demais.
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Agora de tardezinha, me ligou apavorado o Oberti Beliffel, lá de Dom Pedrito, porque o comentário na cidade é que eu morri!
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Na verdade, parece até que, pelo boato, não fui eu que morri. Me mataram! Deusmelivre.
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Espero que pelo menos tenha sido uma morte heróica. Que tenha sido num tiroteio com uns quarenta bandidos. E que tenha levado uns quantos junto!
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Mas que barbaridade! Vão secar uma pimenteira!
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Aviso a todos que não desisti de viver até os 117. A Djanira diz que vai firme aos 120 anos. Eu sou três anos mais velho, e não vou conseguir viver sem ela. Quando ela se for, eu vou junto.
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A propósito, Oberti, meu irmãozinho, não te preocupa. Quando eu morrer de verdade, tu vai ser a primeira pessoa que eu vou telefonar, depois, para avisar.
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Agora de tardezinha, me ligou apavorado o Oberti Beliffel, lá de Dom Pedrito, porque o comentário na cidade é que eu morri!
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Na verdade, parece até que, pelo boato, não fui eu que morri. Me mataram! Deusmelivre.
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Espero que pelo menos tenha sido uma morte heróica. Que tenha sido num tiroteio com uns quarenta bandidos. E que tenha levado uns quantos junto!
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Mas que barbaridade! Vão secar uma pimenteira!
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Aviso a todos que não desisti de viver até os 117. A Djanira diz que vai firme aos 120 anos. Eu sou três anos mais velho, e não vou conseguir viver sem ela. Quando ela se for, eu vou junto.
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A propósito, Oberti, meu irmãozinho, não te preocupa. Quando eu morrer de verdade, tu vai ser a primeira pessoa que eu vou telefonar, depois, para avisar.
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sábado, 15 de janeiro de 2011
Queixa na Delegacia da Mulher
Se havia algo que deixava o delegado Carlos Henrique consternado, era choro de mulher. Ainda mais quando ela tinha 30 anos, era bonita e sensual.
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- Mas o que foi que aconteceu, meu anjo? Conta pra mim.
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Maristela - era esse o nome da vítima - fez beicinho:
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- Ele me bateu.
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Dr. Carlos Henrique trincou os dentes:
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- Ele, quem?
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- O Jorjão. O delegado sentiu o peito arfar:
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- E quem é esse Jorjão?
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- É, bem, como eu posso dizer? Ah, deixa pra lá, doutor. Acho melhor não registrar nada.
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Dr. Carlos Henrique pousou a mão naquele ombro macio, carnudo:
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- Posso lhe dizer uma coisa?
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Maristela ficou em silêncio. O delegado insistiu:
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- Com toda a experiência?
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Ela balançou a cabeça, afirmativamente:
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- Pode.
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- Se você não denunciar esse patife, ele vai te bater de novo. Maristela abriu o olho roxo:
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- O senhor acha?
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- Tenho certeza, meu doce - alisou o hematoma. Aliás, vou expedir uma guia para o Instituto Médico-Legal fazer o exame de corpo de delito. Está horrível.
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Apesar dos pesares, ela sorriu:
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- O senhor ainda não viu nada.
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- Ele fez pior ainda?
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Maristela pôs a mão na coxa: - Me deu um chute aqui.
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- Ficou a marca?
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- Uma mancha enorme.
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- Entre aqui no meu gabinete que eu quero ver.
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- Então, feche a porta, doutor.
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Dr. Carlos Henrique deu três voltas com a chave e mais quatro com o ferrolho. Tapou o buraco da fechadura com uma fita adesiva:
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- Assim está bom?
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- Ótimo. Agora, ligue o ar e prepare uma bebida para nós dois.
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- Vinho?
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Maristela mordeu o lábio ferido e exigiu:
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- Se tiver uísque, eu prefiro.
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- Tenho sempre um litro guardado para essas emergências, meu anjo. Puro ou com gelo?
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- Puro.
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O delegado serviu duas doses. Maristela pegou a sua e bebeu tudo em apenas três goles. Estalou os beiços:
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- Vou tirar a roupa.
