terça-feira, 27 de outubro de 2009

Anistia acusa Israel de restringir água para palestinos

Há alguns queridos conterrâneos meus, que acham que a questão da água não é importante, e que é normal ficar assistindo, de mão no bolso, os escandalosos movimentos do Prefeito Municipal, no sentido de dar o Aquífero Guarany a uma empresa privada.

A esses, recomendo prestar atenção ao que ocorre no mundo, em termos de abastecimento de água potável. Como por exemplo, nessa notícia vinda de Israel, que copiei e colei do site Último Segundo, que pode ser visitado aqui.

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"JERUSALÉM - O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional afirmou em relatório nesta terça-feira que restrições israelenses impediram que palestinos recebessem água o bastante na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza. O relatório afirma que o consumo diário de água per capita de Israel é quatro vezes maior que nos territórios palestinos.

"A água é uma necessidade básica e um direito, mas para muitos palestinos conseguir uma quantidade substancial de água, ainda que de má qualidade, torna-se um luxo com o qual eles mal podem arcar", afirmou Donatella Rovera, da Anistia.

Um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, desmentiu a afirmação da Anistia de que Israel está privando os palestinos de água, afirmando que o comunicado é "irracional".

Israel diz que cumpre com suas obrigações estabelecidas no acordo de Oslo de 1993 e acusa os palestinos de não cumprirem suas próprias obrigações de reciclar água e que não estão distribuindo água de forma eficiente.

"Israel abasteceu os palestino com 20,8 milhões de litros cúbicos acima do que tinha obrigação segundo o acordo", afirmou o porta-voz de Netanyahu, Mark Regev.

ESCASSEZ

Israel, que enfrenta uma escassez de água sem precedentes e elevação das tarifas, controla boa parte do abastecimento da Cisjordânia através de um aquífero que liga Israel ao território.

Israel vende parte da água de volta aos palestinos sob cotas estabelecidas no acordo de Oslo, mas grupos de direitos humanos dizem que não foram feitos ajustes no fornecimento em linha com o crescimento populacional.

A Anistia afirma que o consumo de água em Israel é de 300 litros por dia por pessoa, enquanto na Cisjordânia e na Faixa de Gaza o consumo fica em 70 litros por dia.

Israel afirma que os números são equivocados porque levam em conta a distribuição interna e não se compara ao total de água consumido. O país afirma que os números totais são de 408 litros para israelenses e 287 litros para os palestinos."

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Por oportuno, lembro aos desatentos que é junto a esse governo israelense, capaz de sonegar água para populações civis, que uma representação do comando da nossa briosa Brigada Militar foi pedir conselhos, sobre policiamento ostensivo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Eu me rendo. Confesso que sou pé-frio.

Meus amigos gremistas sempre disseram que eu sou pé-frio, e eu negava com veemência essa condição.

Mas hoje eu me rendo, e reconheço. Acho até que a negação era apenas um recurso psicológico, para não encarar a realidade, antes.

Eu já andava desconfiado, há algumas semanas, desde que tive um insight, e notei foi só me associar no Exército Gremista, que o time desandou.

Agora, foi demais. Ontem, passou dos limites. Para evitar de passar o azar pelas ondas da televisão, eu fiz como nos velhos tempos. Peguei um radinho e sentei na frente de casa. Mas quando eu girei o botão, e liguei o rádio, o locutor estava gritando o gol do Colorado.

Resumindo, fiz até o Victor falhar. É demais. Daqui para a frente, acho que não vou nem ler o noticiário esportivo.

Parece até que, desta vez, o azar se esparramou, pois a rodada toda foi contrária aos interesses do Grêmio. Tudo o que podia dar errado, deu.

Todos os adversários da frente, na tabela, pontuaram, a não ser o Palmeiras, que, de qualquer forma, tinha bastante gordura para queimar. O Atlético ganhou, o Colorado ganhou, o São Paulo ganhou, o Flamengo ganhou, o Cruzeiro ganhou, e o goiás empatou.

Ou seja, além do péssimo resultado do Gre-Nal, não houve um único resultadinho paralelozinho para nos beneficiar. A consequência disso é que se formou um pelotão distanciado, dos clubes que ainda estão disputando a vaga na Libertadores. E nós estamos longe. Nenhuma chance.

Agora, temos que torcer para terminar o campeonato na zona da Sul-Americana, pois o "limbo", aquele grupo de três times que nem classifica para a competição sub-americana, nem é rebaixado, está perigosamente próximo.

Menos mal que as conversas no Olímpico são de preparação de um time melhor, para ganhar a Copa do Brasil de 2010. Acho que é por aí mesmo, temos que começar de baixo, novamente.

Mas, pelo sim, pelo não, hoje vou comprar umas pantufas reforçadas, para usar no horário do próximo jogo.


sábado, 24 de outubro de 2009

Henrique Fontana é o segundo mais influente do Congresso

Assim como em 2008, o deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder do Governo na Câmara, foi considerado o segundo parlamentar mais influente do Congresso Nacional, de acordo com pesquisa do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

A entidade realiza a eleição dos dez mais influentes há 13 anos. Neste ano, em primeiro lugar ficou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). Que aliás, ao que tudo indica, será o Vice-Presidente na chapa da Dilma, ano que vem.

Na escolha, votaram 75 dos 100 "Cabeças do Congresso", sendo 56 deputados e 19 senadores. "Após divulgar a lista dos 100 ‘Cabeças’, [o Diap] faz a pesquisa entre eles para a eleição dos dez mais influentes, segundo critérios e visão pessoal de cada parlamentar, podendo ele votar em qualquer detentor de mandato no legislativo federal", explica o coordenador da pesquisa e diretor de Documentação do Diap, Antonio Augusto Queiroz, o Toninho.

Ou seja, 75 parlamentares, cujo nome consta de uma lista de 100, elaborada previamente pelo Diap como sendo os mais influentes, votaram para escolher os dez mais influentes, dentre qualquer um dos 513 Deputados Federais e 81 Senadores. E o Henrique Fontana ficou em segundo.

Ser considerado o "segundo mais influente", entre 594 congressistas, e pelos próprios congressistas, não é para qualquer um. Por isso é que eu acho que a imprensa são-luizense prestou pouca atenção à sua visita ao Município, uns três meses atrás.

O PMDB, com quatro, e o PT, com três parlamentares, lideram a lista. O Diap observa que os parlamentares da base de apoio ao governo estão numericamente mais bem representados na elite, com oito congressistas. O PSDB é representado por apenas um parlamentar.

