quarta-feira, 30 de março de 2011

Jesus Cristo em São Borja (de novo)

Ando sem motivação até para pensar. Enquanto não passa essa morrinha, e para encher lingüiça, reproduzo uma piadinha que fez sucesso aqui no blog, em 2009. Quem me contou foi o Sávio, e eu dei uma floreadinha.

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Como eu ando meio religioso, vou contar uma historinha.
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Diz que uns tempos atrás apareceu em São Borja um cara dizendo que era Jesus Cristo reencarnado.
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Vestindo uma bata esfarrapada, e de pés descalços, ele se acampou numa praça e iniciou uma pregação. Logo amealhou alguns seguidores, que chamou de apóstolos. E todos os dias eles faziam um gritedo, pregando o apocalipse. Ninguém aguentava mais tanta esculhambação, tava todo mundo de saco cheio com o novo Messias.
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Um dia, o tal Jesus contratou duas ou três chalanas, para cruzar o rio em direção a São Tomé. Dizia ele que iria atravessar o "Mar da Galiléia" com seus apóstolos. Loucos para se livrar dele, uns comerciantes patrocinaram a cruzada.
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Na travessia, o Jesus foi na chalana da frente, sozinho com o remador. No meio do Uruguai, ficou em pé na pontinha da canoa, abriu os braços, fechou os olhos, torceu o pescocinho e começou uma ladainha, acho que em aramaico antigo. Parecia estar na proa do Titanic.
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O chalaneiro se emputeceu, e meteu o pé na bunda dele, que caiu na água e afundou no rio. E foi aquele glu-glu-glu. Todo mundo se apavorou, se atiraram na água e salvaram o cara.
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Já na margem castelhana, o chalaneiro disse:
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- Ué, tu não é Jesus? Achei que fosse sair caminhando sobre as águas...
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E ele respondeu:
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- Sou Jesus, sim. É que uns dois mil anos atrás me agarraram à força e me pregaram numa cruz. Daí eu fiquei com dois baita furos, um em cada pé. Entra água, e eu afundo ...
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A charge lá de cima e do Jaguar. A da esquerda é do Kayser
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Essas duas, e centenas de outras, podem ser vistas aqui, no Tinta China.
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segunda-feira, 28 de março de 2011

Eu vou é mandar você, prá ...

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O declínio do Municipalismo

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* Rudá Ricci
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Nos últimos dez anos o Brasil mergulhou em transformações profundas. Somos a 7ª potência econômica mundial (entre 205 países) e nos transformamos em um país de classe média.
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Mas há mudanças em curso não tão auspiciosas e pouco visíveis aos olhos do grande público. Uma das mais preocupantes é a concentração do orçamento público que resulta no declínio dos municípios como entes federativos autônomos.
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Estamos nos aproximando, em termos da lógica orçamentária pública, do modelo não-federativo do Chile. Trata-se de uma lógica, uma opção política do nosso país. Segundo o Observatório da Equidade do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o maior orçamento per capita municipal do país é 41 vezes maior que o menor orçamento.
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 Ainda segundo a mesma fonte, os 20% mais pobres recebem das transferências intragovernamentais, em média, 850 reais per capita e os 20% mais ricos chegam a 1.700 reais per capita. No caso do repasse dos royalties, a relação é de 74 reais per capita para os 20% mais pobres para 142 reais per capita para os 20% mais ricos. E, finalmente, chegamos ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios: os 20% mais ricos recebem 289 reais per capita e os 20% mais pobres apenas 190 reais per capita.
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Um modelo cujo vício traça a sorte dos municípios mais pobres. Sorte que está diretamente vinculada ao imenso poder da União. Segundo estudo de François E. J. de Bremaeker, no ano de 2008 a União deteve 54,18% das receitas públicas, os Estados 27,7% e os Municípios 18,12%.
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Na composição das receitas municipais as transferências constitucionais e as voluntárias representaram 68,21% do total de recursos. Fica nítido, portanto, que as transferências de recursos da União e dos governos estaduais têm um peso significativo na vida dos municípios.
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A situação parece ainda mais grave quando observamos o peso da União na sobrevivência dos pequenos municípios.
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As transferências (sejam elas as constitucionais, sejam as voluntárias) superam os 75% das receitas, em média, para Municípios com população até 100 mil habitantes. Uma dependência brutal que obriga prefeitos a recorrerem à convênios com órgãos federais (e, em menor medida, aos governos estaduais) para que possam investir.
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A resultante política é das mais graves para nossa democracia federativa: os prefeitos se parecem cada vez mais, independente da origem partidária ou coloração ideológica¹. São, todos, gerentes de programas federais.
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A inovação municipalista dos anos 1980 e 1990 foi escoando pelos dedos neste início de século XXI. O que sugere uma concepção de Estado indutor do desenvolvimento, um demiurgo nacional, que desconsidera os municípios como capazes de formular.
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O problema é mais grave em pequenos municípios, em municípios rurais e de baixo IDH. Mas também afeta os grandes. Isto porque o montante do endividamento de longo prazo dos municípios, ainda segundo Bramaecker, corresponde a 43,09% do montante da receita orçamentária e a 263,63% do montante da receita tributária.
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O endividamento é maior na medida em que os municípios crescem: 8% em municípios com até 5 mil habitantes, 24% em municípios entre 50 mil e 100 mil habitantes, 50% em municípios entre 500 mil e 1 milhão de habitantes.
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Enfim, esta é mais uma das facetas da demonstração que crescimento econômico não significa desenvolvimento.
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* Pescado no blog De Esquerda em Esquerda, do sociólogo Rudá Ricci.
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¹ O grifo é nosso.
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OBS - Gostaria de saber, só por curiosidade, qual são os percentuais aqui de São Luiz Gonzaga, tanto relacionados ao "peso" das transferências constitucionais no orçamento anual, quando do endividamento do Município.
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domingo, 27 de março de 2011