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- Mostra tudo, meu doce.. Quero ver todos os hematomas.
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- Apaga aquela luz ali. Deixa só a do corredor.
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Dr. Carlos Henrique estava arrepiado:
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- Isto aqui tá parecendo estúdio da Playboy. Tira tudo meu anjo, tira.
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- Tô tirando. Pronto.
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O delegado, nervoso:
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- Preciso acender. Quero ver de perto para poder descrever nos autos.
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- Êpaaaa!!!
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- O que foi doutor?
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- Tu é homem, cara!!!
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- É com isso que o Jorjão não se conforma...
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OBS 1 - Esse causo é uma colaboração do Oswaldo Marcusso, torcedor do Peixe (freguês do Grêmio), e melhor dentista de Santos.
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OBS 2 - Isso nunca aconteceu comigo.
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OBS 3 - Gosto muito de piadas de Delegado. Quem tiver, manda para minha coleção.
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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Sugestão para a TVE - Façam como a Telesur
Estão todos dizendo que a TVE foi devolvida pelos tucanos em um estado lamentável. Eu acredito que seja verdade, de tanta coisa que houve durante o Governo Yeda.
...
Lembremos: o órgão chegou até estar ameaçado de despejo do prédio, há um equipamento moderníssimo encaixotado desde o Governo Rigotto, a programação local é fraquíssima, os programas comprados da TV Cultura de São Paulo ou são antiquíssimos ou completamente descolados de nossa realidade ... por aí afora.
...
Talvez até - eu não duvido - isso tudo tenha sido proposital, para beneficiar o monopólio da RBS TV na área de televisão.
...
Então, chega em boa hora a notícia de que a nova direção da estatal está encaminhando um acerto para retransmitir a programação da TV Brasil. Mas isso só não basta. A TVE tem um potencial transformador gigantesco, que o Governo Tarso tem que saber aproveitar.
...
Não sou técnico da área, nem comunicador, jornalista, nem nada. Sou apenas um blogueiro duma cidade muito, muito distante daí, da capital, mas acho que reuni experiência suficiente como telespectador, para dar uma opinião sobre o assunto.
...
Acho que deveria ser feito o seguinte:
...
Primeiro: Caprichar para que o sinal da emissora chegue, com qualidade, em todos os 497 (contando Pinto Bandeira) municípios do Estado. Todos pagamos, todos queremos ter o direito de assistir. Aqui em São Luiz, só pega de vez em quando.
...
Segundo: Fortalecer a programação local, com noticiários e programas diversos que contemplem a imensa diversidade de nosso Estado.
...
Terceiro: Retransmitir com moderação o que for elaborado pela TV Brasil, para não virar somente mais uma repetidora, como atualmente se faz em relação à TV Cultura.
...
Quarto: Evoluir para a transformação da TVE em uma emissora similar à Telesur, que para mim é modelo de televisão.
...
A Telesur, para quem não conhece, disponível no Canal 200 do AZ Box, é uma rede de televisão multi-estatal (de vários governos) pan latino-americana com sede na Venezuela. O canal, cujo lema é "Nuestro Norte es el Sur", foi criado numa parceira que é financiada pelos governos da Venezuela, Cuba, Argentina e Uruguai (ver aqui, na Wikipédia).
...
A cobertura sobre o Haiti, por exemplo, é estupenda. Não há canal brasileiro que chegue perto.
...
Ah! A propósito, a TV Brasil não pega no sinal aberto em São Luiz Gonzaga. Quem não tem parabólica, como eu e talvez 90% dos moradores da cidade, nunca teve a oportunidade de assistir, para saber se é boa, ou não.
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Lembremos: o órgão chegou até estar ameaçado de despejo do prédio, há um equipamento moderníssimo encaixotado desde o Governo Rigotto, a programação local é fraquíssima, os programas comprados da TV Cultura de São Paulo ou são antiquíssimos ou completamente descolados de nossa realidade ... por aí afora.
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Talvez até - eu não duvido - isso tudo tenha sido proposital, para beneficiar o monopólio da RBS TV na área de televisão.