Eis lista dos dez mais votados:

1° Deputado Michel Temer (PMDB/SP), Presidente da Câmara, 51 votos.
2° Deputado Henrique Fontana (PT/RS), Líder do Governo na Câmara, 28 votos.
3° Deputado Cândido Vacarezza (PT/SP), Líder do PT na Câmara, 23 votos.
4° Deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO), Líder do DEM na Câmara, 22 votos.
5º Deputado Henrique Eduardo Alves, Líder do PMDB na Câmara, 21 votos.
6° Senador José Sarney (PMDB/AP), Presidente do Senado, 21 votos.
7° Senador Romero Jucá (PMDB/RR), Líder do Governo no Senado, 20 votos.
8° Senador Aloizio Mercadante (PT/SP), Líder do PT no Senado, 19 votos.
9° Deputado Ciro Gomes (PSB/CE), Vice-líder do Bloco PSB, PCdoB, PMN, PRB, 18 votos.
10° Senador Arthur Virgílio (PSDB/AM), Líder do PSDB no Senado, 17 votos.

A notícia foi pescada no site do PT SUL, que pode ser visitado aqui.

Na fotografia lá em cima, aparece este que vos escreve, ao lado do Henrique Fontana, aqui em São Luiz Gonzaga, no inverno deste ano.

Conheci o Henrique, pessoalmente, há pouco mais de um ano, na minha campanha para Prefeito em Dom Pedrito, e gostei bastante da maneira como trabalha. Nosso Coordenador de Campanha, o Rômulo Kayser Dias, já tinha contato com ele há muito tempo, inclusive trabalhou na sua primeira campanha, para vereador em Porto Alegre.

Aliás, o Rômulo andou meio abichornado, no mês passado. Mas vai se recuperar logo, pois sabe que a luta continua. A luta sempre continua. E camaradas como ele são imprescindíveis.

Já eu, estou abrindo antecipadamente meu voto pro Henrique Fontana, para Deputado Federal, na próxima.
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A maldição do descrédito

Há uma personagem muito interessante na mitologia grega, a princesa Cassandra, filha do Rei Príamo, de Tróia. Ela era tão linda que Apolo, um dos deuses do Olimpo, encasquetou que iria fazer amor com ela.

Mas a moça fazia charme, e disse que só “ficava” com ele se ganhasse uma recompensa muito especial, um dom divino, por exemplo. Apolo era o Deus dos Oráculos, e não teve dúvidas, lhe concedendo o dom de predizer o futuro.

Não se sabe bem porque, mas depois de ganhar o presente, a princesa não cumpriu o trato, e deu um cano no Apolo, apesar dele ser belo, poderoso, e desejado por nove entre dez mulheres da época.

Como era de se esperar, Apolo ficou furioso, mas os dons divinos, uma vez concedidos, não podiam mais ser retirados. Não podendo cancelar o presente, ele se vingou de outra maneira, acrescentando ao dom uma maldição: ninguém acreditaria em nada do que ela previsse.

Assim, ela falava tudo o que iria acontecer, com grande precisão, mas ninguém acreditava. Acabou sendo tratada como louca por todos, até mesmo por seus pais. Quando seu irmão Páris partiu para Esparta, Cassandra avisou que ele iria raptar Helena, a mulher do Menelau, o que causaria uma guerra de mais de dez anos com os gregos, no final da qual Tróia seria destruída. E ninguém deu bola.

Depois, já no final da guerra, quando os gregos fingiram que foram embora e deixaram um imenso cavalo de madeira nos portões de Tróia, ela ficou rouca de tanto gritar que era uma armadilha, que não era para botarem o cavalo para dentro das muralhas, pois estava recheado de inimigos.

De novo ninguém acreditou no que dizia a “louca”, e levaram o cavalo para o centro da cidade, festejando o que acreditavam ser a desistência dos gregos. De noite, os guerreiros gregos que estavam dentro do cavalo saíram, mataram os sentinelas, e abriram os portões da cidade para o restante do seu exército. O final da história é conhecido por todos.

Descrédito parecido sofreram os primeiros ambientalistas, ao avisar que nosso estilo de vida, especialmente pelo desmatamento e dependência de combustíveis fósseis, acabaria trazendo sérios problemas para o futuro do planeta.

Pioneiros como Lutzemberguer, os militantes do Greenpeace, WWF, e outros tantos, foram transformados em Cassandras pela grande mídia, que, quando veiculava suas opiniões, o fazia sempre de forma a que obtivessem pouca ou nenhuma credibilidade. Como se fossem apenas folclóricos alarmistas.

Isso ocorria, certamente, porque cuidados ambientais "excessivos" poderiam trazer prejuízos aos negócios. Ninguém acreditou nos avisos, e deu no que deu.

Hoje, a Organização das Nações Unidas avisa ao mundo que já passamos dos limites suportáveis pela natureza. Há um novo, e gigantesco cavalo, esperando que nossa omissão o carregue para o interior das muralhas. Dentro dele, estão à espreita o aquecimento global, o derretimento nos pólos, as alterações climáticas, as inundações. São inimigos à espreita, prontos para descer, e abrir os portões para a fome, a doença e a miséria.

Tróia caiu porque não acreditou nos avisos, e depois de anos em estado de alerta, relaxou às cautelas e adormeceu. Talvez a humanidade ainda possa fazer o contrário, e após décadas de desatenção, possa confiar no que é dito pelos “alarmistas”, acordar e agir. A hora é de acreditar nos “loucos”.

Publiquei o texto acima no Jornal Folha da Cidade, de Dom Pedrito, em 24.02.2007. Reproduzi aqui no blog, com pequenas alterações, porque estou com uma pulga atrás da orelha com a transposição do São Francisco, o abandono do etanol em favor do petróleo (depois da descoberta do Pré-Sal), e a MP da Grilagem na Amazônia. Queira Deus que o companheiro Lula esteja dando a devido atenção para os impactos ambientais dessas três questões.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O crime aos dezesseis

No Brasil, a idade mínima para que alguém possa ser punido pela prática de fato classificado como crime é dezoito anos. Todos sabemos disso. Mas, nestes tempos em que a criminalidade avança, e adolescentes muitas vezes praticam atos correspondentes a crimes graves, ressuscita a proposta de reduzir essa idade para dezesseis anos, sob a alegação de que os “menores” são impulsionados para o crime pela sensação de que não serão punidos por sua conduta anti-social.