Quando a dura realidade atropela a utopia

* Renê Ribeiro
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Muitos de nós abdicaram tudo, em prol de tentar transformar o mundo, Para isso, buscamos formas e instrumentos para realizar as transformações.
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No Brasil, na década de 60 e 70 muitos optaram pela resistência armada contra o regime golpista, para construir a democracia. Outros optaram pela linha do enfrentamento político conforme as regras impostas pelos golpistas.
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Graças a estas formas, a democracia foi restituída. A minha geração, por lógica, optou pela luta democrática do voto.
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Nosso instrumento para chegar ao poder era a mobilização popular, diálogo com a sociedade em geral e movimentos organizados, a construção de projetos de governos, que levados a disputa eleitoral, seriam colocado em prática, nos governos institucionais os quais fossemos vencedores, através do voto convencido e conquistado.
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Triste é ver, depois de tudo, parte das nossas utopias serem atropeladas pela realidade!
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Então, para que serve as utopias? Será que é para serem destruídas pela realidade?
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O escritor Uruguaio Eduardo Galeano diz que:
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"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta
dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? 
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."
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Com certeza iremos continuar caminhando, com calos nos pés, lagrimas no rosto e tristeza no coração, mas caminhando ...
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* Renê Ribeiro é militante do PT-São Borja, e Assessor do Deputado Federal Henrique Fontana
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sábado, 26 de março de 2011

Quem diria ... Portugal, província do Brasil

Financial Times sugere que Portugal seja anexado ao Brasil para sair da crise
Redação Portal IMPRENSA

Em artigo publicado na edição desta sexta-feira (25), a equipe de colunistas da seção Lex do Financial Times sugere que Portugal seja anexado ao Brasil para sair da crise econômica e política em que vive: "Aqui vai uma maneira 'out-of-the-box' para lidar com o problema: anexação pelo Brasil (uma década de 4% de crescimento anual do PIB, muito mais elevado recentemente). 

Portugal seria uma grande província, mas longe de ser dominante: 5% da população e 10% do PIB", lê-se na coluna mais influente do jornal britânico de negócios e finanças.

O premiê socialista José Sócrates renunciou ao cargo, na última quarta-feira (23), após ver seu plano de austeridade ser rejeitado pela Assembleia Nacional Portuguesa, pela quarta vez. De acordo com o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Juncker, Portugal precisaria de um empréstimo de 75 bilhões de euros (cerca de R$ 175 bilhões) para solucionar os elevados endividamento e déficit públicos. Antes de renunciar, Sócrates resistia aceitar ajuda externa.

Para o FT apesar da perda de status, Portugal sairia ganhando caso tornar-se uma província brasileira: "A antiga colônia tem algo a oferecer, mesmo para além da diminuição dos 'spreads' de crédito e, proporcionalmente, déficits e contas correntes governamentais muito mais baixos. O Brasil é um dos BRIC, o centro emergente do poder mundial. Isto soa melhor lar que uma cansada e velha União Europeia", escreve o FT, em tradução feita pelo portal luso Económico.

