domingo, 27 de março de 2011

Quando a dura realidade atropela a utopia

* Renê Ribeiro
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Muitos de nós abdicaram tudo, em prol de tentar transformar o mundo, Para isso, buscamos formas e instrumentos para realizar as transformações.
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No Brasil, na década de 60 e 70 muitos optaram pela resistência armada contra o regime golpista, para construir a democracia. Outros optaram pela linha do enfrentamento político conforme as regras impostas pelos golpistas.
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Graças a estas formas, a democracia foi restituída. A minha geração, por lógica, optou pela luta democrática do voto.
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Nosso instrumento para chegar ao poder era a mobilização popular, diálogo com a sociedade em geral e movimentos organizados, a construção de projetos de governos, que levados a disputa eleitoral, seriam colocado em prática, nos governos institucionais os quais fossemos vencedores, através do voto convencido e conquistado.
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Triste é ver, depois de tudo, parte das nossas utopias serem atropeladas pela realidade!
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Então, para que serve as utopias? Será que é para serem destruídas pela realidade?
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O escritor Uruguaio Eduardo Galeano diz que:
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"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta
dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. 
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? 
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."
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Com certeza iremos continuar caminhando, com calos nos pés, lagrimas no rosto e tristeza no coração, mas caminhando ...
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* Renê Ribeiro é militante do PT-São Borja, e Assessor do Deputado Federal Henrique Fontana
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