Pela minha experiência, posso afirmar que realmente são muitos os casos de crimes contra a vida cujos autores são adolescentes, mas, a cada caso em que trabalho, mais se reforça a opinião de que a redução da idade não é uma solução adequada.

Iniciando pela questão da impunidade, talvez a maioria das pessoas não saiba que nos casos mais graves, como tráfico de drogas, roubo, homicídio e latrocínio, ela simplesmente não existe. Todos os jovens que conheci, e que tenham praticado essas condutas foram imediatamente institucionalizados na FASE, ex-FEBEM.

Tenho constatado que o adolescente infrator somente fica impune, nesses casos graves, quando não há provas suficientes de ter sido o autor do fato, igualzinho ao que ocorre com relação ao adulto criminoso. E foi-se o tempo em que as pessoas eram presas sem provas, no Brasil.

E sempre me ficou a impressão de que a falta de estrutura para investigação, flagelo da polícia, é superada ainda com mais empenho por nós, policiais, quando o autor é adolescente, do que quando se trata de um adulto. Isso pode ser notado nos noticiários, onde se vê que, quando o autor é adolescente, o fato é quase sempre solucionado.

Já nos casos menos graves, de crimes contra o patrimônio, por exemplo, quase ninguém fica preso no Brasil, sendo a regra responder ao processo em liberdade. Porque então deveriam os adolescentes ser tratados de forma diferente?

Outra discussão é quanto ao tempo da segregação. O adolescente culpado por ato infracional grave pode ficar institucionalizado até os vinte e um anos, e quase sempre fica, mesmo, porque os atos desse tipo geralmente são praticados aos dezessete, quase dezoito anos.

Na média, dá para dizer que ficam três anos institucionalizados, nesses casos. Isso parece pouco para o autor de uma morte, mas é preciso lembrar que um adulto, para ficar três anos efetivamente preso, tem que ser condenado à reclusão de, no mínimo dezoito anos, devido às progressões de regime. E podem ter certeza de que três anos de restrição à liberdade, para um adolescente, representa muito mais que três anos para um adulto.

A conduta infracional adolescente tem várias causas. No Brasil, as principais são a miséria, a ignorância, a família desestruturada, a falta de modelos positivos, a ausência do poder público. Não será o rebaixamento da idade penal que trará solução para esses problemas.

Se a imputabilidade penal for rebaixada, agora, para dezesseis anos, daqui a cinco ou dez anos estaremos debatendo novo rebaixamento, para catorze ou doze. Podem anotar, e me cobrar depois.

Eu considero que o caminho é o inverso. Não é questão de mudanças na lei, mas sim na sociedade. O caminho é o da distribuição de renda, do fortalecimento do núcleo familiar, da atenção com as periferias, da oferta de bons equipamentos de cultura, esporte e lazer, para que os jovens possam canalizar de forma construtiva a energia produzida pela explosão de hormônios da adolescência.

À Polícia Civil, cabe continuar elucidando os atos infracionais, buscando qualificar cada vez mais os procedimentos, para que o Poder Judiciário possa decidir pela melhor medida, caso a caso. E intensificar o trabalho de investigação contra receptadores e traficantes, esses os que verdadeiramente se beneficiam da delinquencia infanto-juvenil.

A sociedade deve entender que a simples redução da idade seria a aposta em uma solução mágica (e injusta) para um problema por demais concreto. E, infelizmente, não existem soluções mágicas, para nada.

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sábado, 17 de outubro de 2009

Meu endereço mudou


Não fui eu quem mudou de endereço. Meu endereço é que se alterou.

Eu explico. Onze meses atrás, quando fui transferido para São Luiz Gonzaga, vim morar em uma casa na Rua Salvador Pinheiro Machado. A Rua agora recebeu outra denominação, pelo povo: Rua João Buracão.

Semana passada, fui fazer uma compra, e ao dizer o endereço, o rapaz da loja falou "Ah, na Rua João Buracão". O pior é que ele tem razão. Postei umas fotografias, para que todos vejam o estado da pavimentação.

Quando mudei, uma das coisas que chamou a atenção era o bom estado do asfalto na nossa quadra. As pessoas comentavam, até, que o investimento em na pavimentação tinha garantido a reeleição do Prefeito. Não durou um ano.

O problema é que há muito movimento de carros nesta rua, pois além de ser ligação do Centro com o Bairro Duque de Caxias, muito populoso, é o caminho do quartel do Exército, que tem centenas de militares indo e vindo todos os dias.

Se a pavimentação não for de qualidade, não aguenta, mesmo.

Esta semana, houve movimento. Dizem que vão recapear, ou fazer um "tapa-buraco". Terça-feira a rua estava interrompida, e tinha um pessoal varrendo os buracos. Na quarta eles foram varrer mais para perto do Centro. Na quinta, estavam varrendo de novo aqui na frente, na sexta voltaram para no Centro, e hoje estão quase lá na praça.

Uma coisa é certa. Nunca antes na história deste país tivemos buracos tão bem-varridos.





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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

É Dura a Vida no Campo


"É Dura a Vida no Campo" é uma tira em quadrinhos, de autoria de Sávio Moura, publicada originalmente no Jornal A Notícia, de São Luiz Gonzaga.

A tira estreou em A Notícia, no mês de novembro de 2006, sendo atualmente publicada também em outros jornais do interior do Estado. Tem como tema a vida, costumes e rotinas do gaúcho, enfocando também o ponto de vista dos animais. Possui personagens fixos, como o Chiru Velho, Dona Palometa, Virso, Juracema, Chumim, o Porco, o Cavalo, o Galo e a Coruja.

Na tira acima, participam, da esquerda para a direita, o Chumim, o Virso e o Chiru Velho.

Já foram lançados dois livros reunindo as tiras, em 2007 e 2008, e o autor está trabalhando em outros projetos envolvendo a "turma".

Em 2008, foi lançado o site, que você pode visitar clicando aqui: www.saviomoura.com.br.

A propósito, o Sávio, além de super talentoso, é meu irmão.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Primavera de 1979. O Olívio foi preso.

Sábado, fui na inauguração do Monumento a Jayme Caetano Braun. Estava ali distraído, ouvindo os discursos, assistindo as pajadas, e a apresentação do Pedro Ortaça, quando avistei a Dona Judite Dutra, no meio da multidão.

Como onde está a Judite, geralmente está o Olívio, dei mais uma olhada pelo povo, e vi o Galo Missioneiro entretido numa prosa com o Flávio Bettanin, o Bohn Gass, e outras pessoas.