Para o diário britânico, a União Européia vê em Portugal um membro problemático: "Sem governo, elevada resistência à austeridade e crônico desempenho econômico".

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Essa é da série "Agora o FHC corta os pulsos". A matéria está em vários lugares. Eu copiei daqui.




domingo, 20 de março de 2011

Obama de olho em nossas riquezas

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A charge é de Lute, pescada aqui. Aliás, não é de hoje que esse sujeito está de olho nas nossas abundâncias:
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sábado, 19 de março de 2011

Lua de lobisomem

Neste sábado, a lua estará em seu ponto mais próximo da terra, que os estudiosos denominam Perigeu. E também, uma hora depois de atingir o perigeu, entrará em fase de lua cheia, coincidência que só ocorre uma vez a cada 18 anos, e faz com que, além aparentar tamanho cerca de 14% maior, seja muito mais brilhante.
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Aprendi isso em uma postagem aqui, no Contexto livre.
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Com certeza, vai estar bem lindo de se ver. Só fico preocupado é com os lobisomens, essa praga que atormenta nossa cidade. Por aqui, é só chutar uma moita em noite de lua cheia, que salta um homo guaipecus correndo.
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Com o tal perigeu, e a brilhantina toda, as fêmeas exalam feronômios, e os machos se alvoroçam, e daí, meus amigos, não tem namoro de gato que se compare.
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Na minha família, pelo lado dos Moreiras, nosso bisavô tinha que ser acorrentado na guarda da cama, pela bisa, para não sair campo afora, desasado atrás do cheiro. E isso que ele era apenas mestiço, pai humano e mãe lobisoma. Disso resulta que eu também tenho algumas partes de lobo no sangue, mais nunca apresentei sintomas. A maldição passa para o filho macho caçula, que pro causo, é o Sávio.
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Dizem que foi nove meses depois de três perigeus com lua cheia atrás, que o pai do Mano Lima encontrou uma lobisoma com três lobisominhos, causo que eu já contei aqui, mas que vale a pena ver de novo.
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Acho bom o pessoal da Vila Jauri e adjacências se preparar, que a noite vai ser longa. Para quem é de fora, explico: é por ali que mora o último rebanho de lobisomem puro daqui das Missões, depois que derrubaram o Arvoredo.
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Boa noite então, para quem conseguir dormir.
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segunda-feira, 14 de março de 2011

Obama, go home!

Há dias eu não assistia o noticiário. Efeitos do carnaval. E também, principalmente, porque sou daqueles que buscam informação em meios confiáveis, como a internet, e não mais nos jornais e televisões da grande mídia.
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Mas hoje assisti o pedaço final do Jornal Nacional. E fiquei sabendo que o Barak Obama vem ao Brasil, nos próximos dias. Mais, ainda, fui informado que o dito cujo pretende fazer um comício no Rio de Janeiro, provavelmente na Cinelândia.
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Daí, fico pensando no seguinte: quem esse cara pensa que é?
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Um presidente norte-americano, fazendo comício em uma praça brasileira? Olha que tenho um tempinho de janela, na política, mas isso eu nunca tinha imaginado.
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E para a coisa ficar mais ridícula ainda, o casal Bonner ficou babando. Passaram uma matéria mostrando que, antes de eleito, Obama falou para milhares de pessoas na Alemanha. E depois, fez a mesma coisa no Egito, e sei lá mais onde ...
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Para completar a matéria, mostraram que a Cinelândia foi palco de comícios históricos, com imagens das Diretas Já, cuja manifestação reuniu ali milhares de pessoas. Quer dizer, para o JN, um discurso do Obama tem potencial para se equiparar àquilo! 
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Eles fecharam entrevistando um lumpenzinho, coitado, bem faceiro com a visita ilustre. Mas, pelo menos, disseram que a tal falação será traduzida, com legendas, pra nóis que num fala ingrêis.
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Tchê, será que o "moreninho do Norte" vai juntar tanta gente assim? Como as Diretas? existem tantos babacas assim no Rio de Janeiro?
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Agora, meus amigos e minhas amigas, só me falta a Dilma aparecer por lá, como apareceu no aniversário da Folha. Do Tarso, considerando o desempenho recente, eu até não duvido, mas a Dilma ... a Dilma, tomara que não, que nela eu ainda deposito esperanças.
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Ah, que pena que eu moro tão longe, aqui no sul do mundo, senão eu ia juntar uma turma e ir para lá. Só que carregando uma faixa bem grande, com uma frase bem novinha:
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Yanques, go home!