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Então, chega em boa hora a notícia de que a nova direção da estatal está encaminhando um acerto para retransmitir a programação da TV Brasil. Mas isso só não basta. A TVE tem um potencial transformador gigantesco, que o Governo Tarso tem que saber aproveitar.
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Não sou técnico da área, nem comunicador, jornalista, nem nada. Sou apenas um blogueiro duma cidade muito, muito distante daí, da capital, mas acho que reuni experiência suficiente como telespectador, para dar uma opinião sobre o assunto.
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Acho que deveria ser feito o seguinte:
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Primeiro: Caprichar para que o sinal da emissora chegue, com qualidade, em todos os 497 (contando Pinto Bandeira) municípios do Estado. Todos pagamos, todos queremos ter o direito de assistir. Aqui em São Luiz, só pega de vez em quando.
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Segundo: Fortalecer a programação local, com noticiários e programas diversos que contemplem a imensa diversidade de nosso Estado.
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Terceiro: Retransmitir com moderação o que for elaborado pela TV Brasil, para não virar somente mais uma repetidora, como atualmente se faz em relação à TV Cultura.
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Quarto: Evoluir para a transformação da TVE em uma emissora similar à Telesur, que para mim é modelo de televisão.
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A Telesur, para quem não conhece, disponível no Canal 200 do AZ Box, é uma rede de televisão multi-estatal (de vários governos) pan latino-americana com sede na Venezuela. O canal, cujo lema é "Nuestro Norte es el Sur", foi criado numa parceira que é financiada pelos governos da Venezuela, Cuba, Argentina e Uruguai (ver aqui, na Wikipédia).
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A cobertura sobre o Haiti, por exemplo, é estupenda. Não há canal brasileiro que chegue perto.
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Ah! A propósito, a TV Brasil não pega no sinal aberto em São Luiz Gonzaga. Quem não tem parabólica, como eu e talvez 90% dos moradores da cidade, nunca teve a oportunidade de assistir, para saber se é boa, ou não.
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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Promoção no Olímpico
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Tchê, mas que troço triste esse episódio da contratação do Ronaldinho pelo Grêmio.
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Só duas coisas me consolam: a fiasqueira do nosso presidente moitucano, o Paulo Odone (que fica na moita em outro partido, mas na verdade é um baita dum tucano), e o pré-cagaço dos colorados, expressão do Milton Ribeiro que qualifica bem a reação dos colorados à "negociação".
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Aliás, posso estar sendo traído pela memória, mas me pelo que eu lembro, o Antônio Vicente Martins já foi desastroso, uns anos atrás, como responsável pelo futebol gremista, e deixou o cargo corrido, com a cola que é um pelego. Ou foi o Maineri?
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Bueno, eu ainda quero escrever sobre isso, mais adiante. Mas por enquanto, me limito a concordar com o Blog do Milico (Uma vez traíra, sempre traíra), com o Kayser (Personalidade do Ano) e com o já citado Milton Ribeiro, (A$$is e Ronaldinho), este último com uma visão dos co-irmãos sobre o assunto.
...
Concordo com tudo.
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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Capitalismo: o que é isso?
* Por Emir Sader
As duas referências mais importantes para a compreensão do mundo contemporâneo são o capitalismo e o imperialismo.
A natureza das sociedades contemporâneas é capitalista. Estão assentadas na separação entre o capital e a força de trabalho, com aquela explorando a esta, para a acumulação de capital. Isto é, os trabalhadores dispõem apenas de sua capacidade de trabalho, produzir riqueza, sem os meios para poder materializa-la. Tem assim que se submeter a vender sua força de trabalho aos que possuem esses meios – os capitalistas -, que podem viver explorando o trabalho alheio e enriquecendo-se com essa exploração.
Para que fosse possível, o capitalismo precisou que os meios de produção –na sua origem, basicamente a terra – e a força de trabalho, pudessem sem compradas e vendidas. Daí a luta inicial pela transformação da terra em mercadoria, livrando-a do tipo de propriedade feudal. E o fim da escravidão, para que a força de trabalho pudesse ser comprada. Foram essas condições iniciais – junto com a exploração das colônias – que constituíram o chamado processo de acumulação originaria do capitalismo, que gerou as condições que tornaram possível sua existência e sua multiplicação a partir do processo de acumulação de capital.
