sábado, 15 de agosto de 2009

No Limite, Jogo Duro, Decamerão, Som e Fúria ...

Gosto de assistir televisão, inclusive novelas, isso nunca neguei. E no Brasil, é impossível não ficar escravo do que a Globo transmite.

Há sobre nós um monopólio, que se é impiedoso e manipulador em termos de noticiário, também se revela muito cruel quanto ao restante da programação. Querendo ou não, em termos de TV aberta, assistimos ao que a Globo quer transmitir. Ou desligamos a TV, pois mesmo as outras emissoras acabam sendo, de um modo ou outro, pautadas pela vênus platinada.

Então, quero comentar quatro programas da emissora da família Marinho.

Primeiro, fui surpreendido alguns domingos atrás, pois esperava pelo Teledomingo, mas entrou um reality show apresentado pelo Paulinho Vilhena, que me fez cair os butiá do bolso. O tal do Jogo Duro.

Acho que nos últimos anos não passou nada pior na televisão. É um jogo, daqueles que mostram as pessoas se humilhando em troca de alguns trocados. Na essência, nenhuma novidade, pois a Globo adora isso desde o tempo dos calouros que o Chacrinha esculachava. Mas êta programinha ruim. Lixo. Não vale nem a pena comentar. Pobre de quem, como eu, aguardava aquela bosta terminar para assistir ao pequenino espaço errebeessiano das notícias locais, antes de "fechar a semana".

Quando finalmente terminou o tal reality, que durou um mês, acho, veio a Globo ressuscitar o No Limite. Outra coisinha horrorosa, na mesma linha de pagar mico para ganhar vintém. Só que com orçamento muito superior, que resulta em uma produção caprichada. Mas deve haver quem goste, decerto dá ibope, senão impossível que fosse para o ar. Mil vezes o Big Brother.

Mas, como nem tudo são trevas, estamos assistindo agora Decamerão, às sextas-feiras. Quando anunciaram, eu até fiquei curioso, pois sou da geração que assistiu o Decameron do Pasolini, no cinema, nos anos 70. E era sexo quase explícito, naqueles tempos remotos.

Gostei do Decamarão global. A transição do que conheci como quase pornográfico para a malícia, a insinuação que a televisão aberta requer, foi muito bem feita. Só que, apesar da fotografia primorosa, histórias divertidas, locações lindíssimas, um jovem elenco de primeira linha, não funcionou como poderia.

Para mim, pelo menos, parece que faltou alguma coisa. Acho que houve alguma falha na linguagem escolhida. Por exemplo, às vezes as falas são rimadas, às vezes não, e essa indecisão deixa o "ritmo" meio quebrado. Talvez tenha ficado mal acostumado com Capitu, em que a poesia da linguagem foi impecável. Mas é bom.

E salvando o semestre, tivemos também Som e Fúria. Excelente. A idéia de trazer o mundo do teatro para a televisão, sempre que é bem feita, como no caso, dá certo.

Sobre Som e Fúria, vou escrever daqui mais uns dias, pois tenho um texto sobre o Teatro do Bentinho (nostalgia da adolescência) que tem tudo a ver, e pretendo reescrever misturando os assuntos.

De qualquer forma, não sou nenhum crítico, só um telespectador. E é isso ...

2 comentários:

  1. Achei que tu ias comentar sobre o Murilo "Bonício" como policial civil, hehehe

    Prefiro o Marcos Palmeira como delegado Moura, lembra?

    bjos

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  2. Na última novela boa que passou, acho que tu ainda não tinha nascido, o Murilo Buenissímo teve seu primeiro papel. Era um carteiro "de esquerda", radical, que inclusive falava com a língua presa, parecido com o Lula. Interpretou tão bem que está com a língua "plesa" até "agola".

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