Fiquei olhando de longe e analisando ...

O Olívio já ocupou os cargos mais importantes que um político pode ocupar. Líder sindical, Presidente do PT, Deputado Federal, Prefeito de Porto Alegre, Ministro, Governador. Mas nem por isso deixou de ser uma pessoa simples, que não precisa de aparato para andar na rua, e nem de um esquadrão de brigadianos para cuidar da sua casa.

Lembro, como se fosse hoje, da primeira vez que soube da sua existência, há exatos trinta anos, nesta mesma época do ano. Primavera de 1979, eu adolescente. Cheguei em casa para almoçar, e já estavam na mesa a mãe e a Dona Maria, que trabalhava lá uma vez por semana, como diarista.

A Dona Maria, também conhecida como “Marica”, era uma dessas pessoas que encantam a gente. Naquela época, ela estava freqüentando o Mobral, pois queria muito aprender a ler e escrever. De conversa fácil, comunicativa, trabalhou anos conosco, e todo mundo a adorava, especialmente porque sempre tinha uma história para contar, um palpite para dar, e estava sempre alegre.

Mas a Dona Maria, nesse dia, estava triste, contando alguma coisa para a mãe. Lembro das palavras exatas dela: “Pois é, e agora o Caia tá preso”.

Perguntei automaticamente quem era esse “Caia”, e o que ele tinha feito. Ela só disse que era um sobrinho, e ficou calada. Daí a mãe me disse: “O sobrinho dela é o Olívio Dutra, e está preso porque está comandando a greve dos bancários”.

Eu fiquei impressionado. Então o Olívio Dutra, da televisão, que o Lula (que já havia sido preso quatro vezes seguidas por liderar greves em São Paulo) veio visitar e prestar solidariedade, aquele bigodudo que não tinha medo da ditadura, e liderava milhares de bancários em greve, era de São Luiz! E além disso, de uma família pobre, da periferia. Sobrinho da Dona Maria!

Aprendi uma lição naquele dia, que serviu para muitas coisas. A lição de que, quando queremos, podemos tomar o destino em nossas mãos. E se o Olívio fez isso, na política, e se transformou em uma pessoa importante, eu também podia fazer qualquer coisa, contanto que tomasse iniciativa. Mais ou menos como naquela música do Raul Seixas, “basta ser sincero e desejar profundo, e você será capaz de sacudir o mundo”.

Mas naquele dia eu fiquei muito curioso, querendo saber mais do Olívio, daí a Dona Maria contou algumas histórias dele, que trabalhou no Banrisul daqui, e foi transferido por exigência de um prefeito que o julgava “perigoso” demais.

Em 1986, tive que ir embora para procurar emprego. Mas uma das últimas coisas que fiz foi participar da carreata de cinco carros, que comemorou a eleição do Olívio para Deputado. Fui de carona no fusca azul do meu amigo Mosquitão Scolari.

Em 1988, já em Porto Alegre, vibrei nos comícios, e mais ainda quando ele, que na véspera das eleições era dado nas pesquisas como estando em 4º lugar, ganhou a Prefeitura, e inaugurou um ciclo de dezesseis anos de governo democrático e popular.

Por inúmeras vezes, fui um daqueles anônimos que carregavam bandeiras para comícios e mobilizações, e até engrossei a militância que ajudou na mobilização para garantir a intervenção no transporte coletivo, sua primeira medida impactante na Prefeitura.

Como bancário, convivi no Sindicato com vários companheiros que foram contemporâneos de Olívio, como o Felipe Nogueira, o Paulo de Tarso, o Fonseca. Gostava de ouvir histórias da greve de 79, pois apesar de ser, na época, do PCdoB, sempre vislumbrei no Olívio uma referência de como um militante deve se comportar.

Em 1998, tive a alegria de finalmente ver o Olívio tomando posse, como Governador. Dessa vez, assisti pela televisão. Estavam lá o Seu Cassiano e a Dona Amélia. Não vi a Dona Maria, pois a televisão não mostrava muita coisa, e não sei se ela já não tinha falecido. De qualquer forma, me contaram que à Brasília, pelo menos, ela tinha ido, na posse do Olívio como Deputado. Orgulhosa e feliz.

Uma coisa eu digo: depois desses anos todos, continuo com a mesma admiração de adolescente. É muito bonito não ter sido decepcionado nenhuma vez nesses trinta anos.

É bonito saber que o Olívio ainda mora no mesmo apartamento, que comprou e mobiliou com seu próprio e, certamente, escasso dinheiro de bancário.

É bonito saber que enquanto muitos heróis morreram de overdose (de poder), o meu está aí, limpo e puro.

É bonito ver o Olívio conversando com seu povo.

Desculpem, mas o Olívio é o cara.
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Prefeito é condenado por crime em licitação

O Prefeito Vicente Diel (PSDB), de São Luiz Gonzaga, que pode ser visto na fotografia, visitando Ricardo Lied, Chefe de Gabinete da Governadora, foi condenado ontem a dois anos e três meses de detenção, no julgamento do Processo-Crime 70017422346, pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

A condenação foi pela prática do crime previsto no artigo 95 da Lei 8.666/93, a Lei de Licitações, e a sentença prevê ainda pagamento de multa, e transformação da pena privativa da liberdade em prestação de serviços à comunidade.

Reproduzo a seguir a ementa do Acórdão, que pode ser confirmada aqui.

"08/10/2009
À UNANIMIDADE, JULGARAM PROCEDENTE A AÇÃO PENAL, PARA CONDENAR VICENTE DIEL À PENA DE DOIS ANOS E TRÊS MESES DE DETENÇÃO, REGIME ABERTO, E MULTA ESTABELECIDA EM 2% DO VALOR DOS CONTRATOS, SUBSTITUÍDA A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, POR IGUAL PERÍODO E PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, CONSISTENTE NO PAGAMENTO DE 50 CESTAS BÁSICAS EM FAVOR DE ENTIDADES ASSISTENCIAIS, A SEREM DEFINIDAS NO JUÍZO DE EXECUÇÃO, COMO INCURSO NAS SANÇÕES DO ART. 95 DA LEI Nº 8.666/93, NOS TERMOS DOS VOTOS EMITIDOS EM SESSÃO." FALOU PELO MINISTÉRIO PÚBLICO O DR. UBALDO ALEXANDRE LICKS FLORES. FALOU PELA DEFESA O DR. GLADIMIR CHIELE"


A sentença não afetou seus direitos políticos, nem determinou a perda do mandato. Infelizmente.

