terça-feira, 1 de setembro de 2009

Não deixem vender o aquífero guarani

Amanhã (02.09.2009) nosso Prefeito Municipal estará em Porto Alegre, com um séquito de acompanhantes, para entregar ao Presidente da CORSAN o Plano Municipal de Saneamento Básico (parece que o nome é esse).

Espero estar enganado, mas acho que é jogada ensaiada com a turma do Marcos Alba, para que a CORSAN se manifeste dizendo que "não tem interesse" ou "não tem dinheiro para investir", e assim deixar pista livre para a Odebrecht.

As pessoas não estão se dando conta do perigo, inclusive muitos ditos formadores de opinião. Não há assunto mais importante na cidade - nem a vinda da Norobios, nem a Expo São Luiz, nem a "epidemia" de crack - do que a pretensão de privatizar o aquífero guarani.

Se esse povo conseguir privatizar, logo adiante vai haver choro e ranger de dentes. E quem se omitiu agora não vai ter direito de reclamar.

Não acredito que Deus, ou a natureza, como quiserem, tivesse ficado centenas de milhares de anos filtrando água para nosso subsolo, para que no futuro uns poucos se dessem bem, com a sua venda. Não era esse o plano, com certeza.

Essa água é uma reserva importantíssima da humanidade, e pertence aos povos que aqui habitam, devendo ser utilizada com critérios e distribuiída com justiça. E a iniciativa privada não se preocupa em ser criteriosa, nem justa, mas apenas em lucrar.


Eu não sou nada além de um cidadão, mas não vou deixar na história da minha vida a marca da omissão, nesse momento tão crucial.

Para que todos saibam como funciona a iniciativa privada no fornecimento de água, reproduzo adiante um post do
Blog Partisan, de 26 de julho de 2009, que conta como funciona o fornecimento de água em Córdoba, na Argentina, que foi privatizado pelo Menem.

População ao sul de Córdoba denuncia distribuição de água envenenada.


A Coordenação Córdoba em Defesa da Água e da Vida (CCODAV) apresentou uma denúncia penal na semana passada contra a empresa Águas de Córdoba, acusada de distribuir água envenenada com agrotóxico ao sul de Córdoba, cidade argentina.

Responsável pela "venda de água em bloco", a empresa teria causado dano a cerca de 400 mil cordobeses da zona ao sul do Rio Suquía, que consomem água proveniente da Planta Potável os Moinhos. A denúncia foi apresentada ao promotor do Distrito 2, Pedro Caballero.

A entidade afirma que a água consumida pela população do sul de Córdoba é proveniente de um canal a céu aberto, "Os Moinhos Córdoba", que, em seu percurso de 64 quilômetros, atravessa milhares de hectares de cultivos de soja transgênica, recebe dilúvios de agrotóxico em suas águas.

Segundo a CCODAV, a contaminação é conseqüência das fumigações com aviões, maquinaria ou a mão, parte do "insustentável e perigoso pacote tecnológico" que acompanha essa indústria de agronegócios destinados à exportação. A entidade denuncia que as águas estão sendo afetadas pelo uso, em plantações próximas, por tóxicos como o Glifosatos, 2.4d, Endosulfan, entre outros inseticidas ou agroquímicos.

A denúncia foi dirigida contra a empresa Águas Cordobesas (Concessionária monopólica da "venda de água em bloco" desde 1997), ao governo do estado de Córdoba e à prefeitura da capital, por falta de controle e informação à população.

Os denunciantes entendem que a Águas Cordobesas, o executivo estadual e municipal poderiam estar incorrendo em delitos previstos no Capítulo IV do Código Penal Argentino e delitos contra a saúde pública ("... envenenar ou adulterar águas potáveis..."), violando por mais de 11 anos os artigos 201, 202 e 203, que prevêem até prisão para os responsáveis.

As informações da Agência de Informação Frei Tito para a América Latina (www.adital.com.br).

Isso é o que acontece quando a sociedade perde o controle de serviços públicos essenciais, entregues a simples lógica do lucro pelas privatizações.

Um comentário:

  1. Mandei um e-mail pra vc. Depois vai ser tarde para reclamar. De preços e atendimento... Se a população não reclamar, exigir e se impor, Deus que nos acuda...

    ResponderExcluir