O capitalismo busca a produção e a comercialização de riquezas orientada pelo lucro e não pela necessidade das pessoas. Isto é, o capitalista dirige seus investimentos não conforme o que as pessoas precisam, o que falta na sociedade, mas pela busca do que dá mais lucro.
O capitalista remunera o trabalhador pelo que ele precisa para sobreviver – o mínimo indispensável à sobrevivência -, mas retira da sua força de trabalho o que ele consegue, isto é, conforme sua produtividade, que não está relacionada com o salário pago, que atende àquele critério da reprodução simples da força de trabalho, para que o trabalhador continue em condições de produzir riqueza para o capitalista. Vai se acumulando assim um montante de riquezas não remuneradas pelo capitalista ao trabalhador – que Marx chama de mais valia ou mais valor – e que vai permitindo ao capitalista acumular riquezas – sob a forma de dinheiro ou de terras ou de fábricas ou sob outra forma que lhe permite acumular cada vez mais capital -, enquanto o trabalhador – que produz todas as riquezas que existem – apenas sobrevive.
O capitalista acumula riqueza pelo que o trabalhador produz e não é remunerado. Ela vem por tanto do gasto no pagamento de salários, que traz embutida a mais valia. Mas o capitalista, para produzir riquezas, tem que investir também em outros itens, como fábricas, máquinas, tecnologia entre outros. Este gasto tende a aumentar cada vez mais proporcionalmente ao que ele gasta em salários, pelo peso que as máquinas e tecnologias vão adquirindo cada vez mais, até para poder produzir em escala cada vez mais ampla e diminuir relativamente o custo de cada produto. Assim, o capitalista ganha na massa de produtos, porque em cada mercadoria produzida há sempre proporcionalmente menos peso da força de trabalho e, por tanto, da mais valia - que é o que lhe permite acumular capital.
Por isso o capitalista está sempre buscando ampliar sua produção, para ganhar na competição, pela escala de produção e porque ganha na massa de mercadorias produzidas. Dai vem o caráter sempre expansivo do capitalismo, seu dinamismo, mobilizado pela busca incessante de lucros.
Mas essa tendência expansiva do capitalismo não é linear, porque o que é produzido precisa ser consumido para que o capitalista receba mais dinheiro e possa reinvestir uma parte, consumir outra, e dar sequencia ao processo de acumulação de capital. Porém, como remunera os trabalhadores pelo mínimo indispensável à sobrevivência, a produção tende a expandir-se mais do que a capacidade de consumo da sociedade – concentrada nas camadas mais ricas, insuficiente para dar conta do ritmo de expansão da produção.
Por isso o capitalismo tem nas crises – de superprodução ou de subconsumo, como se queira chamá-las – um mecanismo essencial. O desequilíbrio entre a oferta e a procura é a expressão, na superfície, das contradições profundas do capitalismo, da sua incapacidade de gerar demanda correspondente à expansão da oferta.
As crises revelam a essência da irracionalidade do capitalismo: porque há excesso de produção ou falta de consumo, se destroem mercadorias e empregos, se fecham empresas, agudizando os problemas. Até que o mercado “se depura”, derrotando os que competiam em piores condições – tanto empresas, como trabalhadores – e se retoma o ciclo expansivo, mesmo se de um patamar mais baixo, até que se reproduzam as contradições e se chegue a uma nova crise.
Esses mecanismos ajudam a entender o outro fenômeno central de referência no mundo contemporâneo – o imperialismo – que abordaremos em um próximo texto.
A natureza das sociedades contemporâneas é capitalista. Estão assentadas na separação entre o capital e a força de trabalho, com aquela explorando a esta, para a acumulação de capital. Isto é, os trabalhadores dispõem apenas de sua capacidade de trabalho, produzir riqueza, sem os meios para poder materializa-la. Tem assim que se submeter a vender sua força de trabalho aos que possuem esses meios – os capitalistas -, que podem viver explorando o trabalho alheio e enriquecendo-se com essa exploração.
