sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Polissonografia

Rapaz ... nesse meu projeto de ser o homem mais velho do mundo, estou fazendo alguns exames médicos. Comecei com a questão do sono. Acho que tenho algum distúrbio, pois é frequente acordar com as pernas cansadas, e sensação de fadiga. Além disso, minha mulher e as filhas estão dizendo que ronco.

Fui a um otorrino e relatei os incômodos (respiração pela boca etc.), e ele me encaminhou para uma
polissonografia. O nome é comprido, e o exame mais ainda. A gente tem que pousar na clínica, para que seja monitorada uma noite de sono.

Durante a noite, a gente fica o tempo todo sendo filmado, com uma câmera, que filma no escuro. O técnico que me atendeu, um enfermeiro especializado, disse que eu podia me tapar com o edredon, que câmara filmava por cima. Daí, fiquei pensando ... se essa câmera atravessa o edredon, de uns três centímetros de espessura, havia de atravessar o meu pijama, que deve ter um milímetro. Ou seja, nos filmam pelados. Mas tudo bem, faz parte.

Além da câmera, o exame em si é bastante complexo e completo. Além da filmagem, verifica 39 distúrbios diferentes do sono, e faz um eletrocardiograma e um eletroencefalograma daqueles de seis, sete horas de duração. Achei ótimo, pois depois é só fazer os exames de sangue, urina, etc., antes de encarar a musculação.

O problema é quantidade de sensores que grudam na gente. Na regiao craniana, vão 15 sensores (acho que do eletroencefalograma), presos com uma massinha que depois é difícil de tirar do cabelo. Mais dois sensores nas "fontes", acho que para monitorar os movimentos dos olhos. Outros dois no maxilar, para ver como a boca se comporta durante a noite. E um microfone colado no "pomo de Adão", para gravar o ronco.

Mas incômodo mesmo são três sensores, com duas perninhas que entram no nariz e uma fica na frente da boca, para medir o fluxo de ar. O técnico disse que elas medem a quantidade de ar que entra e sai de cada narina. E ainda botam aqueles caninhos de oxigênio, também enfiados na narina, pois em caso de apnéia o enfermeiro libera oxigênio (acho eu que é para isso).

Alem disso, tem três sensores no tórax (eletroencefalograma), uma faixa no peito com um quadradinho sobre o esterno (que deve ser um "nível") para ver se dormimos de lado, de barriga para cima, etc. E uma faixa incômoda que fica na região do umbigo, que não sei para que serve. Talvez para controle da respiração, sei lá.

E como eu me queixei do cansaço nas pernas, o exame inclui também três sensores em cada uma, um no lado do joelho, outro na canela e outro no tornozelo. E já estava esquecendo de uma coisinha, parecida com um prendedor de roupa, enfiado no dedo anelar, para medir a tal de "saturação".

Saturado fiquei eu, com tanto fio neste corpinho. Cada sensor tem um fio, da expessura do fio de um carregador de celular. Só que eles são enfaixados todos logo acima da cabeça, então fica um feixe grosso de fios, que dificulta a movimentação durante o sono.

Para completar, não dá para levantar de noite para ir no banheiro. Se necessário, é preciso chamar o enfermeiro, para trazer o "papagaio". Se quisermos água, a mesma coisa. Para não dar incômodo, eu aguentei no osso do peito.

Ser filmado pelado (é o que desconfio), plugado numa quantidade de fios, com sensores por toda a parte ... tem que dar um resultado muito bom, mesmo, para compensar. É bem desagradável. Mas nada que um cara como eu, que fez vasectomia sem anestesia, e um exame da próstata em Bagé, vá mixar.

Bueno, para resumir, passei a noite mais acordado que dormindo, e torcendo para não cair um raio na rede elétrica. Mas dando graças por não ter me queixado de flatulência ... ia ser duro, além disso tudo, dormir com mais um um sensor, no fiofó.
...

2 comentários:

  1. E aí Zé Renato, que tal? dá uns protetores auriculares para as gurias e para patroa que resolve.. abraço. .

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  2. Hahaha, muito legal a narrativa do seu exame de polissonografia. Espero não ter que fazer o exame...

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