Registre-se que esse não foi o único processo contra Vicente Diel. O Alcaide está respondendo a outro processo-crime por crime de licitação, na mesma 4ª Câmara do TJ, e a um processo eleitoral por compra de votos na última eleição.

Para quem não conhece o caso ora sentenciado, vou resumir: a condenação refere-se a crime praticado em 2005, ocasião em que Vicente Diel era Vice-Prefeito e Secretário de Obras.
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Segundo a sentença, Vicente Diel, proprietário de uma empresa de transporte escolar com "linhas" nas estradas vicinais, procurou afastar um concorrente da licitação que renovava as concessões, mediante grave ameaça e fraude, ou oferecimento de vantagem indevida.

O fato é que ele forçou um concorrente a desistir de apresentar propostas em determinadas "linhas", que seriam suas e de seu irmão. Vicente ameaçou que, caso ele disputasse e ganhasse, iria "passar pé de pato" (um tipo de arado) nas estradas dessa linha, para que ficassem intransitáveis. E para amarrar bem a questão, "sugeriu" ao concorrente fazer proposta para outras linhas, que nao fossem as suas, colocando o preço "lá em cima", que ele garantiria.

O prejudicado gravou as conversas, que integraram a denúncia do Ministério Público. A degravação dessas conversas pode ser lida, na decisão que acolheu a denúncia, clicando aqui, , e depois no campo denominado "INTEIRO TEOR".

Para quem tem preguiça de clicar, reproduzo abaixo um pedaço da conversa, que nada fica a dever às conversas ora reveladas das Operações Rodin e Solidária. Mas recomendo, para quem quer se indignar mesmo, ler todo o documento.

"B" é nosso atual Prefeito, e "A" é o concorrente prejudicado. Leiam e se enganem com seus próprios olhos:

"A - Não, mas tu tá dizendo que vai passá... que vai passá pé-de-pato nas estrada, que vai fazê isso, que vai fazê aquilo. Vai... vai... vai... que arrumô dinheiro pra... pros transporte que...
B – (*) eu tenho todos os poder na minha mão.
A - Tem todo o poder na tua mão?
B – (Tenho).
A - Que coisa de louco, então... então (*) dá um jeito de concorrê (*) então porque...
B - (*).
A - Não... pois é, que coisa de louco, (*) vai passá por cima do Vice-Prefeito, né.
B - Tenta fazê pra ti vê.
A - É, mas que coisa séria.
B - Não, (tu tem) (*), tu já ganhô, cara.
A - É, eu ganhei é. Tu sabe que eu vô... é, eu vô pensá... vô pensá bem, daí tu me li.”
(...)
A - Não, mas vamo fazê assim, Vicente, quanto tu me dá então pra mim não concorrê essa linha?
B - Eu tenho que te dá uma mão, cara, pra ti procurá (*).
A – Não.
B - Se precisá, eu te ajudo, passo (*) tua rua (*).
A - A recém mesmo tu tava me... ãh... ah tá, tu vai... daí eu não concorrendo na tua, tu arruma bem as minhas estrada e deixa tudo bonitinho.
B - Arrumo e priorizo a tua, (*).
A – Então... então tá, eu não concorrendo na tua, tu... tu deixa as estrada minha.
B - Te deixo, arrumo essas estrada, faço pra ti trabalhá bem, (*) rua pra ganhá bem.
A – Tá.
B – (*)
A – É, hein Vicente e da... e daí quanto eu vô concorrê, eu vô botá no teto daí?
B – Bota no teto as outras aí (*).
A – Boto no teto todas as outras?
B – (*) (se queimá comigo).
A – Pos é né, é um troço que fica na contramão. Mas ó Vicente, eu vô... eu vô falá com esse cara né, eu vô falá com o...
B - Deixa a Capela e a Laranja, cara, que eu te dô a mão, te ajudo.
A - Tu tem a Capela e a Laranja?
B - É, a Laranja é do meu irmão e a Capela é só minha.
A - Ah, então tá, viu Vicente, mas fiquemo no trato que daí tu... as estrada e...
B - Eu arrumo tuas estrada, cara, boto patrola (*) pode ficá tranqüilo.
A – E aí eu posso concorrê no teto?
B – Pode concorrê no teto, entra firma, tu tem doze (*) lá.
A – Ah tá, viu Vicente, e essas linhas que eu vô co...
B – (O Boqueirão), cara, que é uma linha boa de ganhá dinheiro, ali cara.
A – Eu sei, viu Vicente... e essas... e essas que eu vô concorrê eu posso... eu tenho como aumentá mais, né?
B – Ah?
A – Espichá a linha, né?
B – Sim, sim, (damo) um jeito sim.
A – Tá e daí tu... tu não deixa ninguém mexê daí.
B – (*).
A – Então... então... então tá, viu... viu Vicente, eu vô fazê assim, eu vô falá com meu sócio amanhã e vô deixá as tuas livre. Vô falá bem pra ele que tu vai arrumá as estrada, vai... que eu vô espichá as linhas (*)”.


Pois é esse Prefeito, réu em uma ação criminal e já condenado em outra, ambas por fraudes em licitações, que está comandando a licitação de privatização, por trinta anos, da água e esgoto de nossa cidade.
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Esse condenado é quem assinou o Edital de Privatização, cuja estimativa é de um contrato de 47 milhões de reais, para uma duração de trinta anos.
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Estive viajando a trabalho, por três dias, e não acompanhei a repercusão na imprensa local. Mas me disseram que algumas pessoas, ao ouvirem a entrevista do Prefeito no rádio, entenderam que ele tinha sido absolvido, pois afirmou que a sentença lhe foi "extremamente favorável".
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Dois anos e três meses de detenção, e ele achou favorável. São outros valores, que não os meus, realmente!
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Uma fonte confiável me disse que ele não vai recorrer da decisão, pois tem medo que seja reformada, para pior. E ele tem razão, nesse ponto. Ficou barato.

Mas é muita chinelagem! Pobre São Luiz ...
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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Ruralistas e grande imprensa defendem cartel da laranja

A bancada ruralista no Congresso Nacional defende o cartel internacional das indústrias de suco de laranja e faz uso de um fato isolado para tentar ressuscitar um pedido de CPI contra o MST já rejeitado pela maioria do Legislativo. A avaliação é do deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), coordenador nacional da Frente Parlamentar da Terra, ao comentar o episódio ocorrido na fazenda Santo Henrique, na divisa dos municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi (SP), em que trabalhadores rurais ligados ao MST derrubaram pés de laranja durante uma ocupação.