Para que fosse possível, o capitalismo precisou que os meios de produção –na sua origem, basicamente a terra – e a força de trabalho, pudessem sem compradas e vendidas. Daí a luta inicial pela transformação da terra em mercadoria, livrando-a do tipo de propriedade feudal. E o fim da escravidão, para que a força de trabalho pudesse ser comprada. Foram essas condições iniciais – junto com a exploração das colônias – que constituíram o chamado processo de acumulação originaria do capitalismo, que gerou as condições que tornaram possível sua existência e sua multiplicação a partir do processo de acumulação de capital.
O capitalismo busca a produção e a comercialização de riquezas orientada pelo lucro e não pela necessidade das pessoas. Isto é, o capitalista dirige seus investimentos não conforme o que as pessoas precisam, o que falta na sociedade, mas pela busca do que dá mais lucro.
O capitalista remunera o trabalhador pelo que ele precisa para sobreviver – o mínimo indispensável à sobrevivência -, mas retira da sua força de trabalho o que ele consegue, isto é, conforme sua produtividade, que não está relacionada com o salário pago, que atende àquele critério da reprodução simples da força de trabalho, para que o trabalhador continue em condições de produzir riqueza para o capitalista. Vai se acumulando assim um montante de riquezas não remuneradas pelo capitalista ao trabalhador – que Marx chama de mais valia ou mais valor – e que vai permitindo ao capitalista acumular riquezas – sob a forma de dinheiro ou de terras ou de fábricas ou sob outra forma que lhe permite acumular cada vez mais capital -, enquanto o trabalhador – que produz todas as riquezas que existem – apenas sobrevive.
O capitalista acumula riqueza pelo que o trabalhador produz e não é remunerado. Ela vem por tanto do gasto no pagamento de salários, que traz embutida a mais valia. Mas o capitalista, para produzir riquezas, tem que investir também em outros itens, como fábricas, máquinas, tecnologia entre outros. Este gasto tende a aumentar cada vez mais proporcionalmente ao que ele gasta em salários, pelo peso que as máquinas e tecnologias vão adquirindo cada vez mais, até para poder produzir em escala cada vez mais ampla e diminuir relativamente o custo de cada produto. Assim, o capitalista ganha na massa de produtos, porque em cada mercadoria produzida há sempre proporcionalmente menos peso da força de trabalho e, por tanto, da mais valia - que é o que lhe permite acumular capital.
Por isso o capitalista está sempre buscando ampliar sua produção, para ganhar na competição, pela escala de produção e porque ganha na massa de mercadorias produzidas. Dai vem o caráter sempre expansivo do capitalismo, seu dinamismo, mobilizado pela busca incessante de lucros.
Mas essa tendência expansiva do capitalismo não é linear, porque o que é produzido precisa ser consumido para que o capitalista receba mais dinheiro e possa reinvestir uma parte, consumir outra, e dar sequencia ao processo de acumulação de capital. Porém, como remunera os trabalhadores pelo mínimo indispensável à sobrevivência, a produção tende a expandir-se mais do que a capacidade de consumo da sociedade – concentrada nas camadas mais ricas, insuficiente para dar conta do ritmo de expansão da produção.
Por isso o capitalismo tem nas crises – de superprodução ou de subconsumo, como se queira chamá-las – um mecanismo essencial. O desequilíbrio entre a oferta e a procura é a expressão, na superfície, das contradições profundas do capitalismo, da sua incapacidade de gerar demanda correspondente à expansão da oferta.
As crises revelam a essência da irracionalidade do capitalismo: porque há excesso de produção ou falta de consumo, se destroem mercadorias e empregos, se fecham empresas, agudizando os problemas. Até que o mercado “se depura”, derrotando os que competiam em piores condições – tanto empresas, como trabalhadores – e se retoma o ciclo expansivo, mesmo se de um patamar mais baixo, até que se reproduzam as contradições e se chegue a uma nova crise.
Esses mecanismos ajudam a entender o outro fenômeno central de referência no mundo contemporâneo – o imperialismo – que abordaremos em um próximo texto.