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Lembrando Karl Marx

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Hoje, 14 de março, faz 128 anos da morte de Karl Marx. Fica esta singela lembrança, já que o blogueiro é marxista.
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domingo, 13 de março de 2011

Onde o Tio Sam dá palpite, não resta pão sobre a mesa ...

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O clip acima é uma interpretação de "Desde os tempos de Sepé", do Mestre da Cultura Popular Brasileira Pedro Ortaça, nosso conterrâneo.
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Não encontrei vídeos do próprio Ortaça ou familiares cantando essa música. Então, compartilho a versão acima, dos Tauras da Tradição. Com todo o respeito aos Tauras, na interpretação do Ortaça, fica espetacular.
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A letra é seguinte:

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            Seu gringo, faça silêncio
            Vai cantar um missioneiro
            E prá não dar entrevero
            E o baile ficar suspenso
            Pode guardar seu dinheiro
            Que eu vou falar o que penso!


            Lá da América do Norte
            Se vieram para os confins
            Trazendo a fome e a morte
            Muito pior que graxaim
            E hoje, por toda parte
            Mudam tim - tim por tim - tim
            Palheiro tem fumo "lights"
            E a bombacha virou "jeans"

            Trazem o povo à cabresto
            Pela tal televisão
            A ganância não tem preço
            Nessa maldita invasão
            Viram o mundo do avesso
            Pesticida, poluição
            E se dizendo progresso
            Querem domar o galpão

            A evolução sem limites
            É que arrebenta a represa
            Levando tudo que existe
            Na força da correnteza
            Onde o "tio Sam" dá palpite
            Não resta pão sobre a mesa
            Pois nenhum povo resiste
            À morte da natureza

            Há muito sobem a rampa
            Tapados de cerimônias
            Nossa conta virou trampa
            Sem a menor parcimônia
            A mesma história se acampa
            Onde a gringada se adona
            Estão com um pé na pampa
            E as duas mãos no amazonas

            Seu gringo, perca o entono
            Pois mate não é café
            E o cepo nunca foi trono
            De misterzinho qualquer
            Por isto, não perca o sono
            E pode ir dando no pé
            Porque esta terra tem dono
            Desde os tempos de Sepé
           

sábado, 12 de março de 2011

Washington pretende caotizar Libia como lo hizo con Iraq

* Antonio Muñiz
La actual administración norteamericana del presidente Barack Obama aplica a Libia la misma fórmula que empleó su antecesor George W. Bush contra Irak: Caotizar el país maghrebi para controlar sus vastos recursos petroleros.
El mandatario de Estados Unidos e irónicamente Premio Nobel de la Paz promueve y alienta el desorden y la guerra civil en Libia para luego Washington, con el apoyo de sus aliados europeos de la Organización del Tratado del Atlántico Norte (OTAN), invadirla militarmente y apoderarse de sus importantes recursos energéticos.
El propio Obama dejó bien claro ese propósito, cuando este viernes reiteró nuevamente ante la prensa la determinación de la Casa Blanca de adoptar las medidas que sean necesarias para ahogar al gobernante libio Muammar al-Gaddafi, y conseguir despojarlo del poder.
Sin escrúpulo alguno y con la misma conducta injerencista de su predecesor W. Bush, Obama reiteró el objetivo de Estados Unidos de lograr destronar a al-Gaddafi, y para ello -dijo- su administración ejercerá todas las presiones internacionales que sean necesarias.
La historia de Irak se repite. Primero es vital ablandar Libia con un conflicto civil, al mismo tiempo de conminar a la comunidad internacional a que condene a las autoridades de Trípoli, y luego lanzar el zarpazo castrense de las tropas norteamericanas con sus socias de la OTAN.
No hay diferencia alguna entre la estrategia y la táctica de W. Bush contra Irak y las de su sucesor en la Casa Blanca con respecto a Libia, a pesar de ser el primero republicano y el segundo demócrata, uno blanco y el otro negro, y uno guerrerista por excelencia y el otro pacifista en apariencia.
El objetivo de ambos mandatarios norteamericanos ha sido idéntico, desestabilizar al precio que sea necesario regiones petroleras como el Medio Oriente y el Maghreb, y a supuestos países adversarios, para controlar así los recursos energéticos allí existentes, e imponer así su dominio mundial ante el empuje en los últimos años de potencias emergentes.
Como reza un refrán popular, “a rio revuelto ganancia para pescador”.
Los ciudadanos libios corren hoy el peligro de no conocer nunca más la paz y la estabilidad, como le ha está sucediendo a los iraquíes, tras ser víctimas de la sangrienta invasión norteamericana y de sus aliados de la OTAN.
Washington, por su parte, parece decidido a implicarse en otro conflicto castrense semejante a los de Irak y Afganistán, ambos aún en callejones sin salidas, y que han costado a Estados Unidos y a los europeos miles de muertos y multimillonarias sumas de dinero.
Pescado de CubaDebate.