"O que os ruralistas querem é requentar a CPI do ódio contra o MST, ressuscitar um pedido já rejeitado pelo Congresso, a partir de um episódio isolado", afirma Dr. Rosinha. "Ninguém defende a derrubada de árvores, mas, antes de qualquer análise leviana, é preciso avaliar quem é quem nessa história e o total de árvores cultivadas pela empresa."


Conforme dados obtidos pela assessoria do mandato do deputado Dr. Rosinha, a Sucocítrico Cutrale Ltda., dona da fazenda, teria mais de 20 milhões de pés de laranja distribuídos em mais de 40 fazendas de sua propriedade no Brasil, além de outras unidades na Flórida (EUA). Ao se tomar por base a estimativa da PM de São Paulo, que divulgou o número de 7 mil pés derrubados —o MST sustenta que o número foi menor, inferior a três mil—, chega-se ao percentual de 0,7% das árvores da fazenda, que totalizam um milhão, ou então de 0,035% dos cerca de 20 milhões de pés de laranja das fazendas da Cutrale em território nacional.

Em protesto contra a monocultura, o movimento plantaria feijão no lugar da laranja.

Os herdeiros da família Cutrale detêm cerca de 30% do mercado global de suco da fruta. Entre seus clientes estão companhias como Parmalat, Nestlé e Coca-Cola. A família seria uma das mais ricas do país, com fortuna acumulada equivalente a 5 bilhões de dólares. Emissoras de TV e jornais citaram o vídeo como se fosse produção de um cinegrafista amador. Ocorre que as imagens foram captadas a partir de um helicóptero. "Um cinegrafista amador a bordo de um helicóptero?", questiona Dr. Rosinha. "Pelo que apuramos, foi a PM paulista que fez a gravação e a repassou à mídia, em mais uma tentativa de criminalização da luta do MST por uma distribuição mais justa da terra."

CARTEL

Alvo de pelo menos cinco processos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão encarregado de preservar a concorrência, a Cutrale é líder de um cartel formado por quatro empresas que dominam o setor. Duas delas são multinacionais de outros países: Citrosuco, do grupo holandês Fischer; e Coinbra-Frutesp, do grupo francês Louis Dreyfus. A Cutrale e a Citrovita, do grupo Votorantin, são as outras duas. Essas quatro indústrias detêm mais de 50 milhões de pés de laranja, o equivalente a 30% das 170 milhões de árvores produtoras de laranja do Estado de São Paulo, e impõem seus preços aos demais produtores. Os donos da Cutrale são réus em processos por crime de formação de cartel e posse ilegal de armas de fogo. Armas e munições foram encontradas em seu gabinete durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em 2006. O processo que trata do crime de cartel tramita na 9ª Vara Criminal de São Paulo.

GRILAGEM

Há cerca de uma década o Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária) reivindica na Justiça a posse da fazenda Santo Henrique. Conforme o órgão, em 1919 a União adquiriu área de aproximadamente 50 mil hectares de terras particulares para promover um projeto de colonização no interior. Apenas partes das terras foram transferidas. O restante permaneceu em poder da União, como o caso da propriedade ilegalmente ocupada pela Cutrale. Em janeiro de 2008, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou a tutela antecipada solicitada pelo Incra, mas a ação reivindicatória segue sua tramitação na 1ª Vara Federal de Ourinhos. "Como forma de legitimar a grilagem, a Cutrale realizou irregularmente o plantio de laranja em terras da União", diz trecho de nota da direção estadual do MST em São Paulo. "A produtividade da área não pode esconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estão sendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja é o símbolo da irregularidade." A Cutrale também já foi autuada diversas vezes por impactos ao ecossistema, poluição ao meio ambiente e lançamento de esgoto sem tratamento em rios.

O MST calcula que 400 famílias acampadas poderiam ser assentadas na região. Em todo o estado de São Paulo, 1,6 mil famílias sem-terra terra estão acampadas. No país, são 90 mil.

* Do Boletim do Deputado Federal Doutor Rosinha (PT-PR)

Fonte: site do MST (
visitar aqui).
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Um estranho silêncio

Amanhã completa quinze dias da realização daquele ato promovido pela Prefeitura, que deveria ter sido uma Audiência Pública, para apresentar o Edital da Privatização da Água e Esgoto. Deveria, porque não foi. Mas o ato, de qualquer forma, aconteceu.

Estou estranhando muito o silêncio da Prefeitura, desde então.

Conforme já postei aqui, e falei na Rádio Missioneira, tudo indica que o tal Edital tenha sido elaborado pelo Nelson Serpa, consultor jurídico da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços de Agua e Esgoto, e também assessor para assuntos de água e esgoto, do Prefeito Municipal.

Disse também que há suspeita de um vereador de Canoinhas/SC, de que lá na cidade catarinense, o edital de água e esgoto esteja sendo direcionado, para que uma empresa, supostamente pertencente a Nelson Serpa, ganhe o certame. E ainda que essa empresa, que seria do Nelson Serpa, já opera o serviço de recolhimento de lixo na cidade.

Pois a audiência foi numa sexta-feira. Na terça-feira seguinte o Prefeito cancelou a licitação para coleta de lixo, que já estava em curso. Estranha coinciência, já que o Nelson Serpa andava por aqui, naqueles dias.

Já quanto ao Edital da Privatização da Água e Esgoto, o Procurador do Município disse na Adiência dita Pública que seria publicado na Internet, e disponibilizado na Prefeitura, no dia seguinte. Depois, no rádio, disse que seria na sexta-feira seguinte.

O dia seguinte já passou, e a sexta-feira seguinte também, e nada do tal Edital ser tornado público.

Nós, do Comitê em Defesa da Água Pública, estamos esperando a publicação, para apontar judicialmente as falhas da audiência e do edital (que pudemos constatar nas explicações do Doutor Serpa,a tal audiência). Mas o Edital não sai.

Não sei não. Esse aparente marasmo me preocupa. Alguma coisa os privatas estão preparando, "na moita", como bons "moitucanos" que são.

Com certeza há alguma coisa acontecendo, na comissão de licitação. E coisa boa não há de ser.

Como dizia minha avó, algo hay.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Colorado amarelou

Na outra quarta-feira, liguei a televisão depois da novela, para ver um pouco de futebol, e levei um susto.