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Artigo pescado do Blog do Emir, Carta Maior.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
A probidade em 18 lições
* Por Fausto de Sanctis
O tema corrupção ainda provoca muito alarde, um indicativo de que não é entendido como parte das “regras do jogo”, ou da “manutenção de governabilidade”, ou “em política quase tudo é permitido” ou, finalmente, como algo do senso comum, que “sempre foi e é assim”.
Trata-se de questão que está a exigir soluções. Para tanto, sugere um campo de compreensão social que deve se iniciar no indivíduo. Requer a adoção de uma forma de agir que nasça no âmbito de ação de cada um de molde a refletir-se no tecido social como um todo, inclusive no campo político-social. Algo a ser defendido contra a apropriação privada tendo por base o bem comum.
Os atores, quando públicos, devem possuir exata noção entre o exercício da autoridade e o do poder, caso em que passam a servir e não a ser servidos. O primeiro constitui a faculdade de fazer de boa vontade, como deferência aos atributos da honestidade, exemplaridade, respeito e atitude. Já o segundo significa a capacidade de exigir pela força, pela coação, devendo apenas ser exercido quando quebrado o uso legítimo da autoridade.
Os particulares, por sua vez, não podem compactuar com tolerâncias recíprocas, alianças e cumplicidades que acabam mantendo uma determinada ordem social, ao mesmo tempo em que comportam movimento de constante negociação e consentimento de acordo com as forças em disputa, até o momento em que o Estado se vê ameaçado mesmo em seus fundamentos.
Logo, a definição do que será ou não tolerado depende da posição de todos nós, agentes públicos ou não.
O exercício do “mal público” não seria, pois, exclusivo dos servidores, porquanto a troca de favor entre quem detém o poder econômico ou o de disposição de vantagem ilícita e aquele que possui o poder de decisão requer a atua-ção de alguém que almeja práticas ilegais e injustas.
A corrupção significa, claramente, o desprezo real pelo amor ao próximo, pelos valores permanentes de Justiça. É a coroação do egocentrismo. Compreende a perda da medida do que é vida justa em comum.
Suas causas são conhecidas com realce:- instituições deficientes, falta de transparência, brechas legais, mecanismos inadequados ou insuficientes de controle e avaliação.
Se a democracia significa um conjunto de regras fundamentais que estabelece quem está autorizado a tomar decisões, de que forma e em nome do interesse público, ela se vê ameaçada quando a corrupção apresenta-se sistêmica (“jeitinho” em todo lugar).
O Poder Judiciário assume importância crucial enquanto instrumento de controle diferencial das desigualdades, o qual não pode referendar a desordem calculada, ou seja, a relação instável entre o legal e o ilegal, uma vez que passaria a se constituir num instrumento que ratifica, dada a insegurança jurídica, a estratificação ou a desigualdade. Daí por que deve refletir o seu papel. Não se pode esquecer que um sistema judicial criminal tímido ou inoperante torna ineficiente qualquer mecanismo legal e institucional projetado para conter o crime de maneira eficiente e honesta.
O poder político (Executivo e Legislativo), por sua vez, deve se afastar das irresoluções políticas com a edição de leis, códigos ou regulamentos inadequados- ou ineficazes (complexidades para vender facilidades), numa equação em que o universal (a impessoalidade) é dirigido para o benefício de poucos.
A imprensa possui também papel primordial, já que, dentre outras funções, assume atividade informativa e, eventualmente, investigativa, quando da inércia ou do mau funcionamento dos órgãos competentes.
Se desejamos um país melhor, devemos tomar a luta para nós, denunciando, protestando, cobrando e, principalmente, servindo de exemplo.
É necessário fazer a polícia, o Ministério Público e o Judiciário trabalharem melhor, não com alterações risíveis do Código de Processo Penal, que visam amesquinhar a função judicial do compromisso com a verdade real- (estabelecendo um juiz autômato) ou torná-la de uma complexidade inútil e desnecessária com criação de mais um juiz atuando em primeira instância, com evidente perda de conhecimento sobre os fatos (juiz das garantias).
