domingo, 13 de março de 2011

Onde o Tio Sam dá palpite, não resta pão sobre a mesa ...

...
O clip acima é uma interpretação de "Desde os tempos de Sepé", do Mestre da Cultura Popular Brasileira Pedro Ortaça, nosso conterrâneo.
...
Não encontrei vídeos do próprio Ortaça ou familiares cantando essa música. Então, compartilho a versão acima, dos Tauras da Tradição. Com todo o respeito aos Tauras, na interpretação do Ortaça, fica espetacular.
...
A letra é seguinte:

...

            Seu gringo, faça silêncio
            Vai cantar um missioneiro
            E prá não dar entrevero
            E o baile ficar suspenso
            Pode guardar seu dinheiro
            Que eu vou falar o que penso!


            Lá da América do Norte
            Se vieram para os confins
            Trazendo a fome e a morte
            Muito pior que graxaim
            E hoje, por toda parte
            Mudam tim - tim por tim - tim
            Palheiro tem fumo "lights"
            E a bombacha virou "jeans"

            Trazem o povo à cabresto
            Pela tal televisão
            A ganância não tem preço
            Nessa maldita invasão
            Viram o mundo do avesso
            Pesticida, poluição
            E se dizendo progresso
            Querem domar o galpão

            A evolução sem limites
            É que arrebenta a represa
            Levando tudo que existe
            Na força da correnteza
            Onde o "tio Sam" dá palpite
            Não resta pão sobre a mesa
            Pois nenhum povo resiste
            À morte da natureza

            Há muito sobem a rampa
            Tapados de cerimônias
            Nossa conta virou trampa
            Sem a menor parcimônia
            A mesma história se acampa
            Onde a gringada se adona
            Estão com um pé na pampa
            E as duas mãos no amazonas

            Seu gringo, perca o entono
            Pois mate não é café
            E o cepo nunca foi trono
            De misterzinho qualquer
            Por isto, não perca o sono
            E pode ir dando no pé
            Porque esta terra tem dono
            Desde os tempos de Sepé
           

Nenhum comentário:

Postar um comentário