Estavam transmitindo o jogo de um time de camiseta amarelo-maionese, com calções e meias vermelhas. O uniforme mais feio que já vi, em toda minha vida.

Como de uns tempos para cá, estou desenvolvendo um projeto-piloto, de assistir aos jogos no "mute", e sem rádio, para escapar da xaropice dos locutores e comentaristas, estava só com a imagem. Sem som, não dava para ver que times eram.

Fiquei intrigado. O time de azul podia ser qualquer um, era um uniforme bem comum. Mas o outro parecia time de associação de funcionários. No caso, o time dos funcionários da Cervejaria Skol.

Depois de alguns minutos, notei que um dos jogadores do time amarelo era mais feio do que o comum. Um meio-de-campo de cabelo moicano. É raro jogador de futebol ser bonito mas esse era especialmente feio. E jogava igual ao macaquinho que namora a girafa: "tô aqui, tô ali, tô em todo lugar ..."

Me caiu a ficha. O jogador era o Guiñazu, e o time era o Colorado, no Jogo da Copa Sul-Americana. Confirmei isso depois de colocar os óculos, e daí assisti o jogo, sem som. O outro time jogou bem melhor, e levou vantagem no resultado.

Nesta última quarta-feira, ocorreu a mesma coisa. Quase um deja-vú, só que o time amarelo estava de calções e meias brancas, e o meio-campo feioso estava no banco. Mas o uniforme continuava horrível, e de novo, o outro time jogou melhor, ganhou o jogo e a classificação.

Pois entre esses dois jogos da prioritária competição sub-americana, o Colorado jogou duas vezes pelo Brasileirão. Empatou um jogo de polo aquático contra o Flamengo (uma beleza o sistema de drenagem do Beira-Rio, já está pronto para a Copa do Mundo), e perdeu fora para o Coritiba.

E hoje demitiram o Tite, pelos quatro fracassos seguidos. Achei uma injustiça, afinal, trata-se de um treinador multicampeão, de nível internacional, que este ano já ganhou inclusive a famosa e prestigiada Copa Suruga, no Paquistão (ou Afeganistão, ou Japão, sei lá).

O problema todo não foi o treinador. Foi esse nefasto uniforme amarelo.

Soube de uma pesquisa científica, que analisou amostras de sangue dos jogadores colorados, e constatou que houve uma contaminação, pela tinta amarela da camiseta nova. Já nos minutos iniciais do primeiro jogo, uma substância química amarelada se desprendeu do tecido, se infiltrou através da pele, e chegou à corrente sanguínea dos atletas.

O time amarelou.

O pessoal do marketing inventa essas camisetas contaminadas, e o pobre do treinador é quem paga a conta.

Mas os torcedores não precisam ficar preocupados. Segundo os cientistas, o amarelão dura somente uns três ou quatro meses. No próximo Gauchão, os jogadores já estarão valentes, de novo.
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O Lula e a Yeda

COM LULA, O BRASIL RETOMA O CRESCIMENTO. COM YEDA, O RS DISCUTE O IMPEACHMENT

* Por Elvino Bohn Gass

“É inegável a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros no atual governo. Os dados antes esparsos dessa mudança estão agora reunidos e foram revelados com a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), pelo IBGE, que cobre todo o país e abrange praticamente o período de governança do presidente Lula. Os resultados impressionam, na medida em que convergem de forma consistente para mostrar que, simultaneamente, de 2004 aos dias de hoje:

1 – a desigualdade social diminuiu
2 – o rendimento médio dos trabalhadores assalariados aumentou
3 – o número de pessoas desempregadas em todo o país caiu, derrubando a taxa de desocupação para o seu mais baixo nível desde 2003
4 – as desigualdades de renda entre regiões brasileiras também estão em queda.”


Reproduzi aí acima um trecho de um artigo do economista Delfim Netto e antes que me acusem de estar ampliando a voz de um homem que serviu à ditadura que tanto combati, explico que o fiz de propósito.

Quero mostrar que é verdadeira a afirmação de que a guerra contra a desiguldade travada pelo governo Lula está dando resultados reais. E que não sou eu, um deputado do PT, ou mesmo uma peça de propaganda do nosso governo federal, quem está a fazer esta afirmação. Portanto, escolhi Delfim a dedo.

Primeiro, porque do ponto de vista político, ele é insuspeito já que nunca foi um homem de esquerda e muito menos um simpatizante do PT.

E, segundo, porque Delfim, goste-se ou não dele, concorde-se ou não com ele (e eu, muitas vezes discordo), sabe do que está falando. E é ele quem diz:

“O combate à fome, com o atendimento do Bolsa Família a 15 milhóes de pessoas situadas nos estratos mais pobres da população, é um êxito inegável, reconhecido internacionalmente.”

“Desde o início, em seu primeiro mandato, o presidente Lula colocou como objetivo central das políticas de governo o combate à pobreza e a recuperação do crescimento econômico.”

“A verdade é que ele (Lula) soube utilizar a sua qualidade de grande negociador para superar a desconfiança inicial de setores importantes do empresariado, que hoje reconhecem sua liderança e a capacidade de sustentar o objetivo do crescimento.”

“Não se encontra hoje quem ponha em dúvida que as reações do presidente foram decisivas para afastar o pânico nos momentos iniciais, e, depois, na adoção dos estímulos para manter a atividade econômica com um desgaste mínimo em termos de redução da produção e perdas de postos de trabalho”.

YEDA, VERGONHA GAÚCHA

Pois é, o presidente-operário Luís Inácio Lula da Silva, está consolidado como o melhor da história do país, pelo menos dos últimos 50 anos.

Enquanto isso, a governadora-economista do Rio Grande do Sul, Yeda Rorato Crusius, está consolidada como a pior. E não só dos últimos 50 anos, mas de toda a história do Estado.

Yeda, ao contrário de Lula, não combate as desigualdades, aprofunda-as.


Yeda, ao contrário de Lula, não inspira confiança.

Afinal, em seu governo descobriram-se as duas maiores fraudes de todos os tempos no Estado: a do Detran (investigada pela Operação Rodin) e a das grandes obras (Operação Solidária) que, juntas, causaram um rombo de cerca de 344 milhões de reais aos já combalidos cofres públicos do Rio Grande do Sul.

É por isso que enquanto Lula conta com uma inédita de aprovação popular (seu governo é considerado ótimo ou bom por 80% da população brasileira), Yeda bate recordes de reprovação (seus índices de ruim e péssimo foram os maiores desde que este tipo de pesquisa começou a ser feita no país).