O que um homem não faz por dinheiro ...

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Nota do Blogueiro: Essa mocréia aí eu não beijava nem por um milhão ...
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quarta-feira, 9 de março de 2011

Mas, afinal, não era para o Governo Tarso ser do PT?

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O governo guasca não é petista?
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No final de semana carnavalesco na fronteira tive encontros e conversas até certo ponto inusitadas. Pessoas que te imaginam parte ativa do governo, que te fazem perguntas efetivas e cobram posições. É como se você tivesse que responder por governos ou políticas de governo.
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Numa roda com professores estaduais, alguns filiados ao PT e outros não, fui questionado sobre salários do magistério, piso nacional e plano de carreira. As Professoras mais exaltadas me diziam:
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Este é o governo do PT, vocês vão mexer no nosso plano de carreira?
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Tarso Genro vai pagar o piso nacional?
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Ele fará como Yeda que se propôs a pagar o piso e nos retirar direitos?
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Quando o barco começa a fazer água a melhor decisão é colocar o colete salva-vidas, aliás, esta deveria ser a primeira providencia ao entrar no barco. Quase que numa braçada de afogado, brequei a discussão com uma sinceridade inconfundível!
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Péra lá! O governo não é petista.
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Como assim, não é petista? Me retrucaram.
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Vocês ganharam a eleição, tu está querendo nos conversar? Sabemos da tua capacidade de argumentação, entretanto não somos ingenuas amigo. O discurso não era este.
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Ok! Quero dizer a vocês que sei do compromisso do governador, não apenas com o piso nacional, mas, também com o plano de carreira do magistério estadual. Entretanto, o governo não é petista. Entenderam? O governador é petista, mas, o governo em sua maioria é não petista.
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É bem verdade que a secretaria de educação é do PT, mas, mesmo assim existem vários partidos que compõem esta secretaria.
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O governo do Rio Grande é um governo de coalizão, pior, é um governo de “transversalidade”.
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Creio que me enrolei mais ao dar este tipo de explicação. Elas voltaram a carga.
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Isto, é mais um subterfúgio pra fugir dos compromissos. Tu sempre tenta te safar das discussões e defender teus amigos petistas. Tu também deve estar no governo da Dilma ou do Tarso.
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Não. Não é verdade isso. Perguntem aos petistas do governo, eles dirão a vocês que a tal transversalidade existe.
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Vocês lembram do Lara? Aquele deputado aqui de Bagé? Aquele que fez um carnaval no 20 de setembro no governo do Rigotto?
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Claro que lembramos, me contestam. Ele também foi secretário do governo Yeda.
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Pois é, me exibo, já meio recuperado.
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Ele também é secretário neste governo.
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E, lhes digo mais. Lembram do PDT? Aquele partido que era vice do Fogaça?
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Sim, me respondem. O que tem eles?
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Estão no governo. São os donos da saúde.
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Da saúde? Me questionam.
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Sim, da saúde e mais um lote de diretorias nas mais diversas secretarias. Isso é a transversalidade.
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É uma salada de partidos misturadas em varias secretarias e departamentos. Digo mais, além dos partidos aliados, dos que concorreram contra o PT, ainda existem os remanescentes do PMDB e PSDB que continuam neste governo.
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Portanto, o governo do Rio Grande do Sul, não é um governo petista.
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É um governo “transversal e de coalizão”.
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Tenho a impressão real que saí desta discussão como mentiroso, conversador.
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Por Gilmar da Rosa
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