Apontam-se as seguintes sugestões:
1. Reforçar a liberdade de imprensa como preceito indispensável à sociedade democrática e instrumento vital ao Estado de Direito, vedando-se qualquer tentativa de manipulação e controle.
2. Reconhecer a legitimidade do uso das Técnicas Especiais de Investigação (Delação Premiada, Interceptação do Fluxo de Dados, inclusive telefônicos, Transferência de Sigilos, Ação Controlada etc.), bem como admitir denúncias anônimas, desde que consistentes, atendendo à Convenção da ONU contra a Corrupção.
3. Extinguir o Foro por Prerrogativa de Função, tanto nos casos de crimes propriamente ditos quanto para a apreciação da Ação de Improbidade Administrativa (nas hipóteses de crime de responsabilidade configurada), diante da notória complexidade e morosidade.
4. Premiar não somente o delator (Delação Premiada), mas também as pessoas que colaborarem para a recuperação de dinheiro desviado, com uma porcentagem sobre este.
5. Tipificar, atendendo à mesma Convenção da ONU, o crime de enriquecimento ilícito para o funcionário público que possuir, mantiver ou adquirir- para si ou para outrem de forma injustificada bens ou valores de qualquer natureza incompatíveis com a renda ou com a evolução patrimonial.
6. Criar a Ação Civil de Extinção de Domínio para recuperação no campo cível de valores ilícitos sem que haja necessidade de uma sentença penal.
7. Ampliar a Responsabilidade Penal das Pessoas Jurídicas para a Lavagem de Dinheiro como preconiza a Constituição Federal e recomenda o Grupo de Ação Financeira Internacional sobre Lavagem de Dinheiro (Gafi).
8. Extinguir a prescrição da pretensão punitiva intercorrente (que ocorre após o trânsito para a acusação).
9. Estabelecer a independência funcional e administrativa da Polícia Federal.
10. Redefinir o instituto do habeas corpus- para abarcar a possibilidade de impetração aos casos de violência ou coação da liberdade de locomoção nas hipóteses de nulidade manifesta e quando não previsto recurso com efeito suspensivo.
11. Regulamentar o transporte de valores em espécie em âmbito nacional para as Pessoas Físicas.
12. Exigir a identidade completa dos beneficiários, a obtenção da qualificação dos reais investidores, ainda que pertencentes a empresas com sede no exterior, e a identificação dos sócios e administradores que se encontram ocultos em offshores domiciliadas em paraísos fiscais.
13. Incriminar a não comunicação de operação financeira, o seu retardamento, a prestação incompleta ou falsa, bem como a estruturação de transações ou operações para inibir comunicação obrigatória.
14. Estabelecer critérios de nomeação de ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas e Superiores, bem como de advogados e membros do Ministério Público (Federal ou Estadual) ao quinto constitucional, para evitar tentativa de ingerências políticas, reforçando a credibilidade das decisões e prevalecendo o prestígio do cargo, que é público.
15. Criar forças-tarefas permanentes para estudo específico de informações obtidas, com regramento claro para seu funcionamento.
16. Obrigar que o mesmo membro do Ministério Público tenha atribuição para crimes de corrupção e para as ações de improbidade administrativa.
17. Aprovar lei que verse sobre intervenções de interesse (lobby), bem ainda conflito de interesses entre as atividades públicas e privadas dos agentes públicos.
18. Obrigar a comunicação de operações suspeitas pelos profissionais que prestam serviços não financeiros (contábeis, de assessoria etc.), bem como pelos Cartórios de Registro de Imóveis.
Os governantes devem entender que o único pronome possessivo a ser invocado nessa questão é o da primeira pessoa do plural, ou seja, o nosso, do povo brasileiro. Do contrário, não há defesa intransigente dos verdadeiros valores sociais.
* Fausto Martin de Sanctis é juiz federal e escritor
Artigo pescado na Revista Carta Capital.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Logo Rio 2016
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Agora, não dá para negar que ele é mesmo "um pouco" parecido com aquelas outras marcas que já existiam (abaixo), como desconfiou o Blog do Luís Nassif.
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