É por isso que enquanto as ações de Lula fazem o Brasil crescer com distribuição de renda, as de Yeda paralisam o Rio Grande do Sul e obrigam o Estado a discutir o seu impeachment.

* Elvino Bohn Gass é Deputado Estadual do PT/RS


domingo, 4 de outubro de 2009

Chomisco!


No sábado, foi feito o traslado da Estátua de Jaime Caetano Braun, do atelier do escultor até o local em que ficará em definitivo, na entrada da cidade. A operação durou o dia inteiro, ocupando a atenção de centenas de pessoas. Sobre isso, tenho a dizer somente que:

Não é à toa, chomisco, que o Vinícius Ribeiro é de São Luiz Gonzaga!

Adiante estão postadas fotografias da operação. A qualidade de algumas não ficou muito boa, por terem sido tiradas por celular, mas o que importa é o registro histórico.


Estátua sendo colocada no caminhão, sob a supervisão do Vinicius.

Vencida a primeira fase, de retirar a estátua por sobre os fios de luz, e deitar no caminhão sem danificar nada, o Vincícius respira pela primeira vez no dia ...
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O engenheiro responsável pelos trabalhos de traslado, da empresa SS Guinchos, de Pananbi, confere se está tudo bem amarrado.

Os dois guinchos começam o trabalho de retirar a estátua do caminhão. Segundo a balança do guincho maior, a obra pesou 8.700 kg. Vão ser necessários mais uns 300kg de solda e cimento, sendo portando o peso total umas nove toneladas de aço de concreto armado.


O guincho maior levanta a estátua como se fosse um boneco de plástico, e lentamente a coloca sobre o pedestal.

A estátua já colocada sobre o pedestal, fotografada após a retirada dos três veículos da empresa SS Guinchos. Tirei essa fotografia, com o caminhão da Prefeitura próximo, para dar uma noção do tamanho total do Monumento.

Resultado final. Com todo respeito ao Laçador, de Porto Alegre, esta é uma obra tão bonita quanto, porém muito maior e mais imponente.
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A partir de hoje, os viajantes vão se referir a São Luiz Gonzaga como "aquela cidade que tem a estátua de um gaúcho" no trevo de entrada.
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pinóquio é pouco!

Está prometida para esta sexta-feira a divulgação do Edital de Privatização da Água e Esgoto, em São Luiz Gonzaga.
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Estou contando as horas, pois com a divulgação do Edital, medidas jurídicas poderão ser tomadas, para barrar essa farsa.
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E enquanto aguardo, vou navegando por aí. Numa dessas, descobri uma entidade denominada
ABCON – Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto. Vejam bem, Concessionárias Privadas. A organização pode ser visitada aqui.

Visitando o site, encontrei uma notícia sobre um Seminário de Saneamento Básico promovido pela ABCON, na qual o nosso conhecido advogado Nelson Serpa, conselheiro para assuntos de licitação de água e esgoto do Prefeito Vicente Diehl, tem participação destacada. Ver
aqui.

Para quem está com preguiça de “linkar”, vou adiantar o que está escrito lá no penúltimo parágrafo da tal notícia:

“Também estarão no seminário o advogado Nelson Serpa, do comitê jurídico da ABCON, e Leonardo Barbirato, presidente do Sintercon – Sindicato Interestadual das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto.”

Temos então que esse sinistro personagem integra o Comitê Jurídico da Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto.

Em outra página desse mesmo site (espiem aqui), onde estão elencados os associados da ABCON, aparece uma certa Serrana Engenharia (aqui). E quem é o dono da Serrana Engenharia?

Bueno, segundo o Vereador Bene Carvalho, do PMDB de Canoinhas (SC), o dono é o tristemente famoso Nelson Serpa. Por favor, confiram as denúncias do edil catarinense aqui, aqui, e principalmente aqui.


Para que a leitura fique mais cômoda, adianto um trechinho da notícia que pode ser encontrada no último link do parágrafo anterior. Mas insisto que vão até lá e leiam tudo.

“A suspeita é de que a o escritório Serpa, que desenvolve estudo na área de saneamento na cidade, cujo proprietário, Nelson Serpa, possui uma empresa de administração de serviços de água e esgoto, estaria sendo favorecida a vencer o processo. A Serrana, que hoje administra a coleta de lixo no município, também estaria sendo cogitada pelo Executivo para assumir o serviço ...”.

Então, se o Benê estiver correto, podemos montar o perfil completo do alarife. Com os dados disponíveis, dá para concluir que o Nelson Serpa é:

a) conselheiro de Vicente Diehl para assuntos de água e esgoto;
b) assessor jurídico da Ampla, empresa que elaborou Plano Municipal de Saneamento Básico;
c) provável redator do Edital de Privatização;
d) apresentador do Edital de Privatização na Audiência dita Pública;
e) respondedor de perguntas sobre o Edital de Privatização na Audiência dita Pública;
f) dono, ou sócio, de uma empresa privada de saneamento básico em Santa Catarina;
g) dono, ou sócio, de uma empresa privada de recolhimento de lixo (que coincidentemente circula nos gabinetes da Prefeitura, onde se elabora o novo Edital para Licitação do recolhimento do lixo);
c) integrante do Comitê Jurídico das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto ...

Isso explica porquê ele odeia tanto a CORSAN. Mas vai ser polivalente assim lá em Santa Catarina.

Ah, antes que eu esqueça:

Como andam dizendo que eu embarquei numas de Teoria da Conspiração, sugiro a meus nobres leitores voltar naquela página dos associados da ABCON (aqui, de novo), e dar mais uma olhadinha.


Encontrarão, dentre outras associadas, as empresas Foz de Cachoeiro S.A., Foz de Limeira S.A., Foz de Rio das Ostras S.A., e Foz do Brasil – Mauá.

E de quem são todas essas “Fozes” todas? Um chiclete pré-mascado, para quem pensou na Odebrecht. Bingo! Comprovar aqui.

Sei não, sei não ... será que a Serrana, essa empresa fantástica que faz um pouco de tudo (engenharia elétrica, civil, ambiental, santária, recolhimento de lixo, administração de aterros, etc.), não faz também suco de laranja?

E “os últimos moitucanos”, que ainda defendem o Prefeito, mas na Audiência dita Pública ficaram "na moita", ainda vão para a rádio dizer que não estão privatizando.


Pinóquio é pouco.