Uma noite destas estava jantando com um grupo de amigos. São pessoas que conheço há pouco tempo, então estava quieto no meu canto, observando as conversas. Dois deles, que estavam sentados mais próximos, passaram a falar em coleções.
Um contou sobre uma faca nova que adquiriu, e disse que sempre deixa pelo menos meia dúzia de facas em seu escritório. De vez em quando, escolhe alguma, pega, fica admirando. De tempos em tempos, substitui uma delas por outra, do “estoque”. E assim, vai “curtindo” sua coleção.
O outro disse que coleciona isqueiros. Deu as características de alguns exemplares, e disse que está atrás de um isqueiro muito especial, feito de porongo, com uma pedrinha que faz faísca, que os gaúchos usavam antigamente. Lamentou que esse isqueiro é muito raro, já o viu em museus, mas não encontra nenhum à venda.
Eles me perguntaram se eu colecionava alguma coisa. Matutei um pouco, e depois de um gole de vinho, e respondi que, quando era gurizão, queria muito colecionar mulheres, mas não me dei muito bem. Meu sonho de ter um harém ficou só nos planejamentos infanto-juvenis.
Depois, em casa, fiquei pensando no assunto. Percebi que nunca colecionei nada. Que fracasso ...
Na verdade, tenho meus elefantes. Dezessete elefantinhos e meio, pois um está quebrado. Alguns comprados, outros ganhados, gosto de tê-por perto, pois o elefante nunca esquece. Eles me lembram de lembrar, o que é uma boa regra de sobrevivência. Mas não dá para considerar coleção.
Então, de uns quinze dias para cá, resolvi mudar meu visual, o que inclui usar gravatas. E percebi uma coisa que não tinha me dado conta antes, eu tenho uma coleção! De gravatas!
Acho que são mais de sessenta, todas novinhas, bem arrumadas em caixas de camisas. Dessas, eu devo ter comprado no máximo umas cinco. As outras são herança do meu irmão, Floribaldo. Ele gostava de trabalhar sempre bem arrumado, o que implicava em ter vários ternos e muitas gravatas.
Depois, a mãe distribuiu gravatas dele para vários amigos, como lembrança, mas a maior parte repassou para mim.
Então, parece que não sou tão excêntrico. Estou incluído. Não fui eu quem juntei, mas tenho uma coleção, e aliás, de um objeto bem aproveitável. Pretendo até comprar mais algumas, de vez em quando, para não deixar estacionada a renovação.
Já a outra coleção, a de mulheres ... fica para a próxima encarnação.
Pois...Problema de família pois nunca consegui colecionar nada, até porque nada ma atrai assim com tanta força para merecer coleção,isto é,tudo em geral e nada em particular.
ResponderExcluirPensei em colecionar maridos, mas como a coisa é complicada resolvi parar no segundo, mesmo porque,como diz uma amiga: quem viu um viu todos.
Falando em colações, aprendi no grupo VIVA que não devemos colecionar preocupações, medos e pensamentos negativos. Esperto é quem sabe desviar os maus pensamentos quando eles chegam.
ResponderExcluirQuanto a coleções estou começando uma de palhacinhos, todos alegres, rindo para mim.