Recebi um e-mail que bem interessante, sobre amizade. A mensagem conta a estória de um homem que, repentinamente, se descobre caminhando por uma longa estrada, acompanhado por seu cavalo e seu cachorro. Há um sol fortíssimo, que fez com que sintam muita sede. Ele então se dá conta de que estão mortos, os três, mas segue adiante, com os animais, para tentar descobrir onde está.
Depois de muito caminharem, chegam a um oásis, com um portal lindíssimo, de mármore, além do qual há um chafariz, numa fonte de água fresca. O homem se dirige a uma espécie de porteiro, ao qual pergunta que lugar é aquele. O porteiro responde que é o Céu. Ele então pergunta se podem entrar e beber água, ao que o porteiro diz que ele sim, porém não os animais, aos quais não é permitida a entrada no local.
Mesmo com muita sede, o homem fica com pena do cachorro e do cavalo, e desiste de entrar. Seguem os três caminhando, cada vez com mais sede. Muito tempo depois, encontram uma porteira de madeira, aberta, que dá acesso a um caminho ladeado de árvores. Nesse local, há também uma espécie de porteiro, sentado sob a sombra, ao qual o homem pergunta se tem água disponível, ali. O porteiro diz que sim, e indica uma fonte sob as árvores, onde os três companheiros bebem e se refrescam.
Saciada a sede, o homem pergunta ao porteiro: Que lugar é este? O outro responde que é o Céu. Então ele pergunta novamente, Mas como, o Céu não é aquele outro lugar, lá atrás, onde não pude beber porque não podia entrar com meus companheiros? E o porteiro explica que não, que na verdade aquele lugar é o Inferno, onde é feito um último teste com os viajantes: o teste da fidelidade aos amigos. Aqueles que abandonam os parceiros são reprovados.
“Amigos só os dentes, e às vezes mordem a língua”, diz o ditado. Eu não acho que seja assim. Penso que existem amigos verdadeiros, solidários, a quem sempre se pode recorrer sem receios de não ser atendido.
Mas minha tese é que existem, basicamente, dois tipos de amigos. Uns, os “amigos para sempre”, testados e comprovados, à prova de falha, que são pouquíssimos ao longo da vida. Talvez não mais que meia dúzia para cada um de nós. Com esses, podemos contar sob qualquer circunstância, e a qualquer tempo, e dos quais nem o tempo nem a distância nos separa. Ser aceito nesse grupo, por outra pessoa, é com certeza a maior honraria que alguém possa receber.
O outro tipo, que ocorre às dezenas, são as pessoas com quem convivemos bem, às quais devemos também cativar, construindo laços de confiança e solidariedade. São pessoas com as quais podemos contar, da mesma maneira, com a diferença de que um dia, nos afastaremos, seguindo cada qual seu caminho, ficando as boas recordações
Não é proibido ou ilegal ter inimigos. Eu tenho um ou outro. Às vezes, por mais que tentemos, é impossível deixar de angariar desafetos pelo mundo, especialmente na minha profissão. Mas acho que o ideal é seguir sempre, tentando fazer novas amizades, e principalmente mantendo as antigas. Provando e sendo provado, mas sempre se esforçando para andar junto com os bons.
Enfim, sobre amizade, acho que é isso. E se não for, pelo menos é o que eu penso.
Depois de muito caminharem, chegam a um oásis, com um portal lindíssimo, de mármore, além do qual há um chafariz, numa fonte de água fresca. O homem se dirige a uma espécie de porteiro, ao qual pergunta que lugar é aquele. O porteiro responde que é o Céu. Ele então pergunta se podem entrar e beber água, ao que o porteiro diz que ele sim, porém não os animais, aos quais não é permitida a entrada no local.
Mesmo com muita sede, o homem fica com pena do cachorro e do cavalo, e desiste de entrar. Seguem os três caminhando, cada vez com mais sede. Muito tempo depois, encontram uma porteira de madeira, aberta, que dá acesso a um caminho ladeado de árvores. Nesse local, há também uma espécie de porteiro, sentado sob a sombra, ao qual o homem pergunta se tem água disponível, ali. O porteiro diz que sim, e indica uma fonte sob as árvores, onde os três companheiros bebem e se refrescam.
Saciada a sede, o homem pergunta ao porteiro: Que lugar é este? O outro responde que é o Céu. Então ele pergunta novamente, Mas como, o Céu não é aquele outro lugar, lá atrás, onde não pude beber porque não podia entrar com meus companheiros? E o porteiro explica que não, que na verdade aquele lugar é o Inferno, onde é feito um último teste com os viajantes: o teste da fidelidade aos amigos. Aqueles que abandonam os parceiros são reprovados.
“Amigos só os dentes, e às vezes mordem a língua”, diz o ditado. Eu não acho que seja assim. Penso que existem amigos verdadeiros, solidários, a quem sempre se pode recorrer sem receios de não ser atendido.
Mas minha tese é que existem, basicamente, dois tipos de amigos. Uns, os “amigos para sempre”, testados e comprovados, à prova de falha, que são pouquíssimos ao longo da vida. Talvez não mais que meia dúzia para cada um de nós. Com esses, podemos contar sob qualquer circunstância, e a qualquer tempo, e dos quais nem o tempo nem a distância nos separa. Ser aceito nesse grupo, por outra pessoa, é com certeza a maior honraria que alguém possa receber.
O outro tipo, que ocorre às dezenas, são as pessoas com quem convivemos bem, às quais devemos também cativar, construindo laços de confiança e solidariedade. São pessoas com as quais podemos contar, da mesma maneira, com a diferença de que um dia, nos afastaremos, seguindo cada qual seu caminho, ficando as boas recordações
Não é proibido ou ilegal ter inimigos. Eu tenho um ou outro. Às vezes, por mais que tentemos, é impossível deixar de angariar desafetos pelo mundo, especialmente na minha profissão. Mas acho que o ideal é seguir sempre, tentando fazer novas amizades, e principalmente mantendo as antigas. Provando e sendo provado, mas sempre se esforçando para andar junto com os bons.
Enfim, sobre amizade, acho que é isso. E se não for, pelo menos é o que eu penso.
ATUALIZAÇÃO DE TEXTO PUBLICADO NO JORNAL
FOLHA DA CIDADE, DE DOM PEDRITO, EM 31